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Significado de Lucas 15:1-2

O povo vinha até Jesus, especialmente os cobradores de impostos e pecadores que respondiam à Seu convite ao arrependimento. Os fariseus e escribas excessivamente legalistas difamam a Jesus por se misturar com aqueles a quem eles rejeitavam.

Parece não haver nenhum relato paralelo direto do Evangelho descrevendo esse encontro em particular, porém diálogos semelhantes podem ser encontrados em  Mateus 9:9-13 e Lucas 9:34-50.

O povo era atraído pelos ensinamentos de Jesus (Lucas 14:25). Entre os mais atraídos pelo que Ele dizia estavam os párias sociais, como os cobradores de impostos e os pecadores. Jesus não os condenava. Ele tinha compaixão deles (Mateus 9:36). Jesus oferecia-lhes um convite ao arrependimento e à participação em Seu Reino:

"Em verdade digo que os cobradores de impostos e prostitutas entrarão no Reino de Deus antes de vós [líderes religiosos]" (Mateus 22:31b).

A mensagem de inclusão e pertencimento de Jesus ressoava em suas almas cansadas. Lucas escreve que todos eles, publicanos e pecadores, se aproximavam de  Jesus para ouvi-Lo. Eles pareciam estar famintos por aceitação em meio a uma ordem religiosa que os rejeitava.

Os cobradores de impostos eram homens como Mateus (Mateus 9:9-13) e Zaqueu (Lucas 19:1-9), ou seja, judeus que cooperavam com Roma em sua dominação de Israel. Os cobradores de impostos eram odiados porque eram vistos como traidores de Deus e de sua herança judaica. Sua cobrança de impostos para o Império Romano apoiava o poder de ocupação da Roma pagã às custas de seus irmãos judeus. Além de sua filiação romana, acreditava-se que os coletores de impostos extorquiam e cobravam demais do povo para seu próprio lucro. Essa visão geral é apoiada pelo testemunho de Zaqueu, que promete pagar de volta a quem tivesse fraudado (Lucas 19:8).

Os pecadores eram pessoas que viviam em franca desobediência aos mandamentos de Deus e aos ensinamentos dos líderes religiosos. Era um termo que incluía as prostitutas e os adúlteros que pagavam por seus serviços. Os pecadores eram pessoas à margem da sociedade judaica, potencialmente incluindo os judeus que ocasionalmente participavam de práticas pagãs mantidas por gregos e romanos. O estilo de vida desses pecadores estava muito aquém dos padrões morais socialmente aceitáveis dos fariseus e escribas.

Pecadores e cobradores de impostos não eram bem-vindos para participar das sinagogas (locais de reunião) dos fariseus. Os fariseus se recusavam a ter qualquer coisa a ver com essas pessoas e evitavam que qualquer outra pessoa o fizesse.

Os fariseus eram os guardiães e promotores da cultura moral judaica. Eles lideravam e ensinavam nas sinagogas locais, sendo vistos como campeões e exemplos da fé judaica. Os fariseus seguiam rigorosamente às suas interpretações e as dos escribas sobre a Lei e a Tradição. Eles esmagavam qualquer um que não seguisse às suas regras ou que ousasse desafiá-las.

Os escribas eram advogados religiosos. Eles eram meticulosos quanto aos códigos morais prescritos pela Lei (as Escrituras do Antigo Testamento, especialmente os Livros de Moisés) e pela Tradição (a "Mishná" judaica, um registro escrito dos ensinamentos orais dos rabinos que estendia-se desde Moisés, sendo desenvolvido e codificado após o exílio babilônico). Os escribas criavam brechas na Lei e na Tradição para si mesmos enquanto que, ao mesmo tempo, produziam uma tonelada de regras a serem aplicadas para controle do povo.

Quando os fariseus e escribas viram como publicanos e pecadores se aproximavam de  Jesus para ouvi-Lo, eles começaram a reclamar e a criticar a Jesus.

Eles começam a caluniar a Jesus como se Ele fosse um pecador e passam a denunciá-Lo como falso mestre. Eles diziam: "Este homem recebe pecadores e come com eles.” Sua implicação não era tão sutil. Para eles, qualquer pessoa justa ou próxima a Deus, como eles, saberia que ter comunhão com cobradores de impostos e pecadores era algo absurdo. A mensagem deles aos judeus era clara: "Sigam a este homem e vocês correrão o risco de serem expulsos de nossas sinagogas, juntando-se aos pecadores".

Porém, eles estavam errados. Jesus não era um pecador ou um falso mestre. Ele era o Messias, o Filho de Deus. Ele havia vindo para salvar a todos, inclusive aos cobradores de impostos e pecadores. Jesus desprezava suas regras legalistas (Lucas 16:15) projetadas para capacitá-los a explorar aos outros. Suas regras, na verdade, impediam o povo de entrar em Seu Reino (Mateus 23:13). Jesus não deixaria que o legalismo deles O impedisse de cumprir Sua missão (Hebreus 12:2).

Jesus responde a essas calúnias dos fariseus e escribas com três parábolas:

  1. "A Parábola da Ovelha Perdida" (Lucas 15:3-7)
  2. "A Parábola da Moeda Perdida” (Lucas 15:8-10)
  3. "A Parábola do Filho Pródigo" (Lucas 15:11-32)
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