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Significado de Êxodo 11:4-8

Os versículos 4-8 contêm a mensagem que Moisés dá ao Faraó a respeito desta última praga.

Há uma questão aqui sobre como essa declaração de Moisés poderia ter ocorrido, já que em 10:29, Moisés afirma que o Faraó nunca mais veria seu rosto. Não temos como saber. Isso pode ter sido transmitido através de um intermediário, como Arão, quando Moisés não estava na presença do Faraó, de maneira que seu rosto não foi visto pelo Faraó. É possível que 11:4-8 possa ser traduzido usando o tempo mais-que-perfeito. Em vez de traduzi-lo (como fazem algumas versões) como “Moisés disse”, poderíamos traduzir como "Moisés havia dito". Isso permitiria que a mensagem tivesse sido dada ao Faraó antes da mensagem de 10:29 e registrada a seguir.

As quebras de capítulo não são originais e foram adicionadas muito depois que o texto foi escrito. Pode ser que os três primeiros versículos do capítulo 11 forneçam uma pausa à narrativa e a descrição de Moisés sobre a décima e última praga tenha sido dada durante a conversa registrada ao final do capítulo 10. Talvez Moisés tenha deixado o Faraó com raiva depois de entregar a mensagem da décima praga, após ser informado pelo Faraó que ele seria morto caso o imperador visse seu rosto novamente. O capítulo 11 provavelmente esteja escrito em ordem lógica, porém não cronológica.

A mensagem do SENHOR sobre a praga está nos versículos 4-7. Por meio de Moisés, o SENHOR diz ao Faraó que por volta da meia-noite (literalmente "no meio da noite") Eu vou para o meio do Egito. A palavra "Eu" é enfática no hebraico, afirmando que o próprio SENHOR mesmo “sairia” para infligir essa praga. Não havia nada que alguém pudesse fazer para impedi-Lo. O que estava para acontecer? Todos os primogênitos da terra do Egito morrerão. O primogênito, na cultura egípcia, era muito significativo e muito estimado. Além de serem símbolos de força e vitalidade, os primogênitos eram aqueles pelos quais descendiam as linhagens familiares. E não havia primogênito mais importante do que o do Faraó. Como se acreditava que Faraó era divino (tanto o deus Rá, o deus sol, e também o deus Hórus, um deus retratado como um falcão, supostamente o deus do céu em forma humana), seu filho primogênito era considerado divino também. Quando um Faraó morria, acreditava-se que ele se tornaria Osíris, rei dos mortos. Seu primogênito tornava-se Hórus. Matar o primogênito do Faraó seria zombar da idéia de que os faraós fossem reis divinos.

O alcance dessa praga seria universal no Egito, desde o primogênito do Faraó que se senta em seu trono, até o primogênito da escrava que está atrás das mós. Esta é uma figura de linguagem chamada merismo, ou seja, o uso dos opostos para expressar uma totalidade. É o mesmo que fazemos ao dizer "altos e baixos". Este merismo enfatizava que a peste não se limitaria a partes específicas da sociedade – todos os que estavam no Egito seriam afetados.

A peste também afetaria a todos os primogênitos do gado. Isso levanta uma questão, porque o capítulo 9 afirma que todo o gado dos egípcios havia morrido. Se todo o gado estava morto, como os egípcios conseguiram mais gado, que agora perderiam seus primogênitos? Há várias possibilidades. É possível que os egípcios tenham se reabastecido de gado e um tempo suficiente tenha se passado para permitir que novos nascimentos acontecessem. Não nos é dito quanto tempo passou. As rotas comerciais naquela época se estendiam do Egito à Ásia, então havia artérias comerciais para suportar um grande volume de comércio. Os egípcios também podem ter repovoado o gado do estoque dos hebreus, cujo gado não foi afetado. [Também é possível que os tradutores tenham escolhido traduzir a única palavra hebraica, “miqneh”, como "todo o gado" em Êxodo 9:6, que poderia ter-se transformado em "gado numeroso", de tal forma que houvesse novos primogênitos disponíveis para morrer.

O efeito dessa praga no Egito seria sem precedentes: Haverá um grande grito em toda a terra do Egito, como nunca houve antes e como nunca mais haverá.

Mais uma vez, o SENHOR não pôs o Seu povo em perigo. O versículo 7 afirma: Contra qualquer um dos filhos de Israel nem um cão sequer latirá. Isso provavelmente significava que não haveria perigo ou mesmo ameaça de perigo para os israelitas, porque seu Senhor estava a seu lado. Essa ausência de perigo se aplicava contra os homens e contra as bestas, para mostrar ao Faraó como o Senhor fazia distinção entre o Egito e Israel. Isso comunicaria ao Faraó, mais uma vez, que o SENHOR era o Deus dos hebreus e o soberano sobre todos. Também demonstraria que o SENHOR iria libertar Seu povo trazendo um julgamento terrível sobre o povo egípcio e seus deuses.

O versículo 8 contém a previsão de Moisés. Ele diz ao Faraó: Todos os seus servos virão até mim e se curvarão diante de mim, dizendo: 'Saiam, tu e todas as pessoas que te seguem', e depois disso Eu sairei."  Depois dessa praga, até os próprios servos do Faraó viriam a Moisés (lembre-se, ele não iria ao Faraó novamente) e implorariam para que ele levasse os israelitas para fora do Egito.

Depois disso, Moisés saiu da presença do Faraó com muita raiva. No final do capítulo 10, foi Faraó que ficou com raiva (10:28). Aqui, Moisés é quem fica muito zangado.

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