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Mateus 14:1-2 explicação

Herodes ouve sobre os milagres de Jesus e presume incorretamente que Jesus é João Batista ressuscitado.

Os relatos paralelos do evangelho de Mateus 14:1-2 são encontrados em Marcos 6:14-16 e Lucas 9:7-9.

Mateus alterna cenas em sua narrativa. Seu relato se move de Nazaré, onde Jesus não pôde realizar muitos milagres devido à incredulidade do povo, para um palácio de Herodes, o tetrarca. Herodes, o tetrarca, ou "Antipas", como às vezes é chamado, era filho de Herodes, o Grande, que tentou matar o Messias quando Jesus era bebê (Mateus 2:1-3; 2:16) e irmão de Arquelau, a quem foi dado o reinado sobre a Judeia após a morte de seu pai (Mateus 2:22).

Ao contrário de seu pai, Herodes, o tetrarca, nunca recebeu oficialmente o título de "rei". Ele era apenas nominalmente um rei. Mas foi nomeado tetrarca da Galileia e da Pereia por César Augusto quando seu pai morreu em 4 a.C. Tetrarca era um cargo político no sistema político romano. Significa governante sobre uma "quarta parte". As regiões sob a autoridade de Herodes, o tetrarca, eram as terras a oeste da Galileia e da Pereia, a leste da metade inferior do rio Jordão, estendendo-se até as montanhas do nordeste que se elevavam do Mar Morto.

Herodes, o tetrarca, não tinha autoridade oficial sobre as regiões da Judeia (e a capital, Jerusalém, no lado ocidental do Mar Morto); ou Samaria (que separa a Galileia da Judeia entre o Mar Mediterrâneo e o Rio Jordão). As províncias da Judeia e Samaria eram jurisdições do governador romano Pilatos após a deposição de Arquelau por Roma em 18 a.C. Herodes, o tetrarca, também não tinha autoridade oficial sobre a Decápolis (que separa a Galileia da Pereia, na costa sudeste do mar da Galileia) ou sobre a região da Itureia e Traconites (na costa nordeste da Galileia). Itureia e Traconites, às vezes chamadas de Gaulanites, eram a região governada pelo meio-irmão de Herodes, Filipe (Lucas 3:1). (Mas, confusamente, este não é o mesmo Filipe que é discutido neste capítulo.)

Mateus nos conta que, na mesma época em que Jesus estava em Nazaré, Herodes, o tetrarca, soube da fama de Jesus (v. 1). Notícias dos milagres públicos que Jesus havia realizado entre os pobres na Galileia e arredores chegaram ao palácio das autoridades regionais.

Herodes pareceu perturbado com esses relatos. E disse aos seus familiares: Este é João Batista; ele ressuscitou dos mortos (v. 2). Por razões que logo se tornarão evidentes, é interessante que Herodes tenha feito essas observações aos seus servos e não à sua família. Vale notar que a Tradução Brasileira da Bíblia, neste caso, escolheu adotar a tradução "familiares" para a palavra Grega "paîs", porém a mesma palavra também pode ser traduzida como "servo" que se encaixaria mais neste contexto. 

Mateus já havia demonstrado os papéis proféticos e pessoais que João Batista desempenhou no ministério e na vida de Jesus. João foi o precursor messiânico, pregando o evangelho do Reino, preparando o caminho do Senhor (Mateus 3:1-6; 11:7-15). João também era primo de Jesus (Lucas 1:35-36) e aquele que O batizou, inaugurando Seu ministério terreno (Mateus 3:13-17).

Recentemente, Herodes mandou decapitar João Batista como parte de um acordo grotesco prometido à sua sobrinha e à mãe dela, Herodias, que era sua amante e cunhada (Mateus 14:6-11). Parece que Herodes executou João Batista com relutância (Marcos 6:20, 6:26). Talvez ele estivesse se sentindo culpado ou com medo ao ouvir sobre Jesus como ele operava virtudes sobrenaturais (v. 2). De qualquer forma, Herodes presumiu erroneamente que Jesus era o profeta que ele acabara de assassinar, ressuscitado dos mortos e mais poderoso do que nunca.

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