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Significado de Êxodo 19:10-15

Nos versículos 10-15, o SENHOR diz a Moisés para "consagrar" o povo, a fim de prepará-lo para a realização da aliança. Esse processo inclui lavar suas roupas e respeitar as restrições relativas ao Monte Sinai. Moisés faz o que o Senhor ordena. No terceiro dia, o SENHOR iria descer ao Monte Sinai para comungar com Seu povo, que está parado diante da montanha.

Os fundamentos da aliança estão, agora, estabelecidos. O Senhor propôs abençoar Israel caso o povo seguisse Seus preceitos e concordasse com Sua proposta. Agora, o povo precisava estar preparado para entrar na presença de seu Deus, seu Governante ou Susserano na aliança. Para fazer isso, o Senhor diz a Moisés: "Ide ao povo e consagrai-o hoje e amanhã". Ou seja, eles deveriam abster-se das atividades comuns da vida por dois dias. Suas mentes deveriam ser consumidas pela seriedade do que estava prestes a acontecer e se separarem (consagrarem) para este evento especial.

A palavra "consagrar" é a mesma palavra traduzida como "santo" em outros versículos. Ser consagrado ou "santo" era ser separado das influências corruptas do mundo para um propósito especial. O povo deveria lavar suas vestes como símbolo de pureza, pois a instrução de Deus os levaria a purificar suas vidas.

A palavra para "roupas" (hebraico "semalot") não é a palavra hebraica normal para roupas (hebraico "begadim"). A palavra usada aqui é a mesma usada para "roupas" em Êxodo 3:22, o que pode indicar que as vestes a serem lavadas eram roupas que os egípcios deram aos israelitas quando deixaram o Egito. Essas podem ter sido roupas especiais para eventos, considerando que os escravos provavelmente não tinham roupas "extravagantes". Isso também pode ser simbólico da libertação de Deus trazendo Israel para fora do Egito.

A consagração deveria durar dois dias e eles deveriam estar prontos para o terceiro dia. Por quê? Porque no terceiro dia o Senhor descerá ao Monte Sinai à vista de todo o povo. O Deus santo iria descer do céu e encontrar-Se com Seu povo de aliança no deserto. E todos veriam as evidências de Sua presença. Isso pode prenunciar os três dias de espera antes de Jesus ser visto em glória depois de ressuscitar ao terceiro dia.

Porém, havia uma restrição, declarada no v. 12. O SENHOR instrui Moisés a estabelecer limites para o povo ao redor. Havia um limite para o quão perto o povo poderia chegar do santo Senhor. Ele deveria dizer ao povo para tomar cuidado: Não subam à montanha nem toquem na fronteira dela. Eles deveriam evitar escalar a montanha ou mesmo tocar sua borda. Eles deveriam vir à presença de Deus, mas nos termos de Deus, mantendo distância. Como veremos, essa proibição pode ter sido dada, em parte, para proteger o povo de se sentir oprimido, pois eles logo pedirão a Moisés que os afaste ainda mais da presença de Deus.

Para mostrar a seriedade de manter os limites, a pena é sombria: Quem tocar a montanha certamente será morto. A pena não envolvia a apreensão do indivíduo, pois nenhuma mão o tocaria. Em vez disso, o infrator certamente será apedrejado ou executado e a regra seria aplicada à besta ou ao homem, ele não viverá.

Os crentes do Novo Testamento podem "aproximar-se com confiança ao trono da graça" (Hb. 4:16), isto é, entrar em Sua presença, porque Jesus Cristo é nosso sumo sacerdote (Hb. 4:14). Deus se tornou mais acessível? Provavelmente não. No caso dos israelitas, eles também estavam próximos. Porém, Deus iria manifestar Sua presença de maneira física, algo do qual eles não se esqueceriam. Seu objetivo era implantar a mensagem em suas mentes, para que temessem a Deus. Se eles chegassem muito perto, eles poderiam simplesmente desmaiar ou morrer, perdendo, assim, a mensagem. Os crentes do Novo Testamento são convidados a se aproximar do trono de Deus nesta vida, mas não a ocupá-lo. Surpreendentemente, no entanto, Jesus oferece como recompensa aos "vencedores" se sentarem com Ele em Seu trono no Reino vindouro (Apocalipse 3:21).

A última instrução dizia respeito a quando os israelitas poderiam se aproximar da montanha. Eles precisavam ouvir quando a trombeta soar longamente, então nesse momento eles subirão para a montanha. Não há nada no texto que diga quem deveria tocar a trombeta. Talvez tenha sido o próprio Senhor.

Nos vv. 14–15, a mensagem é transmitida ao povo. Depois que o SENHOR terminou Seu discurso, Moisés desceu do monte para o povo e consagrou o povo. As pessoas fizeram o que lhes foi dito e lavaram suas roupas. Além disso, ele diz ao povo: Estejam prontos para o terceiro dia. Esse reino ou nação recém-consagrada, que deveria funcionar como sacerdote para outras nações, precisava tomar extremo cuidado e preparar-se para estar na presença do Senhor.

Moisés, então, acrescenta uma exigência não mencionada pelo Senhor nos versículos anteriores. Ele diz às pessoas (homens em particular) que não se aproximem de uma mulher. Pode dizer respeito ao que seria incluído na Lei mais tarde, que um marido e uma mulher que tivessem relações sexuais seriam impuros até a noite (Levítico 15:18). Ninguém que fosse impuro poderia se aproximar do SENHOR em adoração cerimonial.

Essas restrições são provavelmente emitidas à luz das práticas pagãs em torno delas. Em geral, o culto pagão no Antigo Oriente Próximo envolvia a atividade sexual. A idéia básica da idolatria era: "Eu posso manipular o poder sobrenatural e fazer meus pedidos". A ilusão de "controle sobre as coisas" é um poderoso atrativo para os humanos. Outro atrativo poderoso é a atividade sexual ilícita. A atividade sexual pagã frequentemente envolvia prostitutas, práticas sexuais desviantes e pornografia. Isso também é um fascínio, especialmente para os homens. Assim, o culto pagão oferecia tanto a prática do controle quanto uma justificativa moral para a busca de apetites sexuais irrestritos. Ambos os fatores ajudam a explicar a popularidade do paganismo – ele era centrado no homem. A aliança de Deus é orientada para o próximo e centrada na comunidade. Para fazer uma distinção clara, Deus cria outro limite e diz aos homens para não se aproximarem de uma mulher durante os três dias de consagração.

O que não se pode concluir desse mandamento é que as relações sexuais entre marido e mulher sejam pecaminosas. A Bíblia é clara em ensinar que as relações sexuais conjugais foram criadas por Deus e são boas. O sexo conjugal tem a intenção de abençoar os seres humanos. A declaração de Adão em Gênesis 2:24 de que os "dois se tornarão uma só carne" é interpretada pelo Novo Testamento como incluindo as relações sexuais (1 Coríntios 6:15-17). Cantares de Salomão pode ser visto como um guia de instrução para o relacionamento sexual eficaz entre marido e mulher. O Novo Testamento encoraja os casais a se envolverem regularmente em relações sexuais, exceto quando jejuam/se abstêm para consagração, semelhante a essa proibição (1 Coríntios 7:1-5). A Bíblia também afirma que há bênçãos reservadas para o relacionamento sexual conjugal adequado, seguindo a ordem de que o "leito matrimonial não seja contaminado" com a imoralidade sexual (Hebreus 13:4).

O conceito de pureza diante do SENHOR pode ser visto em toda a Escritura. Salmos 24:3-4 diz: "Quem pode subir ao monte do Senhor? E quem pode estar em Seu lugar santo? Aquele que tem as mãos limpas e o coração puro, que não elevou a alma à falsidade e não jurou enganar." No Novo Testamento, Jesus diz: "Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus" (Mateus 5:8). Isso também é mencionado pelo escritor de Hebreus quando diz: "Buscai a paz com todos os homens e a santificação sem a qual ninguém verá o Senhor" (Hb. 12:14).

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