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Significado de Lucas 4:33-37

Enquanto Jesus estava ensinando na sinagoga de Cafarnaum, um homem com um demônio começou a gritar, identificando Jesus como o Santo de Deu44s. Jesus rapidamente repreende o demônio e ordena que ele saia do homem. O espanto da multidão com a autoridade de Jesus aumenta porque Ele não apenas ensinava com autoridade, mas também dava ordem aos demônios e eles O obedeciam. A notícia deste evento surpreendente se espalhou por todo o distrito da Galiléia. Este foi o primeiro milagre específico realizado por Jesus no Evangelho de Lucas.

O relato paralelo do Evangelho para esta passagem está em Marcos 1:23-28.

Os versículos anteriores (Lucas 1:21-22) servem como introdução a este evento. Lucas nos conta que, no sábado, Jesus ensinava na sinagoga de Cafarnaum e os judeus presentes estavam maravilhados com a autoridade com a qual Ele ensinava.

Enquanto Jesus estava ensinando, Lucas registra uma perturbação surpreendente:

Estava na sinagoga um homem possesso do espírito de um demônio imundo, e bradou em alta voz (v. 33).

Uma pessoa endemoninhada é uma visão perturbadora de ser contemplada a qualquer momento e em qualquer lugar. Porém, para os judeus, ver um homem possuído em sua sinagoga no sábado provavelmente trouxe um nível extra de angústia. Muitos judeus naquela época acreditavam que alguns lugares e/ou épocas eram mais ou menos propensos à presença de espíritos imundos.

Acreditava-se que o sábado oferecia alguma proteção contra demônios, assim como o edifício da sinagoga. No entanto, ali estava um homem, dentro da sinagoga, num sábado, claramente possuído por um demônio. Se o homem estava atormentado por um demônio dentro da sinagoga, presumivelmente era atormentado por aquele espírito imundo em qualquer outro lugar ou a qualquer momento. Era preocupante.

Em algum momento durante o ensino de Jesus ou assim que Ele terminou, o homem gritou em alta voz. O homem estava possuído pelo demônio. As coisas que ele gritava saíam de sua boca, mas não era o homem quem falava, mas o demônio dentro dele. O homem possuído gritou:

Deixa-nos! Que temos nós contigo, Jesus, Nazareno? Vieste a perder-nos? (v. 34a).

O endemoninhado fez duas perguntas e uma declaração.

A primeira pergunta foi: Que temos nós contigo, Jesus, Nazareno?

O espírito maligno se refere a Jesus por Seu título humano: Jesus de Nazaré. Não está exatamente claro por que o demônio se dirigiu a Jesus dessa maneira. Pode ter sido para tentar minimizar ou insultar ou blasfemar contra Deus se referindo a Ele como Jesus de Nazaré, um ser humano mortal, em vez de Deus Todo-poderoso e eterno. De qualquer forma, o demônio estava claramente falando com Jesus.

A pergunta que ele faz parecia ser retórica. A resposta esperada era que Jesus e o demônio não tinham nada a ver um com o outro. Deus era santo. O demônio era mau. Aquele demônio percebeu instantaneamente (e corretamente) o contraste total entre a justiça de Jesus e sua própria injustiça.

Consequentemente, o demônio imediatamente reconheceu quem Jesus era – o Santo de Deus. O demônio era membro do reino das trevas, provavelmente um anjo caído que se rebelou juntamente com Satanás antes que a terra fosse formada. Como Deus, Jesus era "luz e nele não há treva alguma" (1 João 1:5). A primeira pergunta do demônio destacava o contraste entre ele e Jesus.

Sua primeira pergunta também parecia expressar um misto de medo e surpresa. Que temos nós contigo pode ter sido uma forma de dizer: "O que você está fazendo aqui?"

O medo e a surpresa do demônio o levam à segunda pergunta: Vieste a perder-nos? (v 34).

Esta pergunta parecia ser genuína (e não retórica). O demônio reconhece o poder e a pureza de Jesus. O demônio parece ter se assustado ao ver o Santo de Deus na terra.

Desde a desobediência de Adão no Jardim do Éden, quando ele abdicou de sua autoridade sobre a criação, o mundo físico havia estado sob o governo de Satanás e suas legiões (Salmo 8). É por isso que o diabo e seus demônios são descritos como os governantes desta era (João 12:31; 2 Coríntios 4:4Efésios 2:2). O governo de Satanás como tirano usurpador um dia chegará ao fim, quando o Santo de Deus retornará e o destruirá, juntamente com seus demônios (Apocalipse 19:11-21).

Aquele demônio pode ter entendido isso. E pode ter ficado apavorado com o fato de o Santo de Deus ter chegado para destruí-lo.

O Santo de Deus havia realmente chegado. O demônio reconheceu corretamente a Jesus por quem Ele era: o Santo de Deus. Porém, Jesus não havia vindo à terra para destruir a Satanás de uma vez por todas, ainda. Deus enviou Seu Filho para reivindicar e redimir Sua criação (João 3:16-17). Ele veio, primeiro, derrotar o pecado e a morte e chamar a humanidade para Si mesmo (João 12:31).

Se os judeus tivessem reconhecido a Jesus como o Santo de Deus e aceitado Seu Reino quando Ele veio pela primeira vez, talvez fosse o caso de Jesus vir para destruir A Satanás e seus semelhantes. No entanto, Jesus foi rejeitado pelos Seus (Mateus 27:22-25; João 1:11) e não inaugurou totalmente Seu Reino ao final de Sua primeira vinda.

Da próxima vez que Jesus vier, Ele destruirá a Satanás e suas legiões (Apocalipse 20:10). Aquele demônio parecia temer que aquele fosse o momento.

Depois de fazer as duas perguntas, o demônio faz uma declaração ousada: “Bem sei quem és; és o Santo de Deus (v. 34).

O demônio reconheceu instantaneamente a identidade de Jesus como o Messias e como Deus, ainda que os homens fossem lentos ou incapazes de enxergar essa verdade.

Depois que o endemoninhado gritou em alta voz na sinagoga, Lucas relata como Jesus reagiu:

Jesus repreendeu-o, dizendo: Cala-te e sai deste homem (v. 35).

Houve duas partes na severa repreensão de Jesus ao demônio.

A primeira parte de Sua repreensão foi: Cala-te.

Jesus não queria que o demônio revelasse Sua identidade aos outros por várias razões.  Ele queria dar às pessoas a oportunidade de vir a Ele e conhecê-Lo pela fé. Jesus também provavelmente não queria que espíritos malignos atestassem Sua identidade, porque isso daria a falsa impressão de que eles estavam trabalhando juntos. Eles eram inimigos absolutos. Eles não nada a ver um com o outro. Se Jesus permitisse que os demônios falassem por Ele, as pessoas poderiam tirar conclusões erradas.

A segunda parte da repreensão de Jesus ao demônio foi: Saia dele. Esta parte da repreensão foio ordenar que o demônio deixasse o homem a quem estava controlando.

O espírito imundo obedeceu instantaneamente à ordem de Jesus:

O demônio, depois de o ter lançado por terra no meio de todos, saiu dele sem tê-lo ofendido (v. 35b).

O demônio saiu dele violentamente, causando convulsões (Marcos 1:26). Com a mente de um médico, Lucas acrescenta que o demônio saiu dele sem lhe fazer mal.

O homem estava curado e livre.

A expulsão de espíritos imundos naquela época era tipicamente deixada para profissionais religiosos especializados em exorcismos. Os exorcistas judeus usavam rituais elaborados e encantamentos formulados para oferecer proteção contra espíritos malignos e exorcizar demônios.

Jesus, notavelmente, não realiza um ritual nem usa encantamentos. Ele simplesmente emite um comando e o demônio se rende instantaneamente. Tal autoridade e poder impressiona a todos os que haviam testemunhado aquela espantosa cena:

Todos ficaram admirados e perguntavam uns aos outros: Que palavra é esta, pois, com autoridade e poder, ordena aos espíritos imundos, e eles saem? (v. 36).

As pessoas da sinagoga ficaram maravilhadas com Sua autoridade mais uma vez.

Primeiro, todos haviam ficado maravilhados com o Seu ensinamento, porque Ele os ensinava como alguém que tinha autoridade, não como os escribas (Marcos 1:22; ver também Lucas 4:32).

Agora, todos ficaram maravilhados com a autoridade e o poder de ordenar aos espíritos imundos que O obedecessem (Marcos 1:27).

Lucas registra que depois de testemunharem isso, as pessoas começaram a conversar umas com as outras sobre o que haviam acabado de presenciar. Lucas indica como todos os presentes naquele dia conseguiram conectar a mensagem de autoridade de Jesus (Lucas 4:32) com o poder que Ele demonstrou ao ordenar que o espírito imundo saísse do homem.

Lucas conclui seu registro sobre esse encontro surpreendente e a resposta rápida e imediata das pessoas naquela área.

As pessoas que testemunharam este evento haviam ficado tão espantadas que continuaram a falar sobre aquele evento depois de saírem da sinagoga. A notícia se espalhou rapidamente não só na cidade de Cafarnaum, mas também em todo o distrito.

E por todos os lugares da circunvizinhança divulgava-se a sua fama (v. 37).

A circunvizinhança dizia respeito ao distrito romano da Galiléia, localizado na porção norte da província da Judéia. Todas as cidades do distrito da Galiléia – todas as localidades – rapidamente ouviram relatos daquele evento incrível. (Veja o mapa.)

Embora Lucas já tenha dito que Jesus realizava milagres, a expulsão daquele demônio na sinagoga era o primeiro milagre específico registrado por Lucas em seu relato.

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