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Significado de Êxodo 33:18-23

Moisés precisava de um sinal visível que confirmasse a presença prometida do Senhor. Então, ele pede a Deus para mostrar-se a ele visivelmente. O Senhor responde, permitindo que Moisés visse Suas costas, mas não Seu rosto.

Moisés estava em um momento de sucesso e, assim, continua avançando. Até agora, Deus havia concedido tudo o que ele havia pedido. Deus acabara de atender ao pedido de Moisés para restaurar Sua presença a Israel durante sua peregrinação à Terra Prometida. Deus diz a Moisés que a razão pela qual Ele havia concedido o pedido era porque Ele favorecia grandemente a Moisés. Moisés também havia expressado o desejo de "conhecer Seus caminhos" (v.13). Agora, Moisés pede não apenas para conhecer aos caminhos de Deus, mas para conhecê-Lo pessoalmente.

Moisés iniciado seu pedido ao SENHOR: "Eu oro que me mostre Sua glória!" Embora tenha testemunhado as obras anteriores do SENHOR (a nuvem, a coluna de fogo, etc.), Moisés agora deseja ver Sua glória. A palavra "glória" geralmente se refere à essência visível de alguém ou de alguma coisa. 1 Coríntios 15:41 nos diz que o sol tem uma glória e a lua tem uma glória, e suas glórias diferem porque suas essências observáveis são diferentes. Em Filipenses, Paulo diz em relação àqueles que se tornaram inimigos da cruz de Cristo que a "glória deles é a sua vergonha, pois só pensam nas coisas terrenas" (Filipenses 3:19). Em todos esses casos, a essência da glória é visível aos observadores.

Antes da entrega da Lei, o SENHOR havia prometido a Moisés e a Arão que eles "veriam a glória do SENHOR" (Êxodo 16:7). Moisés e os israelitas viram a "glória" de Deus cobrindo o monte Sinai (Êxodo 24:16-17) que apareceu como uma "nuvem". Novamente, a essência era visível. Aqui, Moisés está falando com Deus "face a face, como fala um homem com seu amigo" (v.11). Moisés, então, faz um pedido pessoal para ver Sua glória.

Há vários lugares na Bíblia em que alguém viu a glória do SENHOR. Isaías menciona isso em Isaías 35:2, onde a glória de Deus seria vista através do florescimento do deserto. O Salmo 19 diz que os céus proclamam a glória de Deus; os seres humanos podem ver a essência de Deus ao observar o que Ele criou. Esse princípio é ecoado em Romanos 1:20. Ezequiel registra que ele "olhou, e eis que a glória do SENHOR encheu a casa do SENHOR" (Ezequiel 44:4). No Novo Testamento, Lucas registra que "quando eles [Pedro, Tiago e João] estavam plenamente acordados, viram a Sua glória", se referindo à aparência glorificada de Jesus (Lc 9:32). Jesus, ao confrontar Marta na ressurreição de Lázaro, disse a ela que se ela cresse, ela "veria a glória de Deus", referindo-se ao milagre da ressurreição que ela estava prestes a testemunhar (João 11:40).

A primeira parte da resposta do SENHOR ao pedido de Moisés para ver Sua glória está no versículo 19. O SENHOR responde a Moisés, dizendo: "Eu mesmo farei toda a minha bondade passar diante de você e proclamarei o nome do SENHOR diante de você". O SENHOR afirma que faria Sua "bondade" diante de Moisés. Isso pode significar que Deus mostraria a Moisés uma característica - uma parte, mas não toda, de Sua essência completa. Isso provavelmente aconteceu como uma resposta ao que Moisés realmente desejava, mas era tudo o que Moisés conseguiria suportar.

Na medida em que Sua bondade passasse, Deus proclamaria o nome do SENHOR. O nome do SENHOR é uma referência ao Seu caráter. Parece que Deus escolheu um aspecto de Sua glória para que Moisés observasse - a bondade. Isso parece apropriado, considerando que Deus havia disciplinado a Israel e desejava assegurar a Moisés que Ele tinha o melhor para os descendentes de Abraão em seu coração.

Um dos aspectos do caráter de Deus é Sua soberania. Ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia e me compadecerei de quem eu me compadecer. Deus mostrará Sua bondade, mas essa bondade será decidida por Ele. Não é uma mercadoria a ser adquirida por meio de uma transação. Ele mesmo decide quem serão os destinatários de Sua graça e compaixão.

Paul cita o versículo 19 em Romanos 9:15 ao responder à acusação implícita de que seu ensinamento leva à conclusão de que Deus havia rejeitado a Israel, tornando Deus injusto. Paulo é enfático ao afirmar que isso não é verdade. Deus é totalmente justo. "Não existe injustiça em Deus", diz Paulo, porque, assim como Deus disse a Moisés: "Terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia e me compadecerei de quem eu me compadecer" (Romanos 9:14b-15). Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre (Hebreus 13:9).

A próxima parte da resposta do SENHOR foi direcionada ao desejo de Moisés de ver Sua glória (ou essência). O que Moisés foi permitido ver seria restrito. Ele diz a Moisés que não poderia ver a Sua face, pois nenhum homem pode Vê-lo e viver. Novamente, Deus é gracioso. Em Sua benevolência, Ele não concede completamente o pedido de Moisés, como acontece muitas vezes. Quando Deus diz "Não", muitas vezes não sabemos o motivo pelo qual Ele diz "Não". Neste caso, Ele explica que vê-Lo causaria a morte de Moisés.

Porém, em Sua graça, o SENHOR providencia uma maneira para que Moisés experimentasse Sua glória. Ele diz a Moisés que havia um lugar junto a Ele, e nesse lugar Moisés deveria ficar de pé sobre a rocha. A rocha, assim como visto em outras Escrituras, era um símbolo da presença do SENHOR e uma fonte de segurança (Deuteronômio 32:4; Salmos 18:2, 41:3, 95:1). No Novo Testamento, Jesus Cristo é chamado de rocha (Romanos 9:33; 1 Coríntios 10:4).

O SENHOR diz a Moisés o que iria acontecer. Ele afirma: Enquanto Minha estiver passando, Eu irei te colocar na fenda da rocha. Observe que foi o próprio SENHOR quem colocou Moisés na fenda da rocha. Este era um lugar seguro, uma fenda na rocha que o protegeria. Além disso, o SENHOR cobriria Moisés com Sua mão (literalmente, "palma") até Eu passar, garantindo assim que Moisés não veria Seu rosto e morreria.

Depois que o SENHOR tivesse passado, Ele retiraria Sua mão. Isso permitiria que Moisés visse Suas costas. No entanto, o SENHOR repete que Sua face não seria vista. Portanto, Moisés foi autorizado a ver a glória do SENHOR por trás, mas não Sua face.

Ver o que Moisés foi autorizado a ver foi uma honra concedida a poucos na Bíblia. Neste capítulo, Deus honra a Moisés e ouve às suas três petições. Os dois primeiros diziam respeito ao trabalho de Moisés como líder e intercessor de Israel. O último, ver a glória de Deus, parecia ser simplesmente um desejo originado no entusiasmo de Moisés em conhecer a Deus. Moisés era o homem mais humilde de toda a terra (Números 12:3), o que significa que ele tinha a maior capacidade de ver a realidade como ela é (essência da humildade).

Moisés compreendeu o que Jesus explicou em João 17, que a maior experiência disponível nesta vida é conhecer a Deus (João 17:3). Jesus descreve o conhecer a Deus como "vida eterna". Isso não é o presente gratuito do novo nascimento, que vem da fé (João 3:14-16), mas a experiência de se conhecer a Deus. Moisés teve esse desejo e pede para ver a glória de Deus. É interessante notar que Deus tenha concedido seu pedido, mesmo que fosse apenas um desejo pessoal. Obviamente, Deus respeitava e apreciava Moisés. Isso também ilustra que Deus compreende nossos desejos mais profundos melhor do que nós mesmos e os cumprirá de uma maneira que exceda a nossa capacidade de compreensão.

O Novo Testamento enfatiza o que Moisés entendeu: conhecer Deus é a experiência definitiva que leva ao cumprimento dos nossos desejos mais profundos. Porém, isso é melhor realizado através da fé. Jesus mostrou ao Apóstolo Tomé as marcas dos pregos em suas mãos e no lado, para provar que Ele verdadeiramente havia ressuscitado dos mortos. Quando Jesus fez isso, Tomé acreditou. No entanto, Jesus afirma que aqueles que crêem sem ver receberiam uma bênção ainda maior (João 20:29). Da mesma forma, Jesus diz a Seus discípulos: "É para o seu próprio bem que eu vá embora; pois, se eu não for, o Auxiliador (Espírito Santo) não virá a vós; mas se eu for, eu O enviarei a vós" (João 16:7). A Bíblia é clara em afirmar que conhecer a Deus pela fé é uma oportunidade particularmente maravilhosa que só ocorre nesta vida.

No Céu, conheceremos a Deus plenamente. Na verdade, Paulo usa a expressão "face a face" para descrever como conheceremos a Deus, talvez tendo em mente a experiência de Moisés (1 Coríntios 13:12). No Céu, porém, Deus não precisará esconder Seu rosto dos redimidos pelo Cordeiro. Isso significa que é apenas nesta vida que temos a oportunidade de obter a experiência da vida eterna, o cumprimento supremo da vida, através do conhecimento de Deus pela fé. Cada crente tem a oportunidade de conhecer a Deus de maneira semelhante a Moisés, conhecendo os Seus caminhos, vendo a Sua glória por meio do Seu trabalho em nós e ao nosso redor, e se rendendo ao Espírito Santo, o Auxiliador enviado por Jesus que nos acompanha como coluna de nuvem durante o dia e de fogo durante a noite.

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