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Significado de Mateus 10:26-27

Jesus instrui a Seus discípulos a não ter medo do que as pessoas dizem a respeito deles por segui-Lo. As palavras das pessoas não importam. Deus revelará a verdade. Os discípulos devem proclamar corajosamente os ensinamentos de Jesus.

Os relatos paralelos do Evangelho quanto a este ensino são encontrados em Marcos 4:22, Lucas 8:17 e Lucas 12:2-3.

Após dizer a Seus discípulos que eles serão grandemente perseguidos por segui-Lo e por anunciar as boas novas, Jesus diz a eles que perspectiva eles devem ter em relação às ameaças e à dor que sofrerão nas mãos de seus perseguidores. Ele os instrui a não temê-los. Esta é uma opção que Jesus os ensina a escolher. Ele começa sua instrução com “Portanto”, como uma forma de conectar o que dirá a seguir às Suas observações anteriores. Em Seus comentários anteriores, Jesus havia predito sobre a perseguição que os discípulos deveriam esperar por causa do Seu Evangelho. Os perseguidores dos discípulos são aqueles aos quais eles não devem temer.

O medo é um poderoso motivador que impulsiona o comportamento humano. O medo motiva as pessoas a agirem de tal forma a evitar dor e sofrimento. O medo significa simplesmente permitir que o potencial de dor ou perda influenciem nossas escolhas. Por exemplo, se uma pessoa tem medo de altura, ela tem medo da possibilidade de cair para a morte. Seu medo a motiva a escolher evitar as alturas ou, se não puder, a se agarrar a algo que lhe dará um controle extra para evitar uma potencial queda. O medo pode ser sentido em perigos reais ou imaginários. Mas, por mais poderoso que seja o medo, sempre temos a escolha de exercer nossa vontade e decidir se obedecemos ou desconsideramos seus ditames. Isso também é verdade para qualquer outra emoção ou apetite.

No caso dos discípulos, o que Jesus lhes disse para não temerem era um perigo real. O perigo de perseguição era real. Não era imaginário. Cada um dos doze que fosse fiel a Cristo ao compartilhar o Evangelho seria perseguido por fazê-lo. Ao longo de seus ministérios, eles foram ameaçados e sofreram prisões, perda de propriedade, espancamentos, torturas e morte. Eles fatalmente iriam sofrer e morrer por Cristo. O tempo todo eles suportaram o ridículo, o desprezo e a vergonha daqueles que desprezavam o Evangelho. Apesar dessa realidade, Jesus disse a Seus discípulos que não os temessem. Os discípulos não deveriam deixar que o medo do que os outros pudessem dizer ou fazer a eles controlasse suas escolhas comportamentais. Não façam o que eles lhes dizem para fazer. Não sigam suas ordens para interromper a proclamação das boas novas. Não sejam covardes e tentem evitar as consequências dolorosas que os outros lhes trarão por Me seguirem. Não tenhais medo deles.

Ao longo dos próximos versículos, Jesus apresenta quatro razões pelas quais Seus discípulos não deveriam temê-los:

  1. A opinião e o juízo de Deus sobre ele seriam completos e muito mais intensos que as opiniões dos homens (Mateus 10:26-27).
  2. Os homens não têm poder sobre sua alma/vida "psuche" (Mateus 10:28). Os homens podem criar escolhas para nossas decisões, mas não podem fazer escolhas por nós. Podemos decidir em quem confiar, como olhar para as coisas (nossa perspectiva) e o que fazer. Ninguém mais está autorizado a fazer essas escolhas por nós.
  3. Se forem fiéis, Jesus testemunhará a ser favor diante do Pai e não lhes será negada a recompensa da grandeza na vinda de Cristo (Mateus 10:32-33).
  4. Sua alma/vida ("psuche") e tudo o que eles investiram nela será protegido da futilidade de desperdiçar a grande oportunidade desta vida (Mateus 10:38-42).

A primeira razão pela qual os discípulos de Jesus não deveriam temê-los é porque eles não eram o Juiz Supremo. Deus é. A aprovação ou condenação dos homens nunca é a palavra final. No dia do juízo, as opiniões dos homens não contarão. Tudo o que todos fizerem, incluindo as ações dos discípulos e as ações de seus perseguidores, será avaliado por Deus. Seu julgamento será perfeito e absoluto. Pois não há nada oculto que não seja revelado, ou oculto que não seja conhecido.  Não haverá como esconder nada. Cada ação, cada palavra, cada pensamento, cada intenção, cada escolha – tudo será exposto diante de Deus. Tudo será anunciado. Nada será escondido de Sua atenção. Os discípulos, portanto, devem viver de tal maneira que não se envergonhem no dia do juízo.

"Agora, filhinhos, permanecei nele, para que, se ele aparecer, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda." (1 João 2:28)

Se formos fiéis, podemos encontrar conforto e encorajamento nessas palavras. Não é necessário que justifiquemos nossas ações para outras pessoas. Não temos necessidade de documentar cada boa ação ou medida de sofrimento que suportamos para receber nossa recompensa. Deus conhece até mesmo as coisas ocultas em nossos corações. Mas se não formos fiéis, devemos temer, porque não sairemos impunes. Nas palavras de Jesus, encontramos consolo de que seremos plenamente compreendidos e recompensados por cada provação que enfrentarmos. Os discípulos não tinham a necessidade de buscar vingança ou mesmo de abrigar ressentimento em relação a seus perseguidores, seus inimigos, porque Deus lidará perfeitamente com eles, de acordo com suas ações. Pelo fato de Deus entender todas as nossas circunstâncias perfeitamente, os seguidores de Cristo são livres para viver de tal maneira que suas ações agradem ao Juiz e Rei do Universo, ao invés de se encolherem de medo daqueles que os perseguem nos reinos deste mundo.

Jesus continua: "O que vos digo às escuras, dizei-o às claras; e o que se vos diz ao ouvido, proclamai-o dos eirados”. Os doze são responsáveis por espalhar as boas novas. Eles devem falar a verdade, sem medo. Devem ser astutos, mas corajosos. Jesus os escolheu e lhes revelou coisas que Ele não havia compartilhado com as demais pessoas. Neste contexto, “o que vos digo às escuras” provavelmente significa em segredo, longe das multidões. Jesus não revela plenamente a Si mesmo ou Sua missão a todos neste momento. Jesus faz tudo de acordo com o tempo apropriado.

Jesus escolheu os doze e alguns outros para serem Seus mensageiros do Evangelho. Como Seus discípulos, eles não apenas testemunharam os milagres que Ele realizou e ouviram as lições e parábolas ensinadas às multidões: eles também tinham acesso a Jesus para fazer-Lhes perguntas, ouvir Suas explicações sobre as parábolas e experimentar incontáveis momentos de intimidade com o Senhor. Muitas das coisas que eles aprenderam com Ele foi dito nas trevas, em particular, mas agora os discípulos deveriam falar às claras e contar a todos.

Da mesma forma, o que você ouve sussurrado em seu ouvido, proclame sobre os telhados das casas. Quando alguém está por perto, não há necessidade de gritar. Pode-se falar baixinho. Durante Seu tempo com os discípulos, Jesus sussurra (diz) aos discípulos muitas coisas que Ele quer que eles proclamem ao mundo. A expressão proclamada nos telhados é uma referência à maneira mais rápida de espalhar notícias importantes dentro de uma cidade antiga. Quando uma mensagem era gritada de um telhado, esta era a maneira mais rápida de espalhar as notícias por toda a cidade. A título de metáfora, Jesus está dizendo a Seus discípulos que eles deveriam declarar aberta e entusiasticamente as coisas que Ele lhes havia ensinado no privado.

É exatamente isso que eles irão fazer. Após a ascensão de Jesus ao Céu e a descida do Espírito Santo, os discípulos compartilham e explicam cada detalhe do Evangelho que aprenderam de Jesus. Em Atos, vemos Pedro pregando regularmente. Em seu Evangelho, João detalha muitas conversas pessoais e momentos íntimos que Jesus teve com os discípulos. Mas, em sua primeira epístola, João começa com a seguinte declaração:

"O que foi desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que olhamos e tocamos com as mãos, a respeito da Palavra de Vida — e a vida se manifestou, e vimos, testemunhamos e proclamamos a vocês a vida eterna, que estava com o Pai e foi manifestada a nós — o que vimos e ouvimos nós também vos proclamamos,  para que também vós tenhais comunhão conosco." (1 João 1:1-3)

João diz a seus leitores que havia dedicado sua vida a recontar cada detalhe sobre Jesus e Seus ensinamentos. De fato, este próprio texto é um exemplo da obediência de Mateus ao mandamento de Jesus. Ele foi originalmente revelado aos doze, mas Mateus escreveu a mensagem de Jesus e a disponibilizou para todos lerem e ouvirem.

Jesus diz a Seus discípulos que eles devem compartilhar, sem nenhuma vergonha ou medo, as boas novas do Evangelho. Contem tudo! Não tenhais medo deles ou dos seus rótulos sociais quando proclamarem a mensagem do Reino. Jesus os selecionou e os encarregou da responsabilidade de ensinar tudo o que Ele lhes havia dito. Ele não queria que Seus discípulos tivessem medo da perseguição (social ou física). Deus irá avaliar e recompensar sua fidelidade a este mandato e a recompensa que Ele lhes dará por sua fidelidade valerá mais do que o custo.

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