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Significado de Mateus 2:1-2

A narrative de Mateus sobre Jesus, o Messias, continua com a dos magos do oriente a Jerusalém. Eles haviam visto a “Sua” luz no oriente e viajaram uma longa distância para adorar ao recém-nascido Rei dos Judeus.

No capítulo 1, Mateus enfatizou a herança judaica de Jesus, Sua linhagem real, Suas qualificações messiânicas e Sua natureza divina, focando nos Seus ancestrais reais e Sua concepção milagrosa. O apóstolo inicia o capítulo 2 compartilhando um outro detalhe crucial do nascimento de Cristo, a saber, Seu nascimento em Belém. Belém era uma pequena cidade situada alguns quilômetros a leste de Jerusalém, na Judéia. A Judéia era o reino do sul que havia se dividido do reino do norte, Israel. Belém significa “Casa de Pão”. Este significado é bastante simbólico. Em João 6, Jesus diz às multidões que O buscavam: “EU SOU o Pão da Vida”. Na última ceia, após distribuir o pão entre os discípulos, Jesus declara que aquele pão simbolizava o Seu corpo partido por eles.

Mateus simplesmente registra o fato de que Jesus nascera em Belém da Judéia, enquanto Lucas 2 relata os motivos políticos do nascimento de Jesus naquela cidade. José era da casa de Davi e Davi havia saído de Belém. Lucas nos conta que um censo imperial havia sido publicado por César Augusto, demandando que todos os habitantes do Império Romano fossem registrados no lugar de origem de suas famílias, para que pagassem adequadamente seus impostos. Mateus afirma que Jesus havia nascido nos dias do rei Herodes. Herodes havia sido colocado como rei por Roma, ou seja, era um vassalo de Roma.

Israel havia se tornado uma província romana duas gerações antes, em 63 A.C. (nosso calendário ocidental moderno começa com o nascimento de Jesus). Naquele tempo, o general romano Pompeu liderou os exércitos de Roma contra Mitrídates VI e Tigranos, o Grande, os reis de Pontos (nordeste da Ásia Menor) e da Armênia (Síria moderna, a partir do mar Cáspio), respectivamente. Embora Pompeu tenha subjugado esses reinos romanos, o reino da Judéia passava por grande conflito político. Naquele tempo, a Judéia era independente, tendo escapado da escravidão de quase cem anos pelos selêucidas gregos. Uma disputa política entre dois irmaõs, Hircano e Aristóbolo, havia ocorrido na Judéia em relação a quem deveria reinar.

Hircano, o irmão mais velho, tinha o apoio dos fariseus, o partido político que descendia dos macabeus. Os macabeus haviam defendido a Judéia do plano dos gregos de eliminar a religião judaica. O irmão mais novo, Aristóbolo, tinha o apoio dos saduceus, o outro partido político que descendia dos macabeus. Ambos os fariseus e saduceus eram vistos como líderes e defensores da fé. Ambos os partidos pediram suporte ao general romano Pompeu, efetivamente autorizando-o a decidir quem deveria reinar sobre a Judéia. Pompeu escolheu Roma. Assim, Israel perdeu definitivamente seu governo devido à grande rivalidade política entre os fariseus e saduceus. Tal rivalidade desempenhou um papel crucial na narrativa de Mateus.

O mais fraco dos dois irmãos, Hircano, recebeu o privilégio de ser indicado como governador da Judéia romana, mas apenas no título. Seu governo, no entanto, foi curto. Um de seus assessores mais astutos, o idumeu Antípatro, provou ser um líder mais efetivo para Roma. Antípatro era da Iduméia (Edom, um reino localizado a leste de Judá, cuja capital era Petra, agora parte da Jordânia). Ele se converteu ao judaísmo. Como membro da corte de Hircano, Antípatro demonstrava que era muito mais eficiente na coleta de impostos para Roma do que seu próprio rei. Roma reconheceu seus talentos e o colocou no lugar do incompetente Hircano. Herodes, o filho de Antípatro, era o rei quando Jesus nasceu em Belém. Herodes foi ainda mais cruel e astucioso que seu pai. Ele conseguia obedecer a Roma, ao mesmo tempo em que não tolerava qualquer ameaça a seu poder. Ele chegou a assassinar a seus próprios filhos quando entendeu que eles haviam se tornado uma ameaça a seu reinado.

Herodes é frequentemente referido como “Herodes, o Grande (Construtor)”, já que autorizou a construção de luxuosos palácios no deserto de Massada, bem como o Herodium, um magnífico castelo próximo a Belém, onde foi sepultado. Herodes fundou novas cidades para Roma e coordenou uma grandiosa expansão do templo de Jerusalém. Ele financiou tais empreendimentos através de pesados impostos. Ele também foi um político extremamente astuto e talentoso. Durante a guerra civil romana entre Otávio (mais tarde chamado César Augusto) e Marco Antônio, Herodes ficou do lado do segundo, que controlava o exército egípcio. Porém, após Otávio derrotar Marco Antônio, Herodes usou de suas habilidades políticas para se render a Otávio e manter sua posição sob as graças do seu antigo inimigo.

Algum tempo depois do nascimento de Jesus (entre dois ou três anos), os magos do oriente chegaram a Jerusalém para celebrar seu nascimento e para adorá-lo. Esses magos era astrólogos ricos do oriente – muito provavelmente da Babilônia, Pérsia ou Arábia. Mateus não nos diz muito sobre eles. Ele nem mesmo diz que havia “três” magos. Normalmente presumimos que havia três pelo fato de Jesus ter recebido três presentes. Além de suas origens orientais, sabemos apenas que os magos era estudantes das estrelas e que tinham conhecimentos sobre os judeus.

Os magos do oriente haviam vindo a Jerusalém porque haviam visto Sua estrela no oriente. Não sabemos muito sobre esta estrela, se era uma estrela natural ou sobrenatural. O que sabemos é que Deus colocou a história de Cristo nas estrelas e os magos a viram, entenderam e agiram em cima do seu conhecimento.

O Salmo 19:1,2 diz:

“Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia profere palavras a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite.”

Deus falou com esses homens justos através de uma linguagem que eles puderam entender. O estudo dessa estrela os levou a decifrar pelo menos três coisas: Rei, judeus e nascimento. Os magos especificamente declararam que aquela era Sua estrela. O que quer que puderam compreender os levou a ter a confiança de viajar milhares de quilômetros para celebrar o nascimento do Rei e adorá-lo. Através deste relato dos magos, Mateus mais uma vez reitera um dos pontos centrais do papel de Jesus como Rei dos judeus, conforme havia sido dito não apenas pelos profetas, mas também pela profecia escrita nas estrelas.

Assim que chegaram, para a surpresa de todos, os magos perguntaram: “Onde está Aquele que nasceu Rei dos judeus? Porque vimos a Sua estrela no oriente e viemos adorá-lo.” O fato de os magos declararem seu desejo de adorar ao novo Rei indica que eles entendiam adequadamente que aquela criança não era um rei comum, mas um Rei com uma natureza divina. Eles não parecem demonstrar interesse algum em adorar ao rei daquele reino, Herodes.

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