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Significado de Lucas 16:13

Jesus lembra a Seus discípulos que eles só podem ter um mestre; é impossível servir a dois senhores. Ele aplica essa verdade a Deus e ao Dinheiro, novamente advertindo-os de que não podem servir a ambos. Eles terão que escolher.

O texto paralelo que explica esses ensinamentos é encontrado em Mateus 6:24.

Jesus repete e amplia a verdade simples de Seu Sermão da Montanha (é provável que Jesus tenha repetido muitas vezes muitos de Seus ensinamentos, ditos e parábolas.) A verdade simples era: Nenhum servo pode servir a dois senhores (Mateus 6:24).

Esta declaração é dada aqui no contexto dos ensinamentos de Jesus sobre como Seus discípulos deveriam ver o dinheiro terreno em relação à eternidade. Pouco antes de Jesus recordar como nenhum servo pode servir a dois senhores, Ele lhes conta:

  • "A Parábola do Mordomo Injusto", na qual Jesus encoraja Seus discípulos a serem mais astutos, usando a reciprocidade para promover suas ambições eternas e usando o dinheiro terreno a seu favor (Lucas 16:1-9).
  • O Princípio da Fidelidade, ou seja, "Aquele que é fiel no pouco também será fiel no muito; e aquele que é infiel no pouco também será infiel no muito" (Lucas 16:10). Jesus deixa claro a Seus discípulos que este princípio se aplicava a como eles lidavam com as pequenas coisas da vida e com os efeitos multiplicadores que sua atitude teria nas responsabilidades a eles confiadas na próxima vida (Lucas 16:11-12).

Quando Jesus diz: Nenhum servo pode servir a dois senhores, Ele não estava emitindo uma ordem, mas afirmando um fato observável.

Sempre que um servo tiver dois senhores lhe dando ordens, ele poderá obedecer a apenas um deles. Jesus amplia sua lição: Pois ou ele odiará a um (o primeiro mestre) e  amará ao outro (o segundo mestre), ou será devoto de um (o segundo mestre) e desprezará ao outro (o primeiro mestre). Ele não pode servir e ser dedicado a ambos. Na verdade, ele não pode nem amar aos dois. O servo seguirá ou a um ou ao outro.

Jesus, então, nomeia aos dois mestres: Não podeis servir a Deus e às riquezas. Novamente, isso não era um comando, mas uma declaração sobre como a realidade funciona. Apenas um desses mestres será a influência controladora de sua vida.

Se Deus é nosso mestre, O amaremos e seremos devotados a Ele. Buscaremos as recompensas por agradá-Lo. Como Jesus, desprezaremos qualquer coisa que nos impeça de agradá-Lo (Hebreus 12:2), incluindo as demandas, o ridículo, a vergonha ou a perseguição provenientes de qualquer coisa no mundo que tente se impor como nosso mestre. Se Deus é nosso mestre, nossa principal preocupação não é tentar prosseguir nesta vida acumulando riquezas. Desprezaremos a ânsia pela riqueza e seguiremos ao Senhor. Seremos administradores generosos e sábios das riquezas que  Ele coloca em nossas mãos. Em vez de armazenarmos nossas riquezas na terra e confiarmos nelas como forma de realização, nós a encaminharemos (junto com nossos corações) ao céu (Mateus 6:21).

Se as riquezas são nosso senhor, nós a desejaremos e seremos devotados às suas demandas. Seremos consumidos na busca por acumulá-la. O desejo pela riqueza é um mestre que nunca se satisfaz. Este princípio é declarado claramente no Antigo Testamento: "Aquele que ama o dinheiro não se satisfará com o dinheiro, nem aquele que ama a abundância com sua renda. Também isto é vaidade" (Eclesiastes 5, 10). A ânsia pela riqueza (um senhor comum deste mundo e seus reinos) está em conflito direto com Deus e Seu Reino.

Se o desejo de riqueza for nosso mestre, odiaremos a Deus e a Seu mandamento de amar e servir ao próximo. Em vez de usarmos qualquer riqueza que Deus coloque em nossas mãos para ampliar Seu Reino e abençoar os outros (e, de acordo com os ensinamentos de Jesus, abençoar-nos no processo), nós desafiadoramente procuraremos produzir nosso próprio reino em oposição a Deus. Quando as pessoas têm à riqueza como mestre, isso gera desarmonia e injustiça. Quando olhamos para a riqueza de forma comparativa a outros, concluímos que merecemos "mais" do que a outra pessoa. Procuramos empurrá-la para baixo, enquanto nos elevamos. Como diz o apóstolo Paulo a Timóteo: "Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de mal, e alguns, desejando por ele, afastaram-se da fé e se transpassaram com muitas dores" (1 Timóteo 6:10).

Mais uma vez, vemos que a questão final diz respeito ao funcionamento interno do coração e seus desejos. Podem até haver dois (ou mais) mestres dando comandos, mas o servo só pode escolher seguir a um deles. Quando os desejos estão em conflito, o coração seguirá aquele a quem ama.

Ao dizer a Seus discípulos: Não podeis servir a Deus e às riquezas, Jesus estava perguntando: A qual desses dois mestres vocês amarão? A qual vocês irão desprezar? A que vocês servirão? É a declaração de Josué 24:15: "Escolhei hoje a quem servireis..." É útil lembrar que Jesus estava ensinando publicamente essas coisas a Seus discípulos (embora os fariseus estivessem ouvindo e zombando Dele — Lucas 6:14). Pelo fato de os discípulos já serem crentes, Ele não os estava ensinando a nascer na família de Deus. Jesus os estava ensinando a escolher perspectivas e ações que gerassem melhores benefícios a eles. Ser escravo das riquezas claramente não é para o nosso bem.

O apóstolo Paulo nos mostra outro benefício quando não temos as riquezas como mestre. Aprendemos a nos contentar (Filipenses 4:11-13). Quando não vivemos uma vida de comparação, podemos desfrutar do que temos, em vez de sermos escravizados pelo senhor do "mais".

A declaração de Jesus - Não podeis servir a Deus e as riquezas - está conectada aos ensinamentos anteriores de Lucas 16. Tudo tem a ver com dinheiro.

Na "Parábola do Mordomo Injusto" (Lucas 16:1-9), Jesus ensina que o princípio da reciprocidade se estende para a Nova Terra. Ele encoraja Seus discípulos a investir de forma astuta as riquezas temporárias de seus bens terrenos em coisas eternas — pessoas — antes que seu dinheiro se torne inútil.

Através dos princípios paralelos sobre fidelidade (Lucas 16:10) e das perguntas retóricas que se seguem (Lucas 16:11-12), Jesus ensina a Seus discípulos que, se eles forem fiéis nas riquezas temporárias nesta vida, Deus confiaria a administração das verdadeiras riquezas na vida futura. Se eles não fossem fiéis nas pequenas coisas agora, Deus não lhes daria mais responsabilidades mais tarde.

Ao repetir Sua frase sobre ninguém ser capaz de servir a Deus e às riquezas nesta vida na Terra, Jesus estava advertindo a Seus discípulos de que uma de suas maiores tentações seria abusar e alocar mal as riquezas terrenas. Eles seriam tentados a fazer da ferramenta que Deus lhes havia confiado (dinheiro) seu Mestre. E caso cedessem à essa tentação e fizessem da riqueza seu ídolo, eles perderiam o tesouro de uma vida de paz aqui, além de ganharem a grande recompensa de receberem a responsabilidade de reinar com Jesus no Reino Vindouro.

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