Significado de Gênesis 6:14-18

Deus dá a Noé instruções específicas de como a arca deveria ser construída. Este homem possuia tanta fé que construiu uma arca em meio a uma geração incrédula, confiando que Deus faria o que havia dito. Hebreus fala sobre a grande fé de Noé: "Pela fé, Noé, sendo advertido por Deus sobre coisas ainda não vistas, em reverência preparou uma arca para a salvação de sua casa, pela qual condenou o mundo, e tornou-se herdeiro da justiça que está de acordo com a fé” (Hebreus 11:7)". Deus instruiu a Noé. Noé creu e obedeceu.

Construindo a Arca

A arca foi um barco enorme produzido por Noé em obediência à ordem de Deus, visando protegê-lo e às várias espécies de animais durante o dilúvio. A palavra "arca" em hebraico é “tēḇâ”, significando "baú", "caixa" ou "caixote". A arca não tinha a forma de um barco como o conhecemos. Não podia ser navegada como um navio moderno. Seu comprimento era de 300 côvados (cerca de 150 metros), a largura era de 50 côvados (cerca de 25 metros) e sua altura era de 30 côvados (cerca de 15 metros), dimensões totais muito semelhantes às dimensões de uma casa gigante (Gênesis 6:15).

O "côvado" era uma medida derivada do comprimento do cotovelo até a ponta dos dedos. Ela variava entre os povos do Oriente Próximo, incluindo os hebreus (Deuteronômio 3:11; Ezequiel 40:5;43:13). A maioria dos estudiosos trabalha com o valor de 50 centímetros para 1 côvado. A palavra "côvado" em hebraico é “ʾammahe”, significando literalmente "antebraço", ou seja, a distância entre o cotovelo e a ponta dos dedos médios de um homem de tamanho médio, ou aproximadamente 45 centímetros (Deuteronômio 3:11). A arca era quadrada, com enorme capacidade de carga. A arca tinha três andares repletos de salas (Gênesis 6:14,16), uma janela e uma porta (Gênesis 6:16).

Três versículos fornecem as especificações para a arca: Gênesis 6:14–16. Com base em um côvado de 45 centímetros, a arca de Noé media 150 × 25 × 15 metros. Essas dimensões sugerem um vaso retangular com fundo plano e extremidades quadradas feito para flutuar, ao invés de ser impulsionado na água. A arca também tinha compartimentos e salas feitas de madeira selada com breu (Gênesis 6:15).

Uma arca gigantesca do tamanho da retratada em Gênesis poderia transportar um grande número de animais terrestres e suprimentos. Sua forma retangular, semelhante a uma caixa, produziria uma embarcação bastante navegável e muito difícil de tombar. No entanto, um navio como a arca retratada em Gênesis teria sido uma aobra única entre os navios construídos no antigo Oriente Próximo, muito maior do que quaisquer exemplos conhecidos do mundo antigo. Os primeiros barcos eram feitos de pele de animais, juncos ou troncos abertos; um barco com as dimensões da arca exigiria a construção de tábuas de madeira, em vez das madeiras abertas à mão dos primeiros barcos (Casson, Navios e Marinheiros no Mundo Antigo, 8–10). Os barcos de tábuas mesopotâmicas da segunda metade do terceiro milênio a.C. deslocavam apenas 11 toneladas. Em contrapartida, a arca conseguiria transportar 43 mil toneladas. Enquanto os navios de Alexandria não transportavam mais de 4.000 toneladas na última metade do primeiro milênio a.C., a capacidade de carga da arca foi de 15.000 toneladas.

Em 1609, Peter Jansen, de Horn, Holanda, construiu um navio nas mesmas proporções e descobriu que tal objeto poderia armazenar um terço a mais de carga do que outros navios de estrutura comum. Ele calculou que ela conteria um espaço de para 1.200.000 metros cúbicos e que depois que ⁹/tivessem sido reservados para o armazenamento de alimentos, haveria ainda mais de 16 metros cúbicos que permitiria o transporte de 7.000 pares de animais.

É claro que Deus projetou a arca com as dimensões apropriadas para o uso que Ele pretendia. Não foi Noé que projetou o barco para sobreviver ao dilúvio: Deus o fez. Deus usou Noé e sua fidelidade para construir o barco perfeitamente projetado por Ele, demonstrando Sua intenção de trabalhar através dos homens para a redenção da criação (Salmo 8).

Quando o dilúvio é mencionado no Novo Testamento, o termo é referido como "kata Clusmos", de onde temos a palavra "cataclismo", ou seja, uma revolução violenta que produz grandes mudanças. Foi uma catástrofe que, segundo Deus, destruiria "toda" a carne. 2 Pedro 3:6 diz sobre o dilúvio: "...o mundo naquela época foi destruído, sendo inundado pelas águas." Isso demonstra que o mundo existente antes do dilúvio foi eliminado por ele. O mundo foi reconstruído sobre a fundação de uma terra totalmente destruída pelas águas.

Depois que Deus compartilha com Noé sobre o plano dilúvio e Seu julgamento sobre a terra, Ele firma a aliança (promessa) com Noé de que ele, sua esposa, seus filhos e suas esposas seriam todos salvos.