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Significado de Daniel 9:24-25

Deus responde a Daniel: Setenta "setes" haviam sido decretados. Não apenas Jerusalém seria reconstruída e restaurada, mas Deus enviaria Seu Messias. O pecado e as transgressões seriam concluídos, a desobediência seria expiada, as profecias seriam cumpridas e a justiça duraria para sempre.

Gabriel entrega a resposta de Deus à oração de Daniel. Daniel, um exilado, havia confessado o pecado de Israel e Judá e pedido a Deus que restaurasse Seu povo a Jerusalém. Ele orou para que Deus fosse compassivo e acabasse com o tempo do castigo. A resposta de Deus era maior do que a preocupação de Daniel.

Por meio de Gabriel, Deus diz a Daniel: "Setenta semanas foram decretadas para teu povo e tua cidade santa". No início deste capítulo, lemos que Daniel estava estudando os escritos do profeta Jeremias, especificamente sobre o tempo estabelecido por Deus para o castigo de Judá: 70 anos (Jeremias 25:11). Como os 70 anos de cativeiro babilônico estavam quase no fim, Daniel esperava e orava pela restauração do povo de Deus à cidade santa, Jerusalém. Porém, agora, Deus diz que haveria setenta semanas (literalmente "setenta setes") para o povo judeu e para Jerusalém.

O propósito desse período de tempo seria para “consumir a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e profecia e para ungir o santíssimo. Era uma lista e tanto. Não apenas a transgressão de Daniel e de seu povo seria concluída, mas o próprio pecado teria fim. Haveria uma expiação pela iniquidade; a dívida pelo pecado do povo seria paga. Ainda mais espetacular era a chegada de uma justiça eterna. Visões e profecias seriam seladas; não haveria mais necessidade de se falar sobre o futuro. O último tópico nesta lista de eventos era a unção do lugar santíssimo. Isso poderia se referir à unção do novo templo, profetizada em Ezequiel 40-46.

Daniel apresenta a Deus uma pergunta sobre os 70 anos, esperando por uma restauração, mas recebe uma resposta que excede dramaticamente a seu pedido: em “setenta setes”, Deus promete restaurar não apenas os judeus a Jerusalém, mas a substituir a pecaminosidade pela justiça. Haveria um futuro onde a iniquidade e a desobediência desapareceriam. Ao invés disso, a humanidade andaria com Deus em justiça — uma obediência que duraria para sempre. Profecias não seriam mais necessárias porque tudo seria restaurado. A terra não seria mais um lugar caótico e conflituoso. Se pudéssemos garantir que o mundo teria um clima perfeito para sempre, todos os meteorologistas ficariam sem emprego.

Apesar da tradução "setenta semanas", o significado literal é “setenta setes", proveniente da palavra hebraica "shavua". Acredita-se que sejam unidades de anos, não semanas.

Gabriel enfatiza a Daniel que ele deveria discernir as divisões de tempo nas quais essas coisas aconteceriam. Setenta semanas (490 anos) seria todo o período de tempo para esta profecia; porém, entre o decreto e a chegada do Messias, o Príncipe, haveria sete  semanas e sessenta e duas semanas, ou seja, um total de sessenta e nove semanas. Neste ponto, a septuagésima semana seria pausada. Após as sessenta e nove semanas, Messias, o Príncipe, seria cortado (9:26).

Há duas divisões diferentes para as sessenta e nove semanas, ou 483 anos. Uma tem 49 anos (sete semanas) e a outra, 434 anos (sessenta e duas semanas), totalizando 483 anos, ou seja, sete anos a menos do que os 490 anos completos. A previsão era a de que, quando o relógio começasse a rodar, seriam 483 anos entre o decreto e a vinda do Messias.

O evento que inicia o tique-taque dos setenta e sete anos seria a emissão de um “decreto” para que os judeus restaurassem e reconstruíssem Jerusalém. Gabriel descreve que a reconstrução estará reedificada com rua e fosso em tempos angustiosos”. As praças (ruas) eram amplos espaços abertos dentro das cidades para as reuniões públicas e o comércio. O fosso mencionado pode se referia a uma vala cavada ao redor da cidade para maior defesa contra os invasores. A reconstrução de Jerusalém ocorreria em momentos de aflição, mas ela seria concluída. Gabriel mistura a restauração e a reconstrução de Jerusalém (atendendo ao pedido específico de Daniel) a uma restauração muito maior, a restauração da humanidade e de todo o planeta. No grande esquema das coisas, a condição física de Jerusalém é imaterial. Deus mostra Sua compaixão e cuidado, respondendo à oração de Daniel, mas ao mesmo tempo responde mais do que ele havia perguntado (Romamos 8:26; Efésios 3:20).

Mais tarde na história de Israel, vários decretos e proclamações dadas por vários reis diferentes permitiram que os judeus retornassem a Jerusalém e reconstruíssem o templo, bem como toda a cidade (Esdras 1:1-4, Esdras 6:1-12, Esdras 7:11-28, Neemias 2).

Uma das interpretações é a de que o decreto foi feito em 444 a.C. pelo rei Artaxerxes, ordenando aos israelitas que reconstruíssem os muros de Jerusalém (Neemias 2:5-8, Daniel 9:25). Ao calcularmos 483 anos depois disso, chegamos a 32/33 d.C., quando Jesus Cristo entra triunfante em Jerusalém em um jumento, é saudado pelo povo como o rei enviado por Deus e, logo em seguida, é crucificado ("cortado", Daniel 9:26).

Outra visão é a de que o decreto desta profecia pode ser encontrado em Esdras 7, dado pelo rei Artaxerxes. Este decreto foi emitido em 458 a.C. Se este é o decreto ao qual Gabriel se refere, então, somando-se 483 anos, chegamos ao ano 25-26 d.C., exatamente quando Jesus começou seu ministério. Assim, ao final das 69 semanas (7 semanas + 62 semanas), o Messias chegaria a Israel e seria ungido (Mateus 3:16-17).

Não há certeza quanto ao evento exato aqui; porém, temos ampla certeza de que a profecia se cumpriu.

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