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Significado de Daniel 1:3-7

Para conquistar completamente ao povo de Judá e trazer as lideranças para sua corte, Nabucodonosor arregimenta as melhores e mais brilhantes mentes entre o povo judeu e os força a aprender os costumes babilônicos e a trabalhar para o império.

Aspenaz, o chefe dos oficiais [de Nabucodonosor], é referido em Daniel como o "oficial principal" ou "o oficial". A palavra hebraica vem de uma raiz que significa “castrar”; assim, Aspenaz devia ser o chefe dos eunucos. Durante esta época, era típico que a corte e a administração do rei fossem repletas de eunucos, visando se proteger contra motins. Isso pode inferir que Daniel não apenas havia sido arrancado de sua casa e exilado na Babilônia, mas também castrado. Aspenaz foi ordenado pelo rei a escolher o melhor e mais brilhante do povo de Judá e treiná-los na literatura e na língua dos babilônicos, de tal forma que fossem dignos de servir ao rei.

É provável que Nabucodonosor tenha feito isso para mudar mais rapidamente a cultura de Judá, visando forçar a cultura dos babilônicos sobre eles. Toda cultura é moldada por um consenso entre o que é honrado e o que é desonrado. Os heróis da literatura e da história, as características admiradas, entre outros tópicos, modela grande parte da formação de uma cultura. A língua também molda a cultura. Portanto, é bastante provável que estejamos vendo aqui uma tentativa de impor as características babilônicas para o serviço do império.

Os judeus escolhidos neste grupo de elite foi ordenado a comer a mesma comida que o rei, visando educá-los da mesma forma que os babilônicos. Eles receberam novos nomes babilônicos. A mudança dos nomes é significativa, pois não apenas os despojava de seus nomes judaicos, nos quais Deus era o centro, mas também os substituía por nomes de adoradores dos deuses babilônicos ou do próprio rei.

Daniel significava "Deus é meu juiz"; seu novo nome "Beltesazar" significava "Senhora, proteja o rei". O nome de Hananias (um dos outros judeus escolhidos) significava "Javé (ou seja, Deus) tem sido gracioso; seu novo nome "Sadraque" significava "Tenho medo de (um dos deuses babilônicos)". Mizael se tornou Mesaque e Azarias se tornou Abede-nego.

No entanto, Daniel, seguidor do único Deus verdadeiro, rejeitou essa transformação, ao mesmo tempo em que se tornou proficiente na cultura babilônica. É possível que Daniel estivesse aderindo à instrução dada pelo profeta Jeremias em Jeremias 29:4-10. Sabemos que Daniel leu essa passagem em algum momento, porque ele faz referência a Jeremias 29:10 no capítulo 9. Jeremias disse aos filhos de Israel:

"Assim diz Jeová dos Exércitos, Deus de Israel, a todos os do cativeiro que fiz levar cativos de Jerusalém para Babilônia: Edificai casas e habitai nelas; plantai jardins e comei o fruto deles; tomai mulheres e gerai filhos e filhas; tomai mulheres para vossos filhos e dai vossas filhas a maridos, para que tenham filhos e filhas; multiplicai-vos aí e não vos diminuais. Buscai a paz da cidade, para a qual fiz que fosseis levados cativos, e orai por ela a Jeová; porque, na sua paz, vós tereis paz (Jeremias 29:4-7).

Seria consistente com este mandamento que Daniel procurasse tornar-se proficiente na tarefa designada a ele na Babilônia, porém ele manteve sua integridade como adorador do Senhor Deus.

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