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Significado do Apocalipse 2:1

Jesus, a autoridade sobre as sete igrejas e o anjo de cada uma, saúda a igreja de Éfeso.

O Capítulo 1 estabelece o fato de que o Apocalipse é escrito para os servos de Deus, e Jesus, por meio de João, está escrevendo para sete igrejas para confrontá-las sobre se estão sendo servos fiéis ou infiéis. Existem bênçãos especiais prometidas àqueles que leem, entendem e obedecem às palavras desta profecia (Apocalipse 1:3). Estas cartas às sete igrejas começam a apresentar a bênção especial para aqueles que "vencem" as tentações apresentadas e se tornam testemunhas fiéis de Jesus. São essas testemunhas que, mesmo diante de rejeição, perda ou morte, permanecem fiéis e que receberão as maiores bênçãos disponíveis nesta vida.

Outro tema do Apocalipse é que Deus tem tudo sob controle, pois Deus é aquele "que é, que era e que há de vir", como foi afirmado em Apocalipse 1. Veremos ao longo deste livro que o "trono" de Deus é mencionado consistentemente, mostrando que "Deus está sempre em seu trono, governando sobre tudo". Deus pode olhar para cada uma das sete igrejas e afirmar o que acontecerá se elas fizerem uma escolha boa ou ruim, porque Ele conhece o resultado. Mas, embora Deus tenha tudo sob controle, Ele também deu a responsabilidade ao seu povo de fazer escolhas, o que é por isso que é importante que façam uma boa escolha, uma que seja mais benéfica possível.

Jesus deseja que Seus servos entendam que a melhor escolha é optar por ser uma testemunha fiel, independentemente das consequências terrenas que possam surgir. Portanto, este é tanto um livro de advertências quanto de conforto, uma vez que temos uma escolha a fazer, mas sabendo que Deus também está no controle. No entanto, devemos encontrar nosso conforto na mão soberana Dele em vez das circunstâncias.

O fato de que Deus está no controle, mas somos chamados a fazer escolhas sábias, é um paradoxo no qual João convida que seus leitores a desistir de tentar entender. Aos crentes, os servos de Jesus, é pedido que façam um esforço máximo para serem testemunhas fiéis, enquanto descansam na firme fé de que Deus trabalhará todas as coisas para cumprir Sua vontade; Ele restaurará todas as coisas e recompensará toda fidelidade. Nosso testemunho fiel pode ter um custo na terra, mas Jesus garante que vai valer a pena (Apocalipse 22:12).

Olhando primeiro para a igreja em Éfeso do ponto de vista histórico, ela era o centro comercial de sua região, que está localizada na atual Turquia. Na época em que o Apocalipse foi escrito, a atual Turquia era a província romana da Ásia. Todas as sete igrejas estão localizadas nesta província romana. A localização de Éfeso era importante devido ao seu papel na disseminação do cristianismo. Como um centro de comércio, havia muitas pessoas indo e vindo desta cidade que poderiam receber e compartilhar a mensagem do evangelho.

As cartas para cada uma das sete igrejas começam com uma saudação, mas é mais como um formato de saudação de "memorando", como "Para: todos os funcionários do escritório", em vez da saudação mais formal que é vista nas cartas de Paulo.

Apocalipse 1:2 afirma que Deus comunicou a mensagem "por meio de Seu anjo para Seu servo João." Nesse contexto, a palavra traduzida como anjo vem da palavra grega "angelos", que significa "mensageiro". Nesse contexto, o mensageiro referia-se a Jesus, que transmitiu a mensagem de Deus a João.

Aqui em Apocalipse 2:1, a palavra anjo também é a palavra grega "aggelos”, que significa "mensageiro". Seguindo as instruções para bênção em Apocalipse 1:3 de ler, ouvir e obedecer, pode-se deduzir que o mensageiro que vai ler a carta à igreja de Éfeso é uma pessoa comum. Parece improvável que haja um anjo celestial/mensageiro ao qual João esteja se referindo, mas sim um mensageiro humano que entregará a carta de João ao povo de Éfeso. Portanto, Jesus, o "mensageiro", entrega uma mensagem a João, que é instruído a escrever e entregar às sete igrejas da província da Ásia por meio de "mensageiros" humanos.

João inicia suas instruções, afirmando que a carta é destinada ao mensageiro da igreja em Éfeso. A carta é citada como sendo daquele que tem as sete estrelas na sua destra, que anda no meio dos sete candeeiros de ouro. Essa descrição de estrelas e candeeiros, ou castiçais, é uma referência ao vislumbre que João teve de Deus em Apocalipse 1:20, onde é explicado como "o mistério das sete estrelas que você viu na Minha mão direita e os sete castiçais de ouro: as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais são as sete igrejas". Quando João evoca essas imagens novamente aqui no início da carta à igreja em Éfeso, deve ser entendido como Aquele que segura os sete mensageiros em Sua mão direita, Aquele que anda no meio das sete igrejas.

Este é um exemplo da conexão entre o céu e a terra que continuará a ser explorada ao longo do Apocalipse. O Deus do céu segura as sete igrejas em Sua mão celestial, mesmo que elas sejam igrejas literais em uma província romana real em um ponto real da história humana. Veremos outro paradoxo de que o que acontece na terra foi ligado no céu, e o que acontece no céu foi ligado na terra (Mateus 16:19).

Isso também é uma maneira de nomear Jesus por meio de uma descrição de Seu poder. Se essa saudação feita na carta fosse um memorando corporativo, seria algo como "Destinatário: todos os funcionários do escritório", e "Remetente: aquele que pode recompensar ou demitir todos vocês". Isso deixa claro que esta mensagem está sendo dada por Aquele que tem poder sobre aqueles para quem Ele escreve. Isso é apropriado, dado que Jesus vai incentivar as igrejas a se arrependerem e mudarem seus caminhos. Jesus também oferecerá uma grande recompensa, um "bônus" para aqueles que O seguem integralmente. Ele é Aquele com autoridade e poder para fazer e cumprir uma promessa tão audaciosa.

As imagens dos mensageiros como estrelas e das igrejas como castiçais são significativas. Nas ruínas da antiga cidade de Éfeso, ainda existem buracos nas ruas onde eles teriam colocado castiçais para iluminar à noite. Portanto, essa teria sido uma imagem familiar. E as estrelas eram o que os marinheiros usavam para navegar à noite, algo com o qual muitas pessoas que passavam pela cidade estariam familiarizadas, já que Éfeso era uma cidade de importação e exportação. Nessa invocação, Jesus estabelece que Ele tem o poder de escolher quais igrejas vão guiar outras pessoas e quais igrejas vão servir de exemplo para outros.

Como será visto posteriormente na exortação, às vezes as igrejas parecem esquecer que foram escolhidas por Deus para esse propósito, de serem Suas testemunhas para o mundo, e começam a se desviar. Embora a igreja de Éfeso tenha muitas boas características, Jesus deixa claro que se eles não tiverem o mesmo amor com o qual começaram, não serão autorizados a servir como Seu exemplo para o mundo. Seu castiçal será removido (Apocalipse 2:5).

Vale ressaltar que esta carta é endereçada à igreja em Éfeso, com a palavra igreja no singular. A palavra igreja é uma tradução da palavra grega "ekklesia", que significa "assembleia" ou "reunião". Refere-se a uma reunião de crentes em um lugar. Há várias menções de igrejas que se reuniram na casa de uma pessoa específica (Romanos 16:3-5; 1 Coríntios 16:19; Colossenses 4:15; Filemon 1:2). Essas reuniões em casas são uma igreja/reunião em um local específico. Mas a frase "igreja em Éfeso" provavelmente se refere a todos os crentes que estão reunidos por viverem naquela cidade.

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