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Significado de Mateus 14:13-14

Jesus estava de volta à Galiléia. Tendo tomado conhecimento da execução de João Batista, Ele procura um lugar de solidão. Ele entra em um barco para encontrar um lugar isolado, mas as multidões O veem e O seguem a pé. Quando Jesus chega à praia, Ele tem compaixão deles e cura seus enfermos.

Os relatos paralelos do Evangelho quanto a este evento são encontrados em Marcos 6:31-34, Lucas 9:10-11 e João 6:1-3.

Mateus volta a atenção de sua narrativa a Jesus. Na última vez em que falou sobre Jesus, o Mestre estava em Nazaré (Mateus 13:54-58). Marcos nos diz que depois de se maravilhar quanto à incredulidade de Nazaré, Jesus enviou Seus discípulos em pares para expulsar demônios, curar os enfermos e pregar o arrependimento (Marcos 6:7-13). Eles se voltaram a Jesus e relataram sua missão a Ele mais ou menos no mesmo momento, ou logo depois, que Jesus ouviu sobre a execução de Seu primo João (Marcos 6:30). Eles estavam na Galiléia.

Os Evangelhos não especificam em qual dos palácios de Herodes, ou em que prisão João Batista foi executado. Herodes, o tetrarca, tinha palácios tanto na Galiléia quanto a cem milhas ao sul, na Peréia. Josefo, o historiador judeu do primeiro século, afirma que João foi executado na fortaleza de Herodes em Macherus, na Peréia (Antiguidades dos Judeus 18.5.2). Mas, o Evangelho de Marcos diz que "líderes da Galiléia" estavam entre os convidados de Herodes (Marcos 6:21). Embora esta afirmação não seja conclusiva para sabermos onde João foi morto, ela possivelmente indica que a execução tenha ocorrido no palácio de Herodes em Tiberíades, na costa ocidental da Galiléia. Se assim for, esta cidade herodiana teria estado nos pensamentos de Jesus quando meditava sobre o destino de Seu primo e o Seu próprio.

O escritor do Evangelho de João nos informa que "a Páscoa, a festa dos judeus, estava próxima" (João 6:4). Sabemos que Jesus foi morto na Páscoa. Isso significa que este evento ocorreu pouco antes de Sua morte ou um ano antes dela. Dadas as viagens de Jesus, registradas por Mateus a seus leitores entre este momento (Mateus 14) e a última semana de Jesus em Jerusalém (Mateus 21), a última opção é mais provável que a primeira.

Quando Jesus ouviu pela primeira vez sobre a morte de João, Ele se retirou em um barco para um lugar isolado. Jesus reconheceu Sua necessidade de estar a sós com Seu Pai durante aquele tempo tão emotivo. Isso não era algo incomum para Ele. Como nos é dito em Lucas:

"mas ele costumava retirar-se para os lugares desertos e orar." (Lucas 5:16)

Porém, dado o que Ele acabara de saber sobre a morte de seu primo e companheiro de ministério, era natural que Ele se chegasse a Seu Pai durante aquele momento difícil. Os Evangelhos geralmente não nos dão detalhes sobre o que Jesus orava quando  estava sozinho (as exceções claras são Mateus 26:38-42, Marcos 14:36, Lucas 22:39-46 e  João 17). Também não registram o que foi dito ou feito nesta ocasião em particular. Mas é claro que o tempo de Jesus sozinho com Seu Pai foi uma parte importante e integral de Sua vida e ministério. Neles, vemos o sentimento de total dependência de Jesus de Seu Pai para buscar força e sabedoria (João 5:19). Vemos Sua humildade. E vemos a fragilidade de Sua humanidade. Considere as palavras de Jesus a Seus discípulos quando Ele os convidou a participar com, à distância, durante Seu tempo de provação e oração na noite em que foi traído:

"Então lhes disse: Minha alma está profundamente entristecida, até o ponto da morte; permanecei aqui e vigiai Comigo." (Mateus 26:38)

É evidente que Jesus sentiu emoções humanas, como tristeza (João 11:33-35) e medo (Lucas 22:42-44). Às vezes, Ele ficava muito perturbado. Contudo, ao invés de ser controlado por Suas emoções ou desejos, Jesus reconhecia Suas fragilidades diante de Seu Pai, buscava o consolo e o conselho de Seu Pai e escolhia obedecê-Lo (Mateus 26:38-42). É razoável deduzir que este foi um momento em que as emoções de Jesus O perturbaram e é por isso que Ele se retirou para um lugar isolado.

Jesus entrou em um barco para um lugar isolado ao longo de uma enseada tranquila ou no litoral, longe das cidades e multidões de pessoas. Aparentemente, por causa de Sua fama, a única solidão que Ele conseguiu ter foi enquanto estava no barco viajando para Seu destino. Porque, quando o povo ouviu que Jesus estava de volta à Galileia e viu a direção para a qual Seu barco ia, eles O seguiram a pé das cidades vizinhas. Jesus estava ansioso por passar um tempo com Seu Pai, mas o povo estava desejoso em vê-Lo, embora seu desejo de estar perto de Jesus fosse mais transacional do que relacional.

Ao invés de encontrar um lugar isolado quando desembarcou, Jesus viu uma grande multidão. Mateus, mais tarde, registra que a multidão acabaria por aumentar para "cinco mil homens... além de mulheres e crianças" (Mateus 14:21). Em vez de ficar irritado porque as pessoas não O deixavam ter um momento sozinho durante Seu tempo de dor, Jesus sentiu compaixão delas. Como servo, Jesus considerou as necessidades dos outros e colocou-as acima das Suas. Jesus agiu de acordo com Sua compaixão e curou seus enfermos.

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