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Significado de Gênesis 20:12-15

Abraão revela que Sara era, na verdade, sua irmã, sendo filha de seu pai. Então, o rei Abimeleque dá a Abraão ovelhas, bois e servos. Ele também devolve Sara a Abraão e lhe diz para se estabelecer onde quisesse em seu reino.

Abraão revela a Abimeleque que sua afirmação sobre Sara não era falsa. Ela era filha do pai [de Abraão] através de seu pai comum, Terá. No entanto, Sara não era filha de sua mãe, o que a tornava elegível para ser esposa de Abraão.

Abraão conta a Abimeleque sobre seu pedido a Sara quando Deus o fez se afastar da casa de seu pai. Abraão pede-lhe o seguinte: "Em todo lugar em que entrarmos, dize: Ele é meu irmão".Isso fez com que Abimeleque soubesse que Abraão não estava mentindo. Essa havia sido sua prática o tempo todo durante suas viagens. Já vimos isso ocorrer no Egito, onde um episódio semelhante aconteceu (Gênesis 12:10-20).

Como vimos, o cálculo de Abraão era que os líderes locais o matariam para tornar Sara elegível para seu harém. A coragem de Sara era evidente. Ela acompanhou Abraão de bom grado nessa jornada, sabendo que estavam entrando em terras hostis. Ela demonstrou grande bravura. Esta é provavelmente uma das várias razões pelas quais Sara é exaltada como um grande exemplo na Bíblia (1 Pedro 3:1-6; Hebreus 11:11).

É fácil falar mal de Abraão do conforto do nosso sofá. No entanto, o texto bíblico não o critica. Deus poderia tê-lo castigado após o episódio semelhante no Egito, mas não o fez. Em cada caso, a ação de Deus é proteger aos dois.

Estaria Abraão testando a Deus inapropriadamente? A Bíblia não indica que seja esse o caso. Pode ser que o cálculo de Abraão fosse: 1) a afirmação de que Sara era sua irmã era verdadeira (como ele argumenta diante de Abimeleque nesta passagem); e 2) sua escolha era entre ser morto sem ter a chance de salvar Sara, ou ganhar tempo para encontrar uma maneira de redimi-la. O costume atual exigiria que o líder local negociasse com ele, como irmão de Sara, para organizar o casamento. Já vimos a disposição de Abraão de ir à guerra para resgatar a seu sobrinho Ló (Gênesis 14:15-16). Naquele episódio, Abraão foi muito estratégico, atacando à noite.

Talvez ele quisesse ter certeza de que, se não fosse capaz de resgatar Sara sem lutar, ele se certificaria de que lutaria em seus próprios termos. Quando Abraão resgatou a Ló, ele lutou contra os invasores, não contra seus vizinhos. Parece que ele estava fazendo um grande esforço para manter bons relacionamentos na região. É discutível que Abraão estivesse testando a Deus. Ele parecia estar fazendo uso de sua inteligência e capacidade da melhor maneira possível para proteger sua esposa, ao mesmo tempo em que buscava viver em paz com seus vizinhos, se possível. Ele esperava que Deus o honrasse. No final do episódio, o objetivo de Abraão é cumprido, pois lhe é concedido viver em paz com seus vizinhos, como Abimeleque lhe diz: "

A disposição de Sara em proteger Abraão de ser morto (concordando em dizer que ela era sua irmã) parece ser o foco do elogio a ela registrado em 1 Pedro 3:6. O apóstolo afirma que Sara havia sido um exemplo de esposa piedosa que honrou a seu marido, "chamando-o de senhor". A afirmação de 1 Pedro 3 é a de que quando as mulheres honram a seus maridos dessa maneira, mesmo quando os maridos não seguem à palavra de Deus como deveriam, muitas vezes eles acabam sendo conquistados pelo grande caráter de suas esposas. Uma vez que os crentes são coletivamente chamados de noiva de Cristo, este exemplo pode ser aplicado aos crentes que vivem em um mundo caído. Eles devem estar dispostos a seguir a Cristo sem medo diante de um mundo hostil.

A prática de se casar com uma meia-irmã seria, mais tarde, proibida (Levítico 18:9,11, 20:17; Deuteronômio 27:22). Para reiniciar a raça humana após o dilúvio, casar-se com familiares próximos era uma necessidade. Abraão estava a apenas dez gerações de distância de Noé (Gênesis 11:10-26). Parece provável que Deus tenha desautorizado a prática do casamento com meias-irmãs quando a linha genética começou a se degradar.

O rei, então, “tomou ovelhas e bois e servos e servas e os deu a Abraão, e restituiu-lhe a Sara, sua mulher”. Não sabemos o que teria acontecidos se Deus não aparecesse a Abimeleque em sonho. No entanto, tanto Abimeleque quanto Faraó responderam favoravelmente à intervenção de Deus e devolveram Sara a Abraão. Contraste isso com o Faraó que veio mais tarde, que se recusaria a se curvar às exigências de Deus para deixar Seu povo ir, apesar das intervenções sobrenaturais (Êxodo 6-15). Abimeleque convida Abraão a se estabelecer onde quisesse na terra de Gerar. Ele não seria mais considerado um estrangeiro em Gerar. No Egito, o Faraó havia mandado seus homens escoltarem Abraão e sua família para fora de suas terras (Gênesis 12:20). Deus disse a Abimeleque que Abraão oraria por ele e ele viveria. Abimeleque parece ter raciocinado que seu melhor curso de ação era ficar completamente do lado de Abraão.

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