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Significado de Mateus 8:23-27

Jesus entra no barco para ir para o outro lado do mar e Seus discípulos O seguem. Ao atravessarem o mar, uma grande tempestade surge e ameaça afundar seu barco e afogá-los a todos. Jesus está dormindo. Os discípulos O despertam e pedem que Ele os salve. Jesus comenta sobre a pequenez de sua fé e acalma a tempestade com uma palavra. Os discípulos ficam espantados com Seu poder.

Depois de Sua conversa com os dois seguidores relutantes, Jesus entra no barco para ir para o outro lado do mar. Ou seja, a costa oriental, Hippo, em Decápolis, uma cidade gentia. Não sabemos se os dois homens que se aproximaram de Jesus entraram no barco com Ele ou se decidiram ficar. Embora não saibamos quantos, pelo menos alguns discípulos O seguiram. Um barco típico no Mar da Galileia era relativamente pequeno. O mar de água doce tinha apenas cerca de 21 kilômetros de comprimento e 13 kilômetros de diâmetro. Um barco de pesca do primeiro século D.C. descoberto na costa noroeste do Mar da Galiléia em 1986 tinha aproximadamente oito metros de comprimento e dois de largura, podendo transportar até 15 homens. O barco que Jesus usou para atravessar o mar provavelmente era desse tamanho. E provavelmente era movido por uma vela.

A viagem para o outro lado normalmente levaria algumas horas. Ao atravessarem, Mateus diz a seus leitores que uma grande tempestade, de repente, surgiu no mar. Ele enfatiza este ponto com a exclamação “Eis que”. A tempestade foi tão grande que o barco estava sendo tomado pelas ondas. Enquanto a água enchia o casco, Jesus estava dormindo. Ele provavelmente estava cansado do longo dia de pregação, lidando com as multidões, curando e expulsando demônios. Ele também tinha na proteção de Seu Pai, mesmo no meio de uma violenta tempestade sobre o mar.

Os discípulos, vários dos quais eram pescadores experientes, foram incapazes de trazer o barco em segurança para a costa e ficaram com medo de perder suas vidas. Sem ter para onde ir, eles acordaram Jesus, dizendo: "Salve-nos, Senhor; estamos perecendo!"  Mateus usa a palavra grega tipicamente traduzida como "salvar", "sozo" (G4982).

Sempre que "sozo" é usado, é importante fazer três perguntas: 1) O que está sendo salvo? 2) Do que se está sendo salvo? 3) Para que está sendo salvo?

Embora possa parecer óbvio neste caso que Seus discípulos não estavam pedindo  a Jesus que salvasse seu espírito do inferno, sempre que encontramos a palavra "sozo" - "salvação" - é importante sempre usar o contexto para responder a essas três perguntas, para termos certeza de que estamos interpretando corretamente o termo. Se assumirmos que todas as vezes que que "sozo" aparece na Bíblia estamos diante da salvação do inferno, estamos sujeitos a interpretar mal o texto.

Neste caso, o que está sendo salva é a vida física dos discípulos. Do que eles estão sendo salvos? Da morte física, por afogamento. Para que eles estão sendo salvos? Para terem mais tempo de vida na Terra.

Quando os discípulos vêm a Jesus com medo do mar tempestuoso, Ele lhes pergunta: "Por que vocês têm medo? Então Ele se refere a eles pelo termo "oligopistoi", que significa "pequena fé", mas no plural. Este termo é traduzido aqui como “homens de pouca fé.” A repreensão de Jesus aos discípulos serve como um despertamento para eles. Ela remete ao que Ele lhes havia dito recentemente no Sermão da Montanha:

"Por esta razão, digo-vos: não vos preocupeis com a vossa vida, com o que haveis de comer ou com o que haveis de beber; nem para o seu corpo, quanto ao que você vai vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que a roupa? Olhe para as aves do céu, para que elas não semeem, nem colham nem se reúnam em celeiros, e ainda assim seu Pai celestial as alimenta. Você não vale muito mais do que eles? E quem de vocês, por estar preocupado, pode adicionar uma única hora à sua vida?" (Mateus 6:25-27)

Depois desta breve repreensão, Jesus se levanta e repreende os ventos e o mar. Jesus ordenou diretamente aos elementos do clima. Quando Ele o fez, o vento, as ondas, o mar, tudo ficou perfeitamente calmo. O cosmos natural obedeceu à voz de seu Criador, que o chamou à existência (Gênesis 1; João 1:3; Colossenses 1:16).

Os homens no barco, que já haviam testemunhado Jesus curar leprosos e todas as formas de doenças, e que O viram  expulsar demônios, ficaram surpresos. Eles disseram entre si: “Que tipo de homem é este que até o vento e o mar O obedecem?” Mateus continua provando em seu evangelho que aquele homem era Deus, o Criador do vento, das ondas e de todas as coisas. Ele era o Messias, o Rei do céu e da terra. Como veremos, os homens no barco não compreenderam completamente quem Jesus era até após Sua ressurreição dos mortos.

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