Significado de Gênesis 24:50-54

O servo de Abraão havia terminado de contar sua história. Ele acreditava que Rebeca era a escolhida por Deus para ser a esposa de Isaque. Ele coloca a questão a Labão e pergunta se ele lidaria com ela de forma gentil e verdadeiramente com seu senhor, o irmão de Betuel.

Labão e Betuel respondem: "De Jeová procede este negócio; nós não podemos falar-te coisa nenhuma”. A resposta parecia ser espontânea tanto do irmão quanto do pai da moça. O fato de Betuel, seu pai, ser incluído aqui pode inferir que ele interrompeu a negociação do dote. Labão, o irmão de Rebeca, não pareceu querer barganhar por um valor de dote mais alto. Houve uma confirmação espontânea. Betuel não mais é mencionado. Assim, sua menção aqui parece apoiar essa idéia. Fazia 65 anos que Abraão havia partido de Harã. Talvez Betuel tenha intervindo por causa de seu carinho por seu irmão Abraão.

A frase “não podemos falar-te coisa nenhuma” provavelmente significasse: "não temos nada a dizer", porque era claro que aquele havia sido um evento ordenado por Deus. Eles reconhecem ser tolice interromper de algo tão claramente orquestrado por Deus. Por isso, tanto Labão, irmão de Rebeca, quanto Betuel, seu pai, concordam imediatamente. Eles afirmam:

"Eis que Rebeca está diante de ti, toma-a e vai-te, e seja ela a mulher do filho do teu senhor, conforme disse Jeová."

O principal fato parece ser o reconhecimento de que o Senhor havia falado. Neste caso, o Senhor não havia falado de forma audível. Mas era claro para eles que o Senhor havia falado por meio da orquestração dos eventos.

Eles concordaram que Rebeca seria “a esposa do filho de seu senhor, Isaque”. O fato de Labão ter dito: “Eis que Rebeca está diante de ti” indicava que Rebeca estava presente na conversa. A família estava reunida para jantar e o servo falou o que precisava falar antes de comer (Gênesis 24:33). Ela não se opõe a nada, embora naquela época o pai e o irmão eram os que decidiam se a filha/irmã deveria se casar e que negociavam seu dote, ou seja, o valor para a família da noiva. No caso de Rebeca, o arranjo foi agradável por vários motivos: ela estaria se casando com um parente (algo importante naqueles dias, visando fortalecer a família); ela estaria se casando com uma pessoa rica e poderosa que cuidaria dela; e, o mais importante, Deus claramente fazia parte daquele processo de noivado.

“Quando o servo de Abraão ouviu as palavras deles, prostrou-se em terra diante de Jeová”. A devoção do servo a Deus é exposta novamente. Grato e aliviado pelo êxito relacionado à busca por uma esposa para Isaque, ele louva a Deus. Então, ele se levanta e dá mais presentes enviados por Abraão (Gênesis 24:10). “Tirou o servo joias de ouro e de prata e vestidos, e deu-os a Rebeca”. Neste ponto, grandes e luxuosos presentes são dados à futura noiva. Porém, o servo não parou por aí. “Também deu coisas preciosas a seu irmão e a sua mãe”. Os presentes para o irmão eram provavelmente o pagamento do dote, como era o costume da época. Os presentes para a mãe pareciam ir além do que era o costume. O que deveria ficar claro para a família reunida ali era que Abraão era muito rico e pretendia abençoar sua família generosamente.

Depois de distribuir os presentes de Abraão, o servo e os homens que estavam com ele comeram, beberam e passaram a noite. A busca pela noiva estava concluída; agora, era hora de comemorar e descansar. No entanto, o servo estava ansioso por ver sua missão concluída plenamente. Ele não ficaria sossegado até que a moça fosse entregue em segurança a seu senhor.

Por isso, “quando se levantaram pela manhã, o servo disse: Deixai-me ir ao meu senhor”. Ele não queria ficar em Harã. Sua mente estava determinada em retornar a Abraão e completar a tarefa que lhe havia sido dada. O versículo 5 mostra o quão ansioso o servo estava em relação à sua missão. Ele queria levar a moça imediatamente antes que a paixão do momento desaparecesse e a família começasse a repensar o processo.