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Significado de Lucas 4:38-39
Os exemplos paralelos do Evangelho para essa passagem estão em Mateus 8:14-15 e Marcos 1:29-31.
Lucas relata o que Jesus fez imediatamente após o milagre da expulsão do espírito imundo na sinagoga de Cafarnaum naquele sábado (Lucas 4:31-37).
Tendo saído da sinagoga, entrou na casa de Simão (v. 38a).
Simão, juntamente com Tiago e João, se tornaria um dos discípulos mais próximos de Jesus ao longo de Seu ministério terreno.
Conforme vemos no Evangelho de João, Jesus e Simão pareciam ter-se encontrado anteriormente. Lemos isso quando André, irmão de Simão e discípulo de João Batista, traz Simão para conhecer Jesus, identificado por João Batista como Messias (João 1:35-41). Quando André levou Simão a Jesus, "E o levou a Jesus. Jesus, olhando para ele, disse: Tu és Simão, filho de João; tu serás chamado Cefas (que significa Pedro)" (João 1:42). Seu encontro anterior aparentemente ocorrera fora do distrito da Galiléia (João 1:43), provavelmente perto do local onde João Batista estava. Isso provavelmente ocorreu durante Seu retorno à Galiléia (Lucas 4:14), depois de Jesus ter saído do deserto após jejuar por quarenta dias e ser tentado pelo diabo (Lucas 4:1-13).
Isso explica como Jesus e Simão já se conheciam e como Jesus veio à casa de Simão antes de chamá-lo para ser Seu discípulo às margens do mar da Galiléia (Lucas 5:1-11). Talvez tenha sido neste momento que Simão tenha convidado Jesus para ficar em sua casa em Cafarnaum.
O apelido de Simão era Pedro. É por este apelido que ele ficaria conhecido. "Pedro" é a forma da palavra grega "rocha" ou "pedra", "Petros". O apelido dado a ele por Jesus não parece ter “colado” nesse momento, já que Lucas usa o nome hebraico dado a Simão, em vez de Pedro, o nome pelo qual Simão passaria a ser conhecido mais tarde. À medida que o Evangelho de Lucas avança, o autor passará a usar o apelido de Pedro com mais frequência e Simão com menos frequência em suas referências gerais sobre esse discípulo.
O nome hebraico “Simão” significa "ouvir".
"Rocha" era um apelido apropriado para Simão. As rochas são duras. “Petros” (Pedro) era um cabeça dura. Às vezes para o bem, às vezes para o mal. Por exemplo, logo após confessar a Jesus como o Messias, o Filho de Deus, Pedro chama Jesus de lado e O repreende por dizer que iria morrer (Mateus 16:16, 22). A personalidade de Simão era extrovertida e impulsiva - o que o levou a vários fracassos espetaculares. Porém, Simão Pedro também foi usado por Deus de maneiras inspiradoras (Atos 2:14-40). Apesar de sua cabeça dura e de seus fracassos, Jesus amava a Pedro e levaria àquele pescador da Galiléia a fazer grandes coisas por Seu Reino. O destemor de Pedro seria um forte trunfo usado por Deus para bons propósitos.
Jesus se levantou e deixou a sinagoga após o encontro com o homem possuído pelo demônio. Ele entrou na casa de Simão. Marcos nos conta que aquela era a casa da família de Simão e seu irmão André, e que Tiago e seu irmão João entraram na casa com Jesus (Marcos 1:29). Os quatro homens - Simão, André, Tiago e João eram pescadores que moravam em Cafarnaum.
A sogra deste estava com uma febre violenta, e pediram-lhe a favor dela (v. 38b).
Como médico, Lucas descreve a gravidade e o perigo inerente da febre alta que a sogra de Simão tinha. Os relatos de Mateus e Marcos afirmam apenas que ela tinha uma "febre" (Mateus 8:14; Marcos 1:30).
Depois de testemunhar o poder e a autoridade de Jesus sobre o demônio e os milagres anteriores, Pedro e outros pediram que Jesus a ajudasse. Claramente, eles criam que seu novo Mestre era capaz de coisas que não haviam visto antes (Lucas 4:36-37).
Ele, inclinando-se para ela, repreendeu a febre; a febre a deixou, e logo se levantou e os servia (v. 39).
Lucas afirma que Jesus repreendeu a febre e ela a deixou. Curiosamente, esta é a mesma descrição que Lucas dá para como Jesus havia libertado ao homem possuído pelo demônio (Lucas 4:35). A palavra grega traduzida como "repreender" em ambos os versículos é ἐπιτιμάω (G2008 — pronuncia-se "ep-ee-tee-mah'-o"), significando "admoestar ou cobrar com intensidade". Lucas demonstra que Jesus não apenas tunha autoridade sobre o reino espiritual, mas também sobre o reino físico.
Na observação de Lucas - ela imediatamente se levantou e passou a servi-los - em combinação com a forma como Jesus a curou simplesmente repreendendo a febre alta, demonstrava que a mulher não fora curada pelo uso de quaisquer métodos convencionais (médicos) ou não convencionais (médicos espirituais) praticados naquela época. O poder milagroso e a autoridade de Jesus sobre a febre alta a curaram, assim como Sua autoridade sobre o espírito imundo removeu o demônio daquele homem (Lucas 4:35-36).
Todos os três Evangelhos, ao descreverem este milagre, fazem-no de acordo com o seu tema principal:
Depois de se sentir melhor, a sogra de Simão imediatamente se levantou de sua cama e passou a servir a Jesus e aos outros na casa. Ela pode ter-lhes servido uma refeição ou dado a eles algo para beber depois de um longo dia interagindo com as multidões e curando as pessoas. Depois de Jesus servi-la, ela estava agora retribuindo o serviço de volta a Ele.
Uma última coisa a se notar sobre esta passagem é seu lugar na ordem de eventos de Lucas e de Mateus. Lucas registra que a cura da sogra de Simão ocorreu antes de Jesus chamar Simão para ser seu discípulo às margens do mar da Galiléia (Lucas 5:1-11). A ordem desses eventos no Evangelho de Mateus é o oposto disso. Mateus descreve o chamado de Jesus a Simão na Galiléia (Mateus 4:18-20) antes de narrar a cura da sua sogra (Mateus 8:14-17). Essa diferença de tempo provavelmente seja devido ao propósito original de Lucas em seu relato evangélico, que era o de escrever uma “narração em ordem" (Lucas 1:3). O relato evangélico de Lucas parece apresentar os eventos em ordem cronológica, enquanto Mateus provavelmente os tenha registrado em seu Evangelho de forma temática.