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Significado de Êxodo 18:13-23

No dia seguinte à celebração de Jetro, Moisés, Arão e os anciãos com o sacrifício para honrar o Senhor, Moisés cumpre seus deveres habituais na administração dos assuntos do povo. Neste dia, seu trabalho era mediar disputas e distribuir justiça quando havia um problema entre os israelitas. Esta era uma tarefa extremamente pesada para Moisés, porque durava o dia todo. Jetro viu o que estava fazendo com Moisés e o aconselhou a treinar outros para compartilhar a responsabilidade de governar com ele.

Jetro, então, sugere que Moisés escolha homens piedosos e íntegros para assumir a maioria dos casos que surgem. Jetro recomenda que haja várias camadas desses juízes para lidar com as disputas menores, o que significaria que apenas os casos maiores chegariam a Moisés. Ao fazer isso, Moisés não se desgastaria e o povo obteria justiça mais rapidamente.

Os versículos 13-16 descrevem o dia seguinte à refeição com Jetro, Moisés, Arão e os anciãos. Foi o dia em que Moisés se sentou para julgar o povo. Naturalmente, em um grupo tão grande quanto os israelitas, haveria disputas e desentendimentos entre indivíduos ou grupos. Todas essas disputas, grandes ou pequenas, maiores ou menores, viriam diante de Moisés para que ele pudesse decidir o melhor curso de ação. Devido ao número de casos existentes, o povo ficava em torno de Moisés desde a manhã até a noite. Em outras palavras, o dia inteiro seria gasto ouvindo os dois lados de uma disputa e depois decidindo o que deveria ser feito para resolvê-la. O texto não diz quantos dias por semana Moisés fazia isso. A intensa frequência foi o suficiente para que Jetro concluir que aquilo não era sustentável.

Aconteceu que Jetro, sogro de Moisés, viu tudo o que estava fazendo pelo povo. Jetro era sacerdote e deveria ter alguma experiência na gestão dos assuntos de seu povo. Então, ele diz: "O que é isso que você está fazendo pelo povo? Por que você sozinho se senta como juiz e todas as pessoas ficam ao seu redor de manhã até à noite?" Jetro soube imediatamente que não era bom que Moisés fizesse todo o julgamento "sozinho".

Nos vv. 15-16, Moisés diz a seu sogro: "Porque o povo vem a mim para perguntar a Deus. Quando eles têm uma disputa, ela vem até mim, e eu julgo entre um homem e seu próximo e dou a conhecer os estatutos de Deus e Suas leis." O sistema judicial nessa época consistia em um homem – Moisés. Os israelitas apareciam diante de Moisés com uma "disputa" que precisava ser resolvida. Como ele era o único que se "sentaria como juiz", havia uma enorme multidão de pessoas ao seu redor o dia todo, esperando sua vez para defender seus casos. Moisés não apenas tinha que decidir esses casos, mas também ser aquele que educava o povo sobre os "estatutos" do SENHOR (regras e diretrizes que deveriam estabelecer limites no comportamento humano) e Suas "leis" (hebraico “Torá”, ou conjunto de pronunciamentos dados para ensinar as pessoas sobre situações que ocorrem na vida).

O conselho de Jetro está nos vv. 17-23. Vendo o que estava acontecendo e sentindo como era ineficiente para uma pessoa ser a única a julgar as questões do povo, o sogro de Moisés lhe diz: Isso que estás fazendo não é bom. Ele explica a Moisés: Tu certamente te desgastarás, tanto a ti mesmo quanto a essas pessoas que estão contigo, pois a tarefa é muito pesada, tu não podes fazê-la sozinho. A palavra traduzida como "desgastar" significa literalmente "desvanecer" ou "murchar". Jetro viu que Moisés perderia tentando julgar todas as disputas, grandes e pequenas, e o povo murcharia esperando que seu caso fosse ouvido. À luz do fato de que provavelmente havia cerca de dois milhões de israelitas, é perfeitamente possível que o tempo de espera para que um caso fosse ouvido por Moisés fosse extremamente longo e frustrante.

Jetro, então, detalha sua solução nos vv. 17-23 para o problema que viu nos vv. 15-16. Ele diz a Moisés: Agora ouça-me: Eu te darei conselhos, e Deus esteja com você. É como se Jetro levasse Moisés pelo braço para impressionar o genro com a gravidade do problema. Jetro diz a Moisés: "Ouça-me", literalmente "ouça a minha voz". Ele queria que Moisés prestasse atenção em seus conselhos e estava confiante de que Deus estaria com ele. Sua solução envolvia vários tópicos:

Primeiro, ele lista as coisas pelas quais Moisés deveria ser responsável. Moisés deveria, primeiro, se concentrar em ser o representante do povo diante de Deus. Ele estava fazendo isso há algum tempo e deveria continuar a sê-lo no futuro.

Além disso, Moisés deveria continuar a levar as disputas a Deus. Ele vinha desempenhando esse papel por um tempo também, mas Jetro sugeriu um limite para isso nos versos seguintes. A palavra "disputas" pode ser traduzida como "assuntos", dando a entender que o que chegava diante de Moisés pode ter sido mais do que questões judiciais. Provavelmente incluía a busca por conselhos sobre questões que não eram de natureza judicial.

Outro foco de Moisés deveria ser o de ensinar-lhes os estatutos e as leis e dar-lhes a conhecer o caminho em que devem andar e o trabalho que devem fazer. A palavra traduzida como "ensinar" também pode significar "advertir", implicando que obedecer aos "estatutos" e "leis" (hebraico “Torah”) deveria ser levada muito a sério. Além disso, ele deveria "dar a conhecer" (literalmente, "levar a saber") a "maneira" (isto é, o estilo de vida) que eles deveriam viver como o povo de aliança do SENHOR e a "obra" que deveriam fazer à luz desta condição.

Nos versículos 21 a 23, Jetro compartilha seu plano sobre como implementar um novo sistema de justiça para os israelitas, a fim de aliviar a carga das atividades judiciais de Moisés e dividir conhecimento e governança entre um amplo grupo de líderes. Jetro sugere que Moisés selecione de todas as pessoas homens capazes que tivessem as seguintes qualidades:

  • Eles deveriam temer a Deus, não ser pagãos nem misturar a adoração do Senhor com outras divindades.
  • Eles deveriam ser homens de verdade, o que significa que deveriam ser homens que conheciam a verdade e se esforçavam para julgar à luz dela, em vez de ouvir enganos ou falsidades.
  • Deviam também ser aqueles que odiassem o ganho desonesto. Deviam ser incorruptíveis e não vulneráveis à sedução do dinheiro. Não deveriam ser homens que receberiam propina para obter julgamentos favoráveis.

Esses homens deveriam ser organizados hierarquicamente, colocando-os como líderes de milhares, de centenas, de cinquenta e de dezenas. Presumivelmente, se um assunto fosse muito sério para um líder de "dezenas", ele o passaria para o líder de "cinquenta", e assim por diante. Dessa forma, Moisés só teria que julgar as mais sérias das disputas, não todas elas. Esses "líderes" deveriam julgar o povo em todos os momentos. Porém, todas as grandes disputas seriam trazidas a Moisés e toda disputa menor eles mesmos a julgariam. Jetro parecia estar confiante de que seria mais fácil para Moisés, já que eles carregariam o fardo com ele. Ele também previu que, se Moisés fizesse isso (v. 23), conforme instrução de Deus, então ele seria capaz de governar bem e todas as pessoas também voltariam a seus lugares em paz. Isso aliviaria a carga sobre Moisés e ele teria energia e vigor para assumir os assuntos mais importantes que o SENHOR queria que ele fizesse. O povo seria treinado para se autogovernar e também para ver a justiça feita de forma mais rápida, resultando em um sistema mais eficiente.

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