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Marcos 4:21-25 explicação

A Parábola da Lâmpada Jesus usa a imagem de uma lâmpada para ilustrar que a verdade deve ser revelada, não escondida. Assim como uma lâmpada é colocada em um suporte para dar luz, a revelação de Deus deve ser entendida e compartilhada. Jesus adverte que a medida que alguém usa — seja para receber ou aplicar Seus ensinamentos — determinará o que receberemos em troca, enfatizando a responsabilidade pessoal no crescimento espiritual. Aqueles que abraçam Sua verdade receberão ainda mais, enquanto aqueles que a negligenciam perderão até mesmo o que têm.

Os relatos paralelos do Evangelho para Marcos 4:21-25 são Mateus 5:15, 10:26, 13:12, 25:29 e Lucas 8:16-18, 12:2.

Marcos 4:21-25 continua as amostras de Marcos das parábolas de Jesus, com “A Parábola da Lâmpada”.

Jesus tinha acabado de explicar “A Parábola do Semeador” (Marcos 4:3-9) aos Seus discípulos (Marcos 4:10-20). Ao destrinchar várias parábolas, Ele disse aos discípulos que eles receberam a habilidade de “conhecer o mistério do reino de Deus” (Marcos 4:11).

O cenário e o contexto desta parábola se assemelham muito à sua apresentação no evangelho de Lucas. No Evangelho de Mateus, esses ensinamentos aparecem em diferentes contextos, sugerindo aplicações variadas dependendo do cenário.

Primeiro, examinaremos como esses ensinamentos devem ser entendidos dentro do contexto de Marcos (e Lucas). Serão fornecidos links para o comentário no A Bíblia Diz para percepções sobre como esses ensinamentos paralelos se aplicam ao contexto de Mateus.

A repetição desses ensinamentos em diferentes contextos sugere que Jesus provavelmente os ensinou diversas vezes ao longo de Seu ministério.

Continuou: Porventura, vem a candeia para se pôr debaixo do módio ou debaixo da cama? Não é, antes, para se colocar no velador? (v. 21).

Marcos introduz esta parábola com a frase E Ele estava dizendo a eles para indicar como Ele (Jesus) estava dizendo esta parábola em várias ocasiões. Ele estava constantemente dizendo esta parábola (e outras) para muitas audiências e multidões enquanto proclamava o reino por todo Israel e além.

Jesus usa a imagem de uma lâmpada para ilustrar Seu ponto de vista.

Uma lâmpada é algo que brilha luz na escuridão. É útil para poder enxergar melhor à noite, quando está escuro. Neste contexto, lâmpada parece ser sinônimo de “luz”.

A luz é um símbolo potente tanto na Bíblia quanto nas culturas antigas, representando a verdade e a bondade. A luz revela o que está oculto e fornece orientação ao longo do caminho certo (Salmo 119:105). Assim como as pessoas acendem uma lâmpada para ver e se mover com segurança pela escuridão, a luz espiritual conduz os crentes à verdade e à retidão.

Jesus ilustra essa verdade fazendo três perguntas retóricas.

As duas primeiras perguntas retóricas têm a mesma resposta esperada: uma lâmpada não é trazida para ser colocada debaixo de uma cesta, é, ou debaixo de uma cama?

A resposta esperada para ambas as perguntas é: “Não! Claro que uma pessoa não colocaria uma lâmpada sob nenhuma dessas coisas.”

Seria tolo colocar uma lâmpada sob uma cesta ou sob uma cama porque isso derrotaria o propósito da lâmpada, que é fornecer luz. Se uma lâmpada fosse colocada sob uma cesta ou cama, nenhuma luz seria dada na casa; a luz seria amplamente limitada à área confinada sob a cama ou cesta.

Jesus usa humor nessas duas perguntas retóricas para tornar Seu ponto mais memorável ao contrastar a maneira correta e incorreta de usar uma lâmpada.

Sua terceira pergunta retórica foi: Não foi trazido para ser colocado no candelabro?

A resposta esperada para essa pergunta é: "Sim! Uma pessoa coloca uma lâmpada no candelabro para que ela dê ao cômodo a maior luz possível.

Em vez de colocar uma lâmpada sob algo onde sua luz é contida e limitada, uma lâmpada é colocada em um candelabro, garantindo que sua luz alcance todos na sala.

Os ensinamentos de Jesus são como uma lâmpada radiante que expulsa a escuridão e a incerteza. Eles lançam luz sobre a realidade, revelando verdades ocultas. A iluminação do evangelho traz clareza e orientação, oferecendo grande benefício a todos que abraçam sua verdade e bondade.

O apóstolo João descreve Jesus como “a Luz dos homens” (João 1:4) que “brilha nas trevas, e as trevas não a compreenderam” (João 1:5). Mesmo que as pessoas tentem colocar a luz de Jesus — o exemplo de Sua vida pela fé, o sacrifício de Sua morte, o poder de Sua ressurreição, a verdade de Seus ensinamentos — debaixo de uma cesta, elas não podem extinguir Sua luz.

No Evangelho de Mateus, Jesus apresenta esse ensinamento durante o Sermão da Montanha (Mateus 5-7).

Ali, Ele proclama aos Seus discípulos: “Vós sois a luz do mundo” (Mateus 5:14) antes de ilustrar que ninguém acende uma lâmpada apenas para escondê-la debaixo de um cesto, mas sim colocá-la num suporte para iluminar (Mateus 5:15).

Imediatamente depois disso, Ele instrui Seus seguidores a deixarem sua luz brilhar diante dos outros para que suas boas obras sejam vistas e tragam glória a Deus (Mateus 5:16).

O comentário da Bíblia diz sobre o ensino paralelo de Jesus no contexto de Mateus pode ser encontrado aqui.

A luz do Evangelho revelará todas as coisas, trazendo à tona todos os segredos ocultos.

Pois nada está oculto, senão para ser manifesto; e nada foi escondido, senão para ser divulgado (v. 22).

A luz exporá todas as coisas. Nada está oculto de sua exposição. Tudo será revelado pela luz de Jesus. Cada ação e pensamento que foi escondido do conhecimento do homem pelas pessoas, e qualquer coisa que elas mantiveram em segredo dos outros, virá à luz no julgamento. Nada está além da visão de Deus.

Com este ensinamento, Jesus está enfatizando que a verdade será eventualmente revelada. O que pode parecer oculto ou obscuro agora virá à luz no devido tempo. Isso se aplica não apenas às verdades espirituais, mas também ao estado do coração humano. Seu ensinamento não deve ser secreto ou limitado a apenas algumas pessoas; é como uma lâmpada que é colocada em um candelabro que iluminará todas as coisas, trazendo tudo à tona.

A verdade será finalmente revelada por Deus. Ações, pensamentos e intenções que foram feitos em segredo, sejam justos ou pecaminosos, serão expostos à luz de Sua verdade. A expressão exceto para ser revelado significa que não haverá exceções. Nada permanecerá oculto, pois a luz de Deus iluminará todas as coisas, revelando sua verdadeira natureza.

Jesus é “a verdadeira Luz” que “ilumina todo homem” (João 1:9). Por meio do Seu Evangelho, Ele oferece a todas as pessoas uma oportunidade profunda. Ao confiar e seguir Jesus, todos os que vêm à Sua luz ganham a capacidade de ver, entender e viver de acordo com o que é certo, bom e verdadeiro.

“Então, Jesus tornou a falar-lhes, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue de modo nenhum andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.”
(João 8:12)

Deus Pai é Aquele que enviou Jesus, a “Luz do mundo” (João 8:12), ao mundo. Deus colocou Jesus, Seu Filho, no candelabro da cruz, para que todos os que vêm a Ele e encontram Jesus possam ver e ser iluminados por Sua luz.

Depois de explicar a Nicodemos como receber o Dom da Vida Eterna (João 3:3-16), Jesus descreveu a resposta natural das pessoas à presença da Luz no mundo escuro:

“A luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; pois eram más as suas obras.”
(João 3:19b)

Como suas ações eram más e eles amavam as trevas, Jesus continuou:

“Porquanto todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não vem para a luz, a fim de que as suas obras não sejam arguidas.”
(João 3:20)

As suas obras serão expostas, porque nada está oculto, senão para ser revelado; e nada está escondido, senão para ser descoberto.

Portanto, a questão não é se o nosso mal será exposto ou não, mas quando e como ele será revelado. Nosso pecado será trazido à luz voluntariamente por meio do arrependimento e da fé, ou será exposto pela luz do julgamento de Deus?

Esconder nosso pecado e evitar a luz apenas atrasa a exposição e nega àqueles que fogem dela a cura, restauração, intimidade e vida que vêm por meio da confissão e arrependimento. Essa abordagem de evitar a luz, em última análise, leva a mais ira, morte e julgamento.

Mas Jesus conclui Seu ensinamento a Nicodemos destacando a resposta positiva daqueles que abraçam a verdade por meio do arrependimento e da confissão:

“Mas aquele que faz o bem chega-se para a luz, a fim de que sejam manifestas as suas obras, que têm sido feitas em Deus.”
(João 3:21)

Deus é misericordioso e gracioso. Ele perdoará nossos pecados se buscarmos cura Dele. Se tivermos fé suficiente para olhar para Seu Filho, somos declarados justos por meio de Jesus (João 3:14). Uma vez que recebemos Sua justiça e continuamos a confessar nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar até mesmo dos pecados que não reconhecemos (1 João 1:9). É assim que andamos na luz, assim como Ele está na luz (1 João 1:7). Se afirmamos ser sem pecado, enganamos a nós mesmos e nos impedimos de experimentar a alegria, a vida e a verdade que Sua luz oferece (1 João 1:8, 10).

Como as pessoas respondem à luz de Jesus e ao Evangelho é de grande importância. Se recebermos a verdade do Seu Evangelho com um coração disposto, Ele promete revelar ainda mais verdades que dão vida. No entanto, se rejeitarmos a Sua luz, só semeamos confusão e causamos nossa própria ruína.

O comentário da Bíblia diz sobre o contexto de Mateus do ensino paralelo de Jesus em Marcos 4:22 pode ser encontrado aqui.

Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça (v. 23).

Jesus conclui esta parábola com a mesma exortação que Ele usou no final da “Parábola do Semeador” (Marcos 4:9). Ele pede ao ouvinte que preste atenção especial ao que Ele está dizendo.

Essa expressão, semelhante a um provérbio, é um convite ao ouvinte para se aprofundar e considerar as verdades contidas nesta parábola.

Imediatamente depois disso, Jesus deu um aviso aos Seus discípulos:

Também lhes disse: Atendei ao que ouvis. A medida de que usais, desta usarão convosco; e ainda se vos acrescentará (v 24).

A primeira parte do aviso de Jesus é para tomar cuidado com o que você ouve.

Isso significa ter cuidado e prestar atenção ao que influencia você, seus pensamentos e perspectivas.

  • Se suas influências — o que você ouve — são piedosas e justas, você provavelmente será afetado por elas e se tornará mais piedoso e justo.
  • Se suas influências forem erradas ou malignas, você provavelmente será afetado por elas e se tornará ainda mais errado e maligno.

Há três coisas na vida que uma pessoa pode controlar:

  1. Em quem eles confiam.
  2. A perspectiva deles.
  3. Suas ações.

A advertência de Jesus: Tome cuidado com o que você ouve —pertence à primeira dessas três coisas. Ele está alertando Seus discípulos para tomarem cuidado com o que eles confiam.

O segundo aviso que Jesus dá é: Com a mesma medida com que vocês serão medidos, vocês serão medidos.

Jesus ensinou a mesma coisa sobre julgar os outros e o julgamento que receberemos em Seu Sermão da Montanha (Mateus 7:1-2).

Esta declaração explica o lado inverso do “Princípio da Misericórdia”.

O Princípio da Misericórdia é que receberemos de Deus a mesma medida de misericórdia que damos aos outros.

Nota: O Princípio da Misericórdia não se aplica ao Dom da Vida Eterna, que perdoa todos os nossos pecados com base no sacrifício gracioso de Jesus expiando todos os nossos pecados. O Dom da Vida Eterna é recebido pela graça por meio da fé em Jesus e nos salva da separação eterna Dele na punição eterna.

Mas em relação à nossa intimidade e proximidade com Deus — o Princípio da Misericórdia se aplica. Ele é expresso muitas vezes nos ensinamentos de Jesus, mais notavelmente no que é chamado de “Oração do Senhor”. No coração desta oração, pedimos a Deus que nos trate da mesma forma que tratamos nossos inimigos — “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (Mateus 6:12).

Depois de declarar esta oração modelo, Jesus declara explicitamente o Princípio da Misericórdia para maior clareza e ênfase:

“Pois, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará; mas, se não perdoardes aos homens, tão pouco vosso Pai perdoará as vossas ofensas.”
(Mateus 6:14-15)

Mais adiante no Sermão da Montanha, Jesus parece reafirmar o Princípio da Misericórdia de acordo com a maneira como julgamos os outros:

“Porque, com o juízo com que julgais, sereis julgados; e a medida de que usais, dessa usarão convosco.”
(Mateus 7:2)

Se o julgamento de alguém contra os outros for leve, então seu julgamento será leve. Se o julgamento de alguém contra os outros for severo, então seu julgamento será severo. O ponto de Jesus é que ninguém quer ser julgado severamente, então não julgue os outros severamente ou você será julgado severamente por Deus.

Aqui em Marcos, a segunda parte desta declaração está incluída — Pelo padrão de sua medida será medido a vocês — mas a primeira parte que menciona explicitamente o julgamento não está incluída — “Porque da maneira como vocês julgarem, vocês serão julgados” (Mateus 7:2a).

Marcos pode ter omitido a porção explícita do julgamento para condensar sua narrativa e implícito sem declará-la excessivamente. Marcos também pode ter omitido porque Jesus dá à porção do padrão de medida um significado mais amplo do que o significado que Ele atribuiu a ela em Seu Sermão da Montanha, registrado por Mateus.

Em seus termos mais amplos possíveis, isso pode significar que Deus irá nos avaliar e medir de acordo com nossos próprios padrões e crenças. No contexto de Marcos 4:21-25, isso pode significar que a luz de Deus irá expor todos os nossos pensamentos e intenções secretos e ocultos do coração para que eles sejam totalmente revelados, e Ele os usará para avaliar e medir nossos corações e vidas em nosso julgamento.

O coração é notoriamente enganoso e pode frequentemente esconder nossas próprias intenções perversas até mesmo de nós mesmos (Salmo 19:12, Jeremias 17:9). Se confiarmos em nossos próprios padrões de retidão, ficaremos profundamente desapontados. É melhor confiar em Deus do que confiar em nós mesmos.

Então, tome cuidado com o que você ouve.

A cláusula no final desta declaração: e mais vos será dado além disso, pode sugerir que a medida que nos será dada em nosso julgamento diante de Cristo não corresponderá meramente ao que demos em nossa vida atual, mas será multiplicada, talvez exponencialmente, com base no que demos primeiro. Nossa generosidade, nossa misericórdia, ou nossa falta dela, que é praticada nesta vida pode ser ampliada dramaticamente quando estamos diante de Deus. Um pequeno ato de bondade nesta vida pode ser como um pequeno riacho que alimenta um vasto oceano de bênçãos em nosso julgamento. Por outro lado, reter o bem pode começar como um fio d'água, mas culminar em uma seca.

Parece ser isso que Jesus está dizendo no evangelho de Lucas quando Ele ensinou:

“Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, trasbordando, vos porão no regaço; porque a medida de que usais, dessa tornarão a usar convosco.”
(Lucas 6:38)

Dado esse princípio de retornos exponenciais, seríamos sábios e astutos se fôssemos mais generosos, mais pacientes, mais gentis, mais misericordiosos e menos gananciosos, menos incomodados, menos rudes e menos duros com os outros.

Jesus conclui este pensamento com um princípio duplo:

Pois ao que tem ser-lhe-á dado; e ao que não tem, até aquilo que tem, ser-lhe-á tirado (v. 25).

Um lado do princípio apresenta uma oportunidade positiva: “A quem tem, mais lhe será dado.”

Essencialmente, aqueles que vivem pelos princípios de Deus e desfrutam de Suas bênçãos receberão bênçãos ainda maiores. Quem tiver misericórdia para dar a Seus inimigos receberá maior misericórdia (Mateus 5:7). Quem tiver um coração que confia em Jesus e está aberto a entender Seus ensinamentos receberá ainda mais entendimento (veja Mateus 13:10-13).

O reverso do princípio também é verdadeiro: “Pois ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.”

Em outras palavras, quem não vive pelos mandamentos de Deus nem tem o gozo das bênçãos de Deus pela obediência terá até mesmo as coisas boas que ele possui atualmente tiradas dele. Quem retém misericórdia não terá misericórdia dada a ele. Quem não tem um coração aberto para confiar em Jesus ou entender Seus ensinamentos não só será negado mais discernimento, mas também perderá e entenderá mal até mesmo o pequeno entendimento que tinha inicialmente.

É por isso que Jesus alertou Seus discípulos para tomarem cuidado com o que ouvem — porque a maneira como ouvem (com ou sem fé e/ou em quem confiam) terá consequências profundas. Se ouvirem com o coração aberto, crescerão na fé e na intimidade com Deus, e a vida que têm aumentará. No entanto, se ouvirem com o coração fechado, até mesmo o pouco entendimento que pensam ter lhes será tirado.

Jesus deu um aviso semelhante no final de Sua “Parábola dos Talentos” (Mateus 25:14-30):

“Porque a todo o que tem, dar-se-lhe-á e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem, ser-lhe-á tirado.”
(Mateus 25:29)

A aplicação desse princípio, conforme declarado no final da parábola em Mateus, aponta para fidelidade, responsabilidade e mordomia.

Servos que se mostram fiéis na mordomia recebem responsabilidades ainda maiores. Por outro lado, o servo que falha em administrar sua pequena porção perde sua mordomia inteiramente. Na Parábola dos Talentos, Jesus sugere que se o servo com um talento tivesse simplesmente depositado o talento no banco, ele poderia ter retido algum nível de responsabilidade.

Todos os que produziram resultados de seus investimentos — os servos diligentes — foram incumbidos de responsabilidades ainda maiores. Por outro lado, aquele que falhou em render qualquer retorno perdeu tanto sua porção inicial quanto seu papel de mordomia. O único talento do servo infiel foi tirado dele e dado ao servo que tinha dez, enfatizando o princípio de que a mordomia fiel leva a uma abundância maior, enquanto a negligência leva à perda.

Quem fielmente administra o entendimento do reino de Deus dado pelo Espírito será confiado com oportunidades ainda maiores. Mas quem negligencia administrar até mesmo uma pequena porção perderá toda a responsabilidade. Isso segue um princípio claro — aqueles que têm receberão mais, enquanto aqueles que falham em administrar o que têm ficarão sem nada.

A resposta negativa e o resultado do princípio de Jesus — de que quem não tem fé perderá até mesmo o que tem — reflete o destino daqueles que “suprimem a verdade pela injustiça” (Romanos 1:18). Seu raciocínio se torna fútil, e seus corações escurecem (Romanos 1:21). Romanos descreve essa perda como experimentar “a ira de Deus” (Romanos 1:18), sofrer as consequências naturais do pecado e ser entregue a “paixões degradantes” (Romanos 1:26a).

Os princípios gêmeos de Jesus estabelecidos em Marcos — pois a quem tem, mais lhe será dado; e a quem não tem, até o que pensa que tem lhe será tirado — estão relacionados ao paradoxo que Ele mais tarde ensinará a Seus discípulos em Marcos 8, quando diz:

“Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida por amor de mim e do evangelho salvá-la-á.”
(Marcos 8:35)

A ligação entre esses dois ensinamentos é clara: quem tem fé para entregar sua vida por amor a Jesus, finalmente ganhará a vida verdadeira e receberá mais. Mas quem não tem fé e busca preservar a vida que tem longe de Jesus, a perderá, junto com todas as coisas boas que pensava possuir.

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