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Significado de Gênesis 22:9-12

Quando chegam ao lugar adequado, Abraão levanta um altar e coloca a lenha em cima dele. Ele amarra Isaque e o coloca sobre a lenha. Quando pega a faca para matar a seu filho, o anjo do Senhor o chama do Céu. O anjo diz a Abraão para não sacrificar Isaque. Agora Deus sabia que Abraão realmente O temia e era obediente.

“Chegaram ao lugar que Deus lhe havia dito”. Este local era sagrado, ou seja, divinamente ordenado e escolhido para o sacrifício. Claramente, Deus havia descrito o local o suficiente para que Abraão o reconhecesse e soubesse que estava no lugar certo. Muitos acreditam que o local do sacrifício foi no topo do Monte Moriá, no mesmo local do altar do templo em Jerusalém, construído pelo rei Salomão (2 Crônicas 3:1). Alguns acreditam que este também era o lugar comprado por Davi de Araúna para construir um altar ao SENHOR, buscando interromper a praga sobre o povo (2 Samuel 24:18-21).

Com riqueza de detalhes, o texto descreve os preparativos para o sacrifício: “Edificou Abraão o altar, e pôs a lenha em ordem, e, tendo ligado a Isaque, seu filho, deitou-o sobre o altar, em cima da lenha”“A “amarração” de Isaque é conhecida na tradição judaica como "Aqedah" e é um exemplo da necessidade de colocarmos nossa fé em Deus acima de tudo. Pode-se imaginar o que passava pela mente de Abraão durante a preparação, assim como na mente de Isaque. A fé de Isaque em Abraão era incrível, permitindo-se ser amarrado, ao invés de correr. Isaque tinha possivelmente 25 anos nessa época, enquanto Abraão tinha 125 anos; vemos um jovem permitindo que seu pai idoso o amarrasse.

Em extrema obediência a Deus, Abraão “estendeu a mão e pegou no cutelo para imolar seu filho”. No entanto, Deus nunca desejou que Isaque fosse sacrificado. Mais tarde, fica claro que o sacrifício de crianças era uma abominação diante de Deus (Levítico 18:21, 20:1-5; Deuteronômio 18:102 Reis 16:2-3; Isaías 57:5Jeremias 32:35). Deus queria que Abraão sacrificasse sua própria vontade e a entregasse a Deus. Nessa mesma linha, Jó fez a seguinte pergunta: "Receberemos o bem da mão de Deus e não receberemos o mal?" (Jó 2:10). Na hora da verdade, Abraão provou estar disposto a sacrificar a seu filho, em total obediência a Deus e em plena fé de que Ele o ressuscitaria. Neste ponto, Deus intervém e provê um substituto para o sacrifício.

Isaque já estava amarrado e vulnerável, o cutelo já estava na mão de Abraão; neste instante, a cena é interrompida por uma voz: “Bradou-lhe do céu o Anjo de Jeová”. O anjo falou desde o Céu, semelhante à salvação de Agar e Ismael (Gênesis 21:17). Podemos ver o senso de urgência da intervenção pela repetição do nome de Abraão. Várias vezes na Bíblia o nome de uma pessoa é repetido, sempre chamando a atenção para perguntas ou comandos importantes (Gênesis 22:11). Deus chama Jacó duas vezes (Gênesis 46:2), bem como Moisés (Êxodo 3:4) e Samuel (1 Samuel 3:10). Jesus chamou o nome de Marta duas vezes (Lucas 10:41) e o nome de Simão Pedro duas vezes quando Satanás queria testá-lo (Lucas 22:31). Jesus também chamou a Seu Pai duas vezes na cruz (Marcos 15:34). Saulo foi chamado duas vezes para seguir a Cristo (Atos 9:4). Claramente, a ênfase da repetição do nome de Abraão tinha a intenção de fazê-lo interromper o que Deus havia ordenado anteriormente. Abraão responde com seu típico: “Eis-me aqui”. O anjo do Senhor lhe diz para parar o sacrifício: “Não estendas a mão sobre o mancebo e não lhe faças nada”.

O teste de Deus havia cumprido seu propósito. Sem pensar duas vezes, Abraão joga o cutelo de lado, aliviado pela liberação da ordem anterior. O anjo explica por que o sacrifício não seria necessárioPois, agora, sei que tu temes a Deus, visto que não me negaste teu filho, teu único filho”. Este era o objetivo do teste. As ações de Abraão confirmaram seu temor a Deus. A frase “agora sei que tu temes a Deus” mostra que a prova foi real. Deus conferiu aos seres humanos o poder da escolha. A principal coisa que Deus queria saber era a quem Abraão daria prioridade. Neste caso, a seu próprio raciocínio ou ao mandamento de Deus.

Toda essa provação não ocorreu para fornecer informações a Deus, mas para examinar a obediência de Abraão. Deus sabia que Abraão O temia (em hebraico: "yare Elohim") porque ele estava disposto a dar tudo o que Deus exigia, até mesmo a vida de seu filho, confiando que Deus garantiria o futuro que havia prometido. Abraão havia determinado que seu melhor interesse era cumprir plenamente a tudo o que Deus exigia. Abraão havia aprendido a confiar em Deus durante os muitos anos de obediência e neste momento cria que Deus cumpriria plenamente Suas promessas. Assim, Abraão obedeceu plenamente a tudo o que Deus ordenava.

A Bíblia é clara em dizer que “o temor do Senhor” é o ponto de partida para o conhecimento (Provérbios 1:7). É também o início da sabedoria, a habilidade de viver bem (Provérbios 9:10). Deus deixa claro neste episódio que nossa melhor escolha é abrir mão de todos os nossos bens, incluindo a mordomia dos nossos filhos e família. Seguir a Deus em todas as coisas é sempre para o nosso bem.

Isaque representava as promessas de Deus a Abraão. Sem Isaque não haveria herdeiro, nem nação, nem promessas, nem bênçãos. Ao pedir que Abraão sacrificasse Isaque, Deus estava pedindo que ele demonstrasse sua total confiança Nele. Em particular, Abraão confiava que Deus ressuscitaria Isaque dentre os mortos. Ao entregar voluntariamente a seu único filho, Abraão ganhou uma multidão de descendentes. É claro que Isaque não era o único filho de Abraão, já que ele teve outro filho com Agar (Ismael, Gênesis 16:15) e seis outros filhos mais tarde com Quetrá (Gênesis 25:2-4). Porém, nos planos de Deus, Abraão teve apenas um filho da promessa, Isaque, através de um nascimento milagroso (Gênesis 21:12).

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