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Significado de Levítico 19:1-4

Deus ordena que os israelitas sejam santos como Ele é santo. Deus destaca três dos dez mandamentos que seriam fundamentais para esta tarefa.

Levítico 19 começa dizendo: Disse Jeová a Moisés. As informações a seguir deveriam ser consideradas à luz das discussões anteriores (capítulo 18). Levítico 18 descreve e proíbe vários tipos de comportamentos que constituíam um estilo de vida explorador. Sempre que uma sociedade, família ou indivíduo abrace a tais comportamentos pecaminosos eles se tornam fraturados e disfuncionais. Tais comportamentos eram predominantes na cultura egípcia da qual os israelitas foram redimidos, bem como na cultura cananéia na terra onde eles estavam prestes a se estabelecer (Levítico 18:3). Deus diz a Moisés: Fala a toda a congregação dos filhos de Israel e dize-lhes: Sereis santos; pois eu, Jeová, vosso Deus, sou santo. A palavra hebraica “santo” é "kadosh", significando literalmente "separado". Deus desejava que Seu povo fosse separado de todos os outros povos da terra. Deus desejava que eles vivessem vidas harmônicas baseadas no amor uns pelos outros, ao invés de terem um estilo de vida explorador. Deus desejava que Sua criação fizesse escolhas que os levassem à vida e ao florescimento, ao invés da morte e da decadência (Deuteronômio 30:19).

Costuma-se pensar que o oposto da santidade é a injustiça. No entanto, o oposto de do termo santo é o termo "comum". As nações da terra tinham, nessa época, estilos de vida exploradores em comum, que se manifestavam na forma de imoralidade sexual, roubo, idolatria, entre outras. Como precisavam ser separados das outras nações em seus comportamentos, Deus concedeu a Israel várias forma de fazê-lo, como por exemplo a circuncisão e a dieta.

Deus usa a frase “Sereis santos, pois eu, Jeová, vosso Deus, sou santo” em Levítico 11:45 ao definir os animais limpos e impuros para os israelitas comerem ou não comerem. Talvez pelo fato de Deus dizer aos israelitas para manterem uma dieta composta apenas de animais limpos, isso separaria ainda mais o povo do restante das nações. O papel de Israel no mundo era o de ser uma luz para as nações (Isaías 49:6, 60:3), um papel que eles poderiam cumprir apenas se fossem separados das outras nações ao seguirem aos caminhos de Deus, amando uns aos outros (Levítico 19:18), ao invés de viverem uma vida de exploração (Levítico 18).

Deus é o único Criador. Não há deus além Dele que conheça o caminho para o bem-estar dos seres humanos. Seguir a quaisquer outros deuses é seguir a caminhos de autodestruição. Israel foi separado para mostrar um caminho melhor para o mundo, um novo modo de vida.

Os crentes em Jesus (ramos enxertados na oliveira, Israel, conforme descrito em Romanos 11), também devem ser separados (santos) do mundo (descrentes), da mesma forma que Israel deveria ser separado. Jesus, em Sua parábola sobre o dono da vinha, poderia estar aludindo tanto aos crentes do Novo Testamento quanto a Israel. Israel pode ser representado pelos primeiros trabalhadores contratados para trabalhar na vinha (Mateus 20:1-16). Eles receberam um contrato com um benefício específico para uma obediência específica na forma de uma aliança contendo promessas específicas de recompensa por sua obediência. Os crentes do Novo Testamento representam os últimos trabalhadores a entrar na vinha para trabalhar. Esses trabalhadores aceitaram trabalhar e confiar na benevolência do dono da vinha para sua recompensa. O dono da vinha representa Deus. Deus prometeu grandes recompensas aos crentes do Novo Testamento conectadas ao Seu Reino espiritual (Apocalipse 3:21, 22:12). Leia nosso comentário sobre a Parábola da Vinha aqui.

Em seguida, em Levítico 19:3-4, Deus reafirma três dos Dez Mandamentos.

1) Temereis cada um a sua mãe e a seu pai; 2) guardareis os meus sábados; eu sou Jeová, vosso Deus; 3) não vos volteis a ídolos, nem façais para vós deuses fundidos: eu sou Jeová, vosso Deus.

Obedecer aos mandamentos de Deus diferenciaria os filhos de Israel das outras nações e criaria uma cultura de harmonia e autogoverno. O autogoverno só é possível quando as pessoas reconhecem que existe um Deus perante o qual elas prestarão contas, um Deus benevolente que sabe o que é melhor para elas e que as direciona a caminhos de bênção e paz (Deuteronômio 10:13).

O autogoverno começa a ser aprendido quando os filhos se submetem à benevolência de seus pais. Os pais possuem uma perspectiva e uma compreensão de quais comportamentos são benéficos a seus filhos. Esta perspectiva vai além da compreensão da criança. Os filhos ainda não conseguem ter a perspectiva de seus pais, devido à sua imaturidade. Eles são crianças e devem aprender a perspectiva de seus pais. É por isso que devemos “honrar mãe e pai”. A palavra hebraica para “honrar” é "yare", frequentemente traduzida como "temer" em referência a Deus. Ela inclui a idéia de que Deus tem nosso melhor interesse em Seu coração e nos impede de nos auto destruir.

Da mesma forma, os adultos devem reconhecer o Deus verdadeiro e vivo como seu Pai Celestial e obedecer a Seus caminhos. Ele sabe o que é melhor para nós e entende as perspectivas que nós, meros humanos, não conseguimos entender. É por isso que devemos seguir a Deus, em vez de seguirmos aos ídolos. O mandamento de não se voltar aos ídolos ou fazer deuses para si enfatiza o fato de que os seres humanos facilmente fazem ídolos para si mesmos.

Isaías 44 elabora sobre esse tema, observando que os seres humanos cortam uma árvore, usam metade como lenha, depois fazem uma imagem da outra metade, orando a ela e dizendo: "Livrai-me, pois tu és o meu deus!" (Isaías 44:16-17). Trata-se, obviamente, de um autoengano, uma mera forma sofisticada de racionalização. O fato de criarmos ídolos para nós mesmos deixa claro que desejamos usar os ídolos como justificativa moral para seguirmos a nossos próprios apetites em nome de "fazer o que queremos fazer". Em uma sociedade racional/materialista, as pessoas jamais pensariam em adorar uma estátua de madeira. Porém, é igualmente tolo olhar para as evidências da criação, seu design intrincado, os incríveis níveis de ajuste e a quantidade de informações contidas na menor das células e dizer: "Ah, isso foi um acidente cósmico, não sou moralmente responsável por ninguém além de mim mesmo".

Localizada entre ambas as admoestações de que os filhos obedeçam a seus pais e de que os adultos obedeçam a seu Pai Celestial (em vez de fazerem ídolos para si) vemos uma admoestação para que Israel guardasse o mandamento de Deus de honrar à lei sabática. Esta admoestação pode ter sido adicionada para enfatizar que Deus era o Ser supremo sobre tudo. Embora devamos honrar a nossos pais, eles não são supremos. Deus é supremo. No caso de uma escolha, ela é clara: Deus é a autoridade suprema e devemos obedecê-Lo acima de tudo.

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