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Significado de Levítico 19:5-8

Instruções a respeito dos sacrifícios de ofertas pacíficas são dadas, baseadas numa discussão semelhante observada em Levítico 7:11-18.

Quando os israelitas ofereciam sacrifícios de ofertas pacíficas ao Senhor, isso era feito para que eles fossem aceitos. Há três tipos de ofertas pacíficas descritas em Levítico 7:11-18, todas com várias restrições de tempo semelhantes em relação a quando deveriam ser ingeridas:

  1. Oferta de ação de graças — oferecido quando um israelita desejava dar graças ao SENHOR (Javé).
  2. Oferta de oblação – oferecido no cumprimento de um voto.
  3. Oferta voluntária — sacrifício voluntário de animais ou oferta de itens físicos, como ouro e prata, conforme ocorreu na construção do tabernáculo (Êxodo 35:29).

Comer-se-á no mesmo dia em que o oferecerdes, e no dia seguinte; se sobejar alguma coisa até ao terceiro dia, queimar-se-á com fogo. Pode haver uma conexão entre este estatuto e a Última Ceia, quando os discípulos participaram simbolicamente do corpo de Jesus simbolizado pelo pão na noite da Páscoa (Mateus 26:26). Depois disso, no terceiro dia, Jesus recebeu um corpo glorificado.

Na prática, esta advertência relacionada ao consumo das ofertas de paz dentro de dois dias também deixava claro que a oferta deveria ser uma celebração. A insistência de que a carne fosse comida logo após ser assada garantia que o alimento fosse consumido de forma festiva, com um grupo suficientemente grande para consumir todo o animal. O padrão do sacrifício ao SENHOR desfrutado em comunidade era completamente consistente com os mandamentos dados por Deus a Israel em Sua aliança com eles. Se eles obedecessem a Seus mandamentos e fossem separados para Seu serviço, eles colheriam uma grande harmonia e florescimento em suas comunidades, amando-se e colaborando uns com as outros.

A oferta do cordeiro pascal era uma oferta pacífica. Veja na passagem abaixo que a oferta do cordeiro pascal também limitava o tempo no qual deveria ser comida. Neste caso, a oferenda deveria ser consumida no mesmo dia em que era assada.

"Naquela noite comerão a carne assada no fogo e pães asmos; com ervas amargas o comerão. Não comereis dele cru, nem cozido em água, senão assado no fogo; comereis a sua cabeça com as suas pernas e com a sua fressura. Nada deixareis dele até pela manhã; porém o que dele ficar até pela manhã, queimá-lo-eis no fogo" (Êxodo 12:8-10).

Se alguém comesse a oferta pacífica no terceiro dia ou depois disso, levará sobre si a sua iniquidade, porque profanou coisa santa de Jeová. Essa alma será cortada do seu povo. A tradição judaica interpreta o termo “cortar” (em hebraico, "kareth") como uma morte ou separação (talvez exílio) decretada por Deus, em vez de decretada por um tribunal humano. Esta tradição pode ter começado no início da história de Israel e pode ser por isso que parece não haver caso algum registrado no Antigo Testamento de que esta provisão tenha sido aplicada por uma corte judaica.

Esta tradição judaica sustenta que ser cortado do meio do povo poderia ocorrer de duas maneiras. A primeira forma era entendida como uma separação a ocorrer nesta vida, onde o culpado experimentaria uma morte física precoce ou morreria sem descendência. A segunda maneira se baseava em versículos como Gênesis 25:8, que  diz que Abraão morreu e foi "reunido ao seu povo". Ou seja, a segunda interpretação é a de que o “corte” seria uma separação espiritual ou morte eterna após a morte física, quando a pessoa seria separada de seu povo na era vindoura. A implicação de Abraão ser "reunido a seu povo" é tomada pela tradição judaica como alguém poderia ser separado de seu povo na próxima vida. Isso pode ter um significado semelhante ao conceito do Novo Testamento de que os crentes em Jesus podem ser excluídos da recompensa da herança de reinarem com Ele na nova terra, perdendo a grande oportunidade de compartilhar tal responsabilidade (e intimidade) com Cristo no Seu Reino. Veja nosso artigo: Tópicos Difíceis: Os Vencedores.

Jesus, sendo o verdadeiro Cordeiro Pascal, torna os crentes do Novo Testamento incondicionalmente aceitos por Deus. O sacrifício pascal de Jesus fez a paz entre os crentes e o Pai. Todos os crentes são plenamente aceitos por Deus como Seus filhos, com base na obra acabada de Jesus. Jesus também cumpriu cada um dos outros sacrifícios. Jesus cumpriu a oferta "Oleh", geralmente traduzida como "holocausto", porém melhor traduzida como "oferta que sobe". Quando Jesus subiu ao céu do Monte das Oliveiras, Ele cumpriu a oferta de ascensão (Atos 1:9). Ele também cumpriu a oferta pelo pecado ao derramar Seu sangue na cruz (Colossenses 2:14; Hebreus 10:12).

Se um sacrifício de ofertas pacíficas fosse comido ao terceiro dia, seria uma abominação, e não seria aceito. Os sacrifícios ao Senhor não seriam aceitos quando não estivessem acompanhados de obediência; portanto, eles deveriam ser consumidos dentro de dois dias. Neste caso, Deus insiste que os sacrifícios fossem comidos em celebração e compartilhado com outros, ressaltando o tema bíblico de que Deus abençoa a Seu povo quando ele demonstra amor e serviço uns aos outros.

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