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Significado de Isaías 53:7-8a

Isaías prediz que o Messias será tão manso quanto uma ovelha pouco antes de ser sacrificada. Ele não protestará ou reclamará do que está acontecendo injustamente a Ele. Ele será oprimido e julgado. Isaías profetiza essas coisas em um quiasmo.

Essa profecia messiânica é comumente conhecida como a profecia do Servo Sofredor.

O compilado de Isaías 52:13 - 53:12 é normalmente referido como a profecia do "Servo Sofredor". Essa descrição é derivada do sofrimento que a passagem prediz que cairá sobre o Messias, que é descrito pelo SENHOR como "Meu Servo" (Isaías 52:13; 53:11).

Isaías profetiza essas coisas em um tempo profético-passado, que fala de eventos futuros como se já tivessem ocorrido.

Nos versículos anteriores desta profecia, Isaías descreveu os terríveis sofrimentos do Messias e revelou que a razão de Seu sofrimento era para o nosso bem. Ele suportou o peso de nossas transgressões, e a culpa e a penalidade de nossas iniquidades caíram sobre Ele (Isaías 53:3-6).

Isaías 53:7-8a prediz como o Messias responderá enquanto sofre essas injustiças nas mãos dos homens e em obediência ao SENHOR. O profeta compara o Messias sofredor a um cordeiro ignorante e silencioso que é levado ao matadouro. Isaías faz isso por meio de um breve quiasmo.

Um quiasmo é um padrão poético de declarações ou ideias cujo arranjo se assemelha à metade esquerda da forma da letra grega "Qui" que se parece com a letra "X" em português. Quiasmos são um padrão espelhado que segue um formato A-B-C…C'-B'-A'. A ideia principal dos quiasmos está localizada em seu centro, de modo que, à medida que se estreitam, eles se aproximam em proximidade e importância da declaração mais importante, antes de desenrolar e espelhar as linhas anteriores. Quiasmos são encontrados em toda a Escritura. Eles eram comumente usados na cultura de Israel para expressar pensamentos e ideias.

Aqui está a profecia de Isaías com uma estrutura de quiasmo:

A. Ele foi oprimido e afligido

B. Contudo, Ele não abriu a boca;

C. Como um cordeiro que é levado ao matadouro,

C'. como a ovelha que é muda diante dos que a tosquiam

B'. Assim, Ele não abriu a boca.

A'. Pela opressão e pelo juízo, foi ele arrebatado

As primeiras e últimas linhas se relacionam. Ambas descrevem tipos de opressão que o Messias sofrerá.

A. Ele foi oprimido e afligido

A'. Pela opressão e pelo juízo, foi ele arrebatado

As segunda e quinta linhas estão relacionadas. Em hebraico, elas são idênticas.

B. Contudo, Ele não abriu a boca;

B'. Assim, Ele não abriu a boca.

E as duas ideias centrais formam o cerne do quiasmo. Elas comparam o comportamento do Messias a um cordeiro ou ovelha dócil que está prestes a ser sacrificado.

Portanto, o cerne deste curto quiasmo, é uma comparação da humilde contenção do Messias diante de seus inimigos com a submissão de um cordeiro e uma ovelha diante de seus abatedores e tosquiadores. Jesus se comporta como um cordeiro dócil, mesmo enquanto Seus inimigos O humilham e O assassinam.

A linha de abertura deste quiasmo lembra que o Messias foi oprimido e afligido.

A. Ele foi oprimido e afligido

Oprimido significa ser abusado e injustamente privado de seus direitos. Afligido significa sofrer dor. Os versículos anteriores detalham as maneiras pelas quais o Messias será oprimido e afligido (Isaías 53:3-6). A palavra hebraica traduzida como opressão nesta linha é נָגַשׂ (H565 - pronunciada "nāḡaś"). Significa ser pressionado ou conduzido por um feitor ou tirano.

Geralmente, quando alguém é oprimido e injustamente afligido, ele reclama. Os israelitas clamaram a Deus por libertação quando foram oprimidos e afligidos no Egito (Êxodo 2:23-25). E Deus ouviu os seus clamores e enviou Moisés para libertá-los (Êxodo 3:9-10).

Mas o Messias não se queixará ou clamará quando for oprimido e afligido. Isaías profetizou: mesmo quando Ele sofreu terrivelmente de maneira injusta, Ele não abriu a boca.

E isso é profetizado na segunda linha do quiasmo.

B. Contudo, Ele não abriu a boca;

Embora enquanto Jesus estava no jardim tenha pedido ao Pai que providenciasse um caminho diferente para redimir o mundo logo antes de ser preso e maltratado (Lucas 22:41-42), Ele nunca se queixou ou chamou Deus de injusto. Assim como Jó (Jó 42:7b), Jesus suportou Seu sofrimento sem pecado ou falar erroneamente de Deus. Ao contrário de Jó, Jesus poderia ter pedido ao Pai para enviar doze legiões de anjos para resgatá-Lo, e isso teria acontecido (Mateus 26:53). Mas Jesus humildemente se submeteu à vontade de Seu Pai (Mateus 26:39).

Mais tarde, nesta profecia sobre o Servo Sofredor, Isaías predirá: "Nem houve engano em sua boca" (Isaías 53:9). Jesus foi um cordeiro perfeito, o verdadeiro sacrifício da Páscoa dado pelos pecados do mundo (Hebreus 9:26-28).

Anos após a morte, ressurreição e ascensão de Jesus, o apóstolo Pedro declarará que Ele cumpriu esta profecia de Isaías 53 durante Seu julgamento e sofrimentos:

“Pois, para isso, fostes chamados, porquanto também Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo, para que sigais as suas pisadas. Ele não cometeu pecado, nem tampouco foi achado engano na sua boca; sendo injuriado, não injuriava; padecendo, não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente”
(1 Pedro 2:21-23)

Dado que Pedro se refere tantas vezes a Isaías 53 em seus escritos, podemos especular que Isaías 53 foi um trecho proeminente que Jesus usou para abrir a mente dos discípulos para as Escrituras e mostrar que estava profetizado que Ele deveria morrer e ressuscitar dentre os mortos (Lucas 24:44-45).

O cerne deste quiasmo de Isaías 53:7-8a é uma comparação da humilde contenção do Messias diante de seus inimigos com a submissão de um cordeiro e uma ovelha diante de seus abatedores e tosquiadores, enquanto O humilham e O assassinam. As linhas centrais deste quiasmo profético são:

C. Como um cordeiro que é levado ao matadouro,

C'. como a ovelha que é muda diante dos que a tosquiam

Cordeiros eram regularmente oferecidos como sacrifícios como parte do costume e da lei judaica. Mas os cordeiros eram ignorantes e não sabiam o que estava prestes a acontecer com eles enquanto eram conduzidos ao local do sacrifício. Os cordeiros seguem submissamente enquanto são levados para o abate. Eles não protestam. Eles ficam em silêncio. Mesmo sabendo que seria sacrificado, Jesus também foi submisso ao ser conduzido ao seu sacrifício para servir como o sacrifício perfeito pelos pecados do mundo (Hebreus 9:27-29).

Esta profecia indica que o Messias será sacrificado. Ele será assassinado, morto, ou executado. E, à medida que Ele estiver prestes a ser morto, Ele será tão passivo quanto um cordeiro que não sabe que está prestes a morrer.

Jesus, o Messias, que era "o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!" (João 1:29), foi tão submisso quanto um cordeiro conduzido ao abate, mesmo sabendo exatamente o que estava acontecendo.

Ele predisse Sua morte muitas vezes a Seus discípulos (Mateus 10:38, 12:39-40; 16:4; 16:21; 17:22-23; 20:17-19; 26:31-32). Ele orou para que Deus tirasse "este cálice" Dele, mas mesmo assim, orou para que a vontade de Seu Pai, e não a Dele, fosse feita (Mateus 26:39). E apesar de saber da cruel injustiça e sofrimento que estava prestes a suportar; Ele ficou em silêncio como um cordeiro sendo conduzido ao abate.

Além disso, há também uma sugestão na profecia de Isaías de que o Messias será até mesmo morto pelos sacerdotes, porque eram os eles que realizavam o sacrifício de um cordeiro. Os sacerdotes foram, por assim dizer, os responsáveis pelo sacrifício do Messias e Cordeiro de Deus. Os sacerdotes tramaram e orquestraram a prisão de Jesus (Mateus 26:3-4; 47). Eles fabricaram uma sentença de morte em Seu julgamento (Mateus 26:57, 59-67). E pressionaram Pilatos a ordenar Sua execução de acordo com seus desejos assassinos (Mateus 27:1, 20-25).

Isaías prediz a mansidão silenciosa do Messias enquanto Seus inimigos O assassinam. Ele também prevê que o Messias permanecerá em silêncio enquanto O humilham.

C'. como a ovelha que é muda diante dos que a tosquiam

B'. Assim, Ele não abriu a boca.

Nessa analogia, Isaías compara o Messias a uma ovelha cuja lã está prestes a ser cortada. Assim como a ovelha parece não estar ciente do que está prestes a acontecer, ela não protesta quando seu tosquiador vem para cortar sua lã. Outro aspecto possível dessa analogia é a lã, embora não seja mencionada pelo nome. As ovelhas ficam nuas e engraçadas depois que sua lã é cortada. De certa forma, seus tosquiadores as humilham.

Da mesma forma, o Messias não abrirá a boca diante de Seus inimigos enquanto eles O humilham. Essa profecia sugere algum tipo de julgamento (ou outra situação) onde o Messias recusará a oportunidade de se dirigir e/ou se apresentar diante de Seus inimigos. A última linha desse quiasmo reforça essas sugestões de um julgamento quando diz: Pela pelo juízo, foi ele arrebatado.

Jesus, o Messias, permaneceu em grande parte em silêncio diante de Seus inimigos enquanto eles O difamavam e batiam Nele. Parece que Ele respondeu apenas a algumas perguntas específicas.

Quando Ele estava diante do conselho do Sinédrio, composto por sacerdotes e anciãos judeus que decidiriam Seu destino, "Jesus ficou em silêncio" (Mateus 26:63; Marcos 14:61). A única vez que Ele falou foi quando ordenaram que Ele lhes dissesse se era ou não o Messias (Mateus 26:63-64; Marcos 14:61-62).

Quando Ele foi levado perante o Rei Herodes, Jesus "nada lhe respondeu" (Lucas 23:9).

E embora Jesus tenha respondido às perguntas de Pilatos, Ele fez isso apenas em particular. Mas diante das multidões clamando por Sua morte e pela libertação de Barrabás, Jesus foi como uma ovelha que é silenciosa diante de seus tosquiadores e não abriu a boca.

Isaías encerra seu quiasmo profético reiterando o tema da opressão.

A'. Pela opressão e pelo juízo, foi ele arrebatado

Ele profetiza que a opressão do Messias continuará no tribunal de justiça.

A palavra hebraica para opressão neste versículo é diferente da palavra usada para oprimido na linha de abertura deste quiasmo. A palavra usada na primeira linha é נָגַשׂ (H5065 - pronunciada "naw-gas"). Descreve ser politicamente oprimido e pressionado por um tirano ou escravizado e conduzido por um feitor. A palavra hebraica usada aqui é de עָצַר (H6113 - pronunciada "o'-tser"). Significa ser "amarrado", "constrangido" ou "preso".

A palavra hebraica traduzida como julgamento é uma forma da palavra: שָׁפַט (H8199). É pronunciada "mish-pawt". E está fortemente associada a um julgamento legal. De acordo com a Dicionário Bíblico Strong, suas principais definições incluem:

  • "um ato de decidir um caso"
  • "um lugar, tribunal ou assento de julgamento"
  • "um processo, procedimento, litígio (perante juízes)"
  • "um caso ou causa (apresentado para julgamento)"
  • "uma sentença, decisão (de julgamento)"
  • "uma execução (de julgamento)"
  • "um tempo de julgamento"

A palavra que é traduzida como "levado" na frase pela opressão e pelo juízo, foi ele arrebatado é uma forma da palavra hebraica: לָקַח (pronunciada: "law-kakh" - H3947). Pode significar ser "levado cativo" ou "tomar vingança".

Oprimir significa ser tratado injustamente. Um tribunal de julgamento é um lugar onde a opressão deveria terminar e a justiça ser feita. Mas, de acordo com esta profecia, o Messias será oprimido e sofrerá injustiça em Seu julgamento.

Essa profecia é estranha por duas razões.

A primeira razão pela qual essa profecia é estranha é que o Messias é o Rei de Israel. Ele é aquele que deve julgar Israel e proferir sentenças. Ele não deveria ser julgado. Como o Ungido do Senhor, o Messias está acima de julgamento. No entanto, Isaías está prevendo que Ele será julgado por outros.

A segunda razão pela qual essa profecia é estranha é porque o Messias, o Eleito do Senhor, não receberá justiça, mas injustiça. Além de ser oprimido, desprezado e abandonado pelos homens comuns (Isaías 53:3), Ele também será maltratado e oprimido pelos seus juízes.

Jesus, o Messias, pela opressão e pelo juízo, foi ele arrebatado.

Os sacerdotes no julgamento de Jesus não estavam interessados na verdade. A única preocupação deles parecia ser como encontrar uma calúnia que pudessem usar para condená-Lo à morte. Seu julgamento foi apressado. Foi feito ilegalmente no segredo da noite e madrugada - eles o levaram a Pilatos enquanto ainda era cedo (João 18:28). Seu julgamento foi corrupto e precário. Eles nem sequer conseguiram fazer com que seus falsos acusadores concordassem com suas acusações (Mateus 26:59-60). Ridicularizaram e bateram em Jesus durante todo o julgamento - mesmo antes de chegarem ao seu julgamento oficial (Lucas 18:63). E quando Jesus disse a verdade sobre Si mesmo, Seus opressores entraram em uma raiva de vingança abusiva e zombaria (Mateus 26:67-68; Marcos 14:65).

O julgamento de Jesus foi uma farsa. Foi uma zombaria da justiça e, em si, foi uma afronta às leis de Deus. Aqui está uma breve lista de várias maneiras pelas quais os sacerdotes quebraram a lei ao condenar Jesus.

  1. Eles Participaram de Suborno.

“Não aceitarás peita, pois ela cega aos que têm vista e perverte as palavras dos justos.”

(Êxodo 23:8)

Jesus foi traído por seu discípulo, Judas, que recebeu trinta moedas de prata para levar os homens dos sacerdotes até Ele e efetuar Sua prisão (Mateus 26:14-16).

  1. 2. O julgamento incluiu testemunho claramente falso e o testemunho não foi investigado.

“Se uma testemunha maliciosa se levantar contra alguém para o acusar de algum transvio, ambos os homens que tiverem a demanda comparecerão perante Jeová, perante os sacerdotes e os juízes que houver naqueles dias. Os juízes indagarão bem; se a testemunha for falsa e tiver dado falso testemunho contra seu irmão, tratá-lo-eis como ele tinha intento de tratar a seu irmão;”
(Deuteronômio 19:15-19)

Jesus deveria ter sido absolvido porque o testemunho das falsas testemunhas não concordava. Não houve uma investigação minuciosa para descobrir a verdade (Mateus 26:59-66).

  1. O Sumo Sacerdote rasgou suas vestes, o que mostrou ser um juiz emocional e não imparcial.

“Aquele que é o sumo sacerdote entre os seus irmãos, sobre cuja cabeça é derramado o óleo da unção, e que é consagrado para se vestir das vestes sagradas, não descobrirá a cabeça, nem rasgará os seus vestidos”

(Levítico 21:10)

O sumo sacerdote rasgou suas roupas para demonstrar sua raiva quando Jesus respondeu à sua pergunta sobre se Ele era o Messias (Mateus 26:65).

Outras violações culturais incluíam: eles não deveriam dar um veredito após o pôr do sol, juízes não poderiam estar envolvidos na prisão, o julgamento deveria ser público, etc.

Ao longo dessa opressão e julgamento, Jesus não levantou um dedo nem abriu a boca para falar contra seus opressores, embora pudesse ter apelado ao seu Pai para colocar "mais de doze legiões de anjos" ao seu comando (Mateus 26:53).

Depois de o oprimir e afligir durante seu julgamento, eles o fizeram ser levado como um criminoso condenado a Pilatos, o governador romano da Judeia, para que ele o executasse (Mateus 27:1-2).

Interessantemente, Isaías 53:7-8 foi o trecho que o eunuco africano estava lendo na estrada entre Jerusalém e Gaza quando Filipe apareceu a ele e o conduziu à fé em Jesus como o Messias. Essa história é contada em Atos 8:26-40. Isaías 53:7-8 é citado em Atos 8:32-33. Filipe usou o trecho para compartilhar as boas novas de Jesus com o eunuco.

Enquanto estudava essa profecia, o eunuco não conseguia entender de quem se tratava:

“Peço-te que me digas de quem falou isso o profeta? De si mesmo ou de algum outro?”

(Atos 8:34)

Filipe conseguiu explicar como a profecia se referia a Jesus, o Messias:

“Filipe abriu a boca e, principiando por esta Escritura, anunciou-lhe a Jesus.”

(Atos 8:35)

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