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Marcos 13:28-32 explicação

Marcos 13:28-32 ensina os crentes a serem vigilantes, interpretar as realidades espirituais com sabedoria, permanecerem enraizados nas palavras imutáveis de Jesus e confiar na linha do tempo divina por trás de Seu retorno prometido.

Jesus inicia Seu ensino dizendo : "Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando os seus ramos já se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que o verão está próximo" (v. 28). As figueiras eram uma visão comum no antigo Israel, prosperando no clima mediterrâneo e servindo como uma ilustração familiar para Seu público. Aqui, Jesus usa a mudança de estação da figueira como metáfora, exortando Seus discípulos a discernir o desenrolar do plano de Deus, assim como discernem o início do verão ao observar as folhas novas.

No contexto histórico, Jesus profere essas palavras durante o que costuma ser chamado de Discurso do Monte das Oliveiras, um ensinamento significativo proferido no Monte das Oliveiras por volta de 30 d.C., pouco antes de Sua crucificação. Figueiras, juntamente com vinhedos e olivais, constituíam um elemento essencial da vida no primeiro século em toda a Judeia e Galileia, destacando a realidade tangível por trás de Sua lição espiritual. Ao fazer referência a essa reconhecível mudança de estação, Jesus ressalta que certos sinais indicarão o ápice de eventos proféticos.

Espiritualmente, a menção de Jesus à figueira simboliza a importância da vigilância. Assim como não se deve ignorar os ramos que brotam, os crentes não devem ignorar os sinais do reino de Deus em ação. E, como cronômetros programados pela natureza, as profecias bíblicas orientam os seguidores a permanecerem vigilantes e sensíveis aos tempos, em vez de indiferentes ou ignorantes aos desígnios de Deus em desenvolvimento.

Ele continua: Assim também vocês, quando virem essas coisas acontecendo, reconheçam que ele está próximo, às portas (v. 29). Jesus enfatiza aqui que mudanças perceptíveis no mundo apontam para a Sua chegada iminente. Como um viajante que chega à porta da frente, a vinda de Cristo será inegável quando certos eventos, prenunciados pelas Escrituras, ocorrerem.

Este versículo afirma a realidade da linha do tempo soberana de Deus. Quando Jesus diz que o Filho do Homem está às portas, Ele revela que a intervenção divina se aproxima, mesmo que não seja totalmente revelada. Temas semelhantes também aparecem em outros ensinamentos, mostrando como os crentes devem sempre permanecer em uma postura de preparação.

De uma perspectiva bíblica mais ampla, o chamado para reconhecer que Ele está próximo encoraja os crentes a ancorarem sua esperança no retorno de Jesus. Ao instá-los a estarem alertas, o versículo ajuda a esclarecer que os sinais que ocorrem antes de Sua segunda vinda não visam inspirar medo, mas sim fomentar a fé e a prontidão expectante.

Na próxima declaração, Jesus proclama: Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas essas coisas aconteçam (v. 30). A palavra geração tem sido interpretada de várias maneiras, às vezes referindo-se aos contemporâneos de Jesus que testemunhariam a destruição de Jerusalém em 70 d.C., mas, em última análise, referindo-se a uma geração futura que testemunharia o ápice desses sinais do fim dos tempos.

A destruição do Templo de Jerusalém sob os romanos em 70 d.C. cumpriu muitas das advertências de Jesus, validando sua visão profética. No entanto, muitos acreditam que o versículo também contém uma mensagem prospectiva sobre a sequência de eventos finais que precedem a manifestação plena do reino de Cristo. Seja apontando para o futuro imediato ou distante — ou ambos — o versículo reforça a autoridade de Jesus para falar sobre a história humana.

Além disso, ressalta um padrão bíblico: a palavra de Deus é precisa e se cumprirá apesar do ceticismo ou da incompreensão humana. A geração à qual Jesus se dirige deve permanecer pronta e reconhecer que Suas palavras, fundamentadas na verdade divina, não podem falhar, esteja o clímax próximo ou ainda no horizonte.

Jesus então afirma a certeza de Sua promessa, dizendo : O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão (v. 31). Com essa forte declaração, Ele ressalta a natureza eterna daquilo que revela. As realidades temporais mudam, mas a confiabilidade de Seus ensinamentos perdurará além da vida do próprio cosmos.

Da perspectiva da história mundial, incontáveis reinos surgiram e caíram, novas descobertas substituíram antigas teorias, mas os ensinamentos de Cristo permanecem firmes. A confiabilidade de Suas palavras é um pilar fundamental da fé cristã; ela tem guiado fiéis de todos os séculos, em todos os continentes, ecoando através das eras.

Este versículo também fala da soberania suprema de Deus. Quando tudo o mais desaparece, o conselho e a diretriz do Messias permanecem. Reunidas nas Escrituras, Suas palavras demonstram autoridade divina e representam o guia perfeito de como a humanidade deve viver, ter esperança e encontrar redenção.

Por fim, Jesus adverte Seus discípulos, declarando : "Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, senão somente o Pai" (v. 32). Essa declaração sóbria destaca que, embora certos sinais apontem para a Sua vinda, o momento exato permanece oculto na sabedoria do Pai. Nem os anjos criados nem o Filho encarnado em Sua humanidade possuíam esse conhecimento na época.

Durante o ministério de Jesus, Ele se esvaziou de certas prerrogativas divinas (Filipenses 2:6-8), mantendo, ao mesmo tempo, sua identidade divina. Aqui, Jesus demonstra humilde submissão ao Pai, deixando claro que o cronograma de Deus não cabe à humanidade definir ou conhecer completamente.

O chamado prático para os crentes flui logicamente deste versículo: permaneçam alertas e não presumam datas ou horas exatas. Em vez disso, confiem no tempo perfeito de Deus e vivam com fiel expectativa. A ênfase em toda a Escritura é dedicada mais à vida justa e à prontidão do que à especulação sobre o desconhecido.

 

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