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Significado de Mateus 6:7-8
Jesus continua ensinando sobre oração. Ele, agora, aborda a questão das orações hipócritas nos cantos das ruas feitas pelos judeus que se auto-intitulavam justos para serem reconhecidos pelos homens. A seguir, Cristo trata das orações sem sentido e repetitivas dos gentios. O termo gentio era usado pelos judeus para se referir aos não-judeus. Os gentios no tempo de Jesus eram os romanos, os gregos, os sírios e os samaritanos, entre vários outros. Jesus se refere aos rituais pagãos aos quais os judeus certamente haviam visto e amoesta a Seus seguidores a não replicá-los.
Seguindo o mesmo padrão, Cristo começa indicando o que não fazer quando a pessoa estivesse orando. Ele diz: “Não useis de repetições desnecessárias como os gentios”. Os gentios, ou não-judeus, sabiam que havia um Deus. Eles sabiam que tanto o código moral colocado dentro deles (Romanos 1:18; 19; 2:14; 15) como a criação manifestavam os atributos invisíveis e o eterno poder de Deus (Romanos 1:20). Porém, mesmo sabendo que havia um Deus, os gentios não conheciam o Deus verdadeiro (Atos 17:22-28). Eles não sabiam o Deus que havia Se revelado aos judeus entrando em aliança com eles através da Lei de Moisés.
Os grupos de gentios que devem ter interagido bastante com os judeus nos tempos de Cristo eram os romanos e os gregos. A Grécia havia conquistado a Judéia com Alexandre, o Grande, há três séculos e meio. Quando tentaram substituir a cultura judaica pelo politeísmo grego, houve um levante dos judeus liderado pelos macabeus. Após a revolta dos macabeus houve um breve período de independência dos judeus, antes da ocupação romana começar, aproximadamente noventa e cinco anos antes de Jesus dizer essas palavras. Roma reintroduziu o politeísmo grego, mas foi mais pragmática que os sucessores de Alexandre, o Grande. Roma, da mesma forma, não tornou illegal a cultura Judaica (naquele momento).
As orações dos gentios não eram direcionada a um Deus Pai pessoal. O panteão dos deuses e deusas greco-romanas era composto por super-humanos imortais com super-poderes e super-força, mas também super-fraquezas e fragilidades. O povo acreditava que os deuses possuíam uma força incrível, limitada somente em sua influência sobre as questões humanas. Eles poderiam destruir ou enriquecer aos homens, dependendo do quão piedosos (ou bajuladores) eles fossem a um dos deuses (contrários aos rivais daquelas divindades). No geral, porém, os deuses ignoravam as orações dos homens porque precisavam focar sua atenção nos esquemas e intrigas entre seus próprios pares divinos.
Pelo fato de ser difícil chamar a atenção dos deuses, os gentios lançavam orações cheias de repetições sem sentido a todos eles. As pessoas colocavam seus pedidos de oração a este ou aquele deus, na esperança de que um deles pudesse ouví-los em suas muitas palavras. Ao orar, os gentios davam a impressão de estarem falando consigo mesmos, usando termos sem sentido. Porém, nem mesmo eles davam atenção às suas muitas palavras. Não havia relacionamento com a divindade, havia uma transação. Jesus contrasta isso com o relacionamento com Deus Pai que Seus discípulos podiam ter.
Jesus diz a eles: Não sejam como os gentios que oram usando repetições desnecessárias. E então garante aos discípulos: Vosso Pai sabe o que vos é necessário antes que lho peçais. Eles podiam orar com base num relacionamento pessoal com Deus. Deus era seu Pai. Deus não era um malandro tentando achar um caminho para o trono, ou engajado numa briga de egos com outros deuses (como eram descritos os deuses gregos e romanos). Deus era o Criador. Ele é o Rei eterno e incomparável. Os judeus entendiam isso. Mas, Jesus desejava que eles se aproximassem do seu Criador como o Pai que os amava, que tinha interesse em seu bem-estar. Jesus queria que Seus discípulos orassem a seu Pai crendo em Sua benevolência e cuidado para com eles. O Pai já sabe o que vos é necessário antes que lho peçais. E isso ocorre porque Deus é atencioso, cuidadoso e amoroso.
Jesus garante a Seus discípulos que quando eles orassem eles deveriam falar com Deus como se estivessem falando com um Pai que os entendia, não como os gentios que oravam usando de vãs repetições e muitas palavras, sem a certeza de ter um relacionamento com a divindade.