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Significado de Mateus 7:6

Jesus ensina Seus discípulos a discernir as pessoas a quem aconselhassem. Eles não deveriam aconselhar pessoas que se portam como cães ou porcos, indispostas a receber qualquer correção e que vão responder com hostilidade.

Nos versículos anteriores Jesus alertou Seus discípulos contra os perigos de julgar os outros. Ele diz que da forma como julgassem, eles criariam seus próprios padrões para serem julgados por Deus. Ele os instruiu a lidar antes com seus próprios defeitos, para que assim pudessem ver claramente como aconselhar outros em relação a suas falhas. Agora, Jesus dá alguns conselhos adicionais a Seus seguidores, antes de decidirem tentar tirar o cisco do olho de seu irmão (Mateus 7:5).

Jesus os instrui a prestarem atenção aos cães e porcos.

Cães e porcos, na cultura judaica, eram considerados animais sujos. O termo cão era comumente relacionado ao desprezo e usado também como um insulto (1 Samuel 17:43, Isaias 56:10-11, Filipenses 3:2, Apocalipse 22:15) Os porcos eram ainda piores. A Lei Mosaica proibia comer porco (Levítico 11:7). Quem comesse carne suína era proibido de entrar no templo. Jesus usa o exemplo do porco em Sua parábola do Filho Pródigo para demonstrar o nível baixo e desprezível do filho em sua pobreza. Pedro usou os dois termos (e cita Provérbios 26:11) para descrever falsos profetas e mestres: “Tem-lhes sucedido o que diz o verdadeiro provérbio: Voltou o cão ao seu vômito. E: A porca lavada tornou a revolver-se no lamaçal” (2 Pedro 2:22).

Jesus novamente usa a estrutura do quiasmo para aconselhar Seus discípulos. Se eles examinarem suas próprias falhas, poderão ver claramente como tirar o cisco do olho de seu irmão. Agora a questão é se devemos ou não confrontar o irmão sobre sua falha. Jesus diz:

A Não dê algo sagrado aos cães, e

            B não jogue pérolas aos porcos

            B’ ou eles irão pisoteá-las sob os pés

A’ pois eles se virarão contra você e o atacarão

O Quiasmo é:

A Dádiva aos cães

B Dádiva aos porcos

B’ Atitude do porco (pisotear)

A’ Atitude do cão (morder)

Já que o porco era a criatura mais menosprezada na cultura judaica, faz sentido que o exemplo do suíno seja o ponto principal do quiasmo.

Jesus ordena que Seus discípulos não julguem ou condenem a outros mas, ao mesmo tempo, Ele deseja que eles tenham discernimento. No exemplo de Jesus, dar algo divino ou sagrado para os cães vai resultar em um ataque deles contra você, a ponto de partí-lo em pedaços. Então, o desenvolvimento do pensamento de Jesus acontece da seguinte forma:

  1. Discernir o erro de um irmão.
  2. Entender que você mesmo pode ter esse erro e lidar com ele (a “trave em seu próprio olho”).
  3. Rever o erro da outra pessoa e discerní-lo claramente.
  4. Avaliar se o irmão está pronto para receber ajuda, ou se não está pronto para ouvir. Se for o caso de uma mente fechada, não trazer nenhuma disciplina, pois isso irá trazer mais problemas e nenhum tipo de benefício.

No exemplo de Jesus, Ele deixa claro que precisamos, primeiro, examinar nosso próprio pecado, para, então, podermos dar conselhos a alguém. Remover o cisco do olho é prover algo sagrado. Sagrado significa destacado, especial, valioso. Ao ter seu cisco removido, a pessoa tem a oportunidade de chegar mais perto do Reino de Deus e Sua misericórdia. Portanto, prover disciplina por um bom motivo é realmente uma boa ação. Porém, se a pessoa não está em posição de receber qualquer correção, não há como ajudá-la. É como tentar oferecer carne a uma matilha de cães raivosos. Você será mordido. A pessoa irá tentar te partir em pedaços. Você irá tentar ajudar e sua recompensa vai ser a sua destruição.

Isso não seria um problema caso estejamos realmente buscando o melhor para o nosso irmão, sem julgá-lo. Não devemos oprimir ao nosso próximo, porque sabemos que todos iremos nos apresentar diante de Deus. O discernimento dos defeitos deles nos ajuda a ver nossos próprios defeitos. Isso nos liberta para discernir quando estamos verdadeiramente em uma posição de oferecer disciplina, de forma a ajudá-los, enquanto, ao mesmo tempo, evitamos conflitos e problemas desnecessários.

Da mesma maneira que não devemos oferecer conselhos a alguém que pode tentar nos partir em pedaços, como uma matilha de cães, o mesmo se aplica às pérolas de sabedoria. Mais especificamente, a sabedoria para revelar erros e substituí-los por comportamentos construtivos, visando viver na misericórdia de Deus de uma forma que traga os princípios do Seu Reino para este mundo. Esta sabedoria é como uma pérola. Pérolas são preciosas. Elas devem ser tratadas de forma especial, como fazemos com um colar ou uma decoração. Jamais pensaríamos em jogar um punhado de pérolas em um chiqueiro de porcos. Os porcos não iriam apreciá-las. Eles não terão nenhum tipo de benefício com elas. Eles iriam apenas pisoteá-las. Eles nunca terão discernimento quanto ao valor das pérolas e irão tratá-las como qualquer outro tipo de lavagem.

Se a pessoa não quiser reconhecer essas pérolas de sabedoria advindas da disciplina, algo que as ajudará a “remover o cisco em seu olho”, então não invista coisas de valor (sabedoria) em alguém que não deseja ser ajudada. Se preferem a tolice, deixe-as chafurdar nela, até que chegue o tempo no qual estarão abertos a escutar.

Jesus indica que nós iremos ver falhas nos outros. Nosso trabalho não é sentar no trono de Deus e julgar. Nós devemos nos auto-avaliar, enxergar nossas próprias falhas ao observarmos as falhas dos outros. E devemos discernir se as pessoas estão em uma posição de receber instrução. Se alguém não está disposto a ouvir a verdade e vai ficar furioso com ela, é melhor deixá-lo sozinho. A pessoa ficará pior como resultado de suas próprias escolhas. Ela irá se apresentar diante Deus e responder por suas próprias ações, não diante nós (Romanos 14:4,10). A verdade do Reino de Deus e Sua Misericórdia não deve ser usada como arma contra os escarnecedores. Deve apenas ser oferecida como um presente.

Se temos irmãos que são como os cães e porcos da parábola de Jesus, incapazes de receber o presente da verdade da disciplina e prontos a receber instrução como uma ameaça, então o conselho de Jesus é de corrigi-los na verdade. Eles irão apenas pisotear a verdade e nos partir em pedaços. Eles se sentirão desconfortáveis pela exposição de seus pecados (João 3:20). Isso se aplica apenas a um irmão. Jesus está ensinando como essas parábolas se aplicam a discípulos. Os crentes não têm obrigação alguma de instruir alguém que não seja um irmão. (1 Coríntios 5:9-11)

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