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Significado de Oséias 7:8-12
Tendo exposto o pecado do povo, estabelecendo sua redenção final e a falta de resposta do povo de Israel ao Seu chamado (vv. 1-7), o SENHOR continua a descrever os resultados de sua ignorância. Em vez de pedirem ajuda ao Senhor durante este tempo de instabilidade política (2 Reis 15), Efraim se mistura com as nações. Efraim aqui representa o reino do norte de Israel, já que Efraim era a maior tribo e a área tribal que continha a capital do reino do norte, Samaria.
O verbo “misturar” ("balal" em hebraico) usado na frase “Efraim se mistura com as nações” é geralmente associado à mistura de ingredientes, como em Êxodo 29:2 ou Levítico 2:4-5. Às vezes é traduzido como "confundir", como na história de Babel, onde "o SENHOR confundiu a linguagem de toda a terra" (Gênesis 11:9). Aqui, o verbo descreve a relação de Israel com outras nações, notadamente a Assíria e o Egito. Israel havia se misturado com outras nações e se confundido. Como nos capítulos anteriores, o termo Efraim é usado para representar o reino do norte de Israel.
Durante os dias do profeta Oséias, o reino do norte formou alianças com a Assíria. Para consolidar seu poder, o rei Menahem de Israel pagou ao rei assírio um pesado tributo (2 Reis 15:19-20). Como resultado, Efraim tornou-se um bolo não virado (v. 8), ou seja, um pão deixado meio assado no forno - queimado de um lado e não assado do outro.
Os bolos no antigo Israel eram bem diferentes dos atuais. Para se fazer os bolos, os antigos israelitas usavam mel e um xarope feito a partir do suco de uvas, tâmaras ou figos. Tais bolos deveriam ser virados, a fim de assarem bem antes de serem consumidos. Se não fossem virados, eles queimavam e se tornavam inúteis. O SENHOR usa a imagem do bolo não virado que está perto de queimar para descrever a condição de Israel. Um bolo não virado não serve para o padeiro ou para aqueles a quem ele deseja servir. Da mesma forma, Israel havia se tornado inútil para Deus no papel de nação de sacerdotes para as nações vizinhas (Êxodo 19:6). Israel tornara-se inútil em servir a essa tarefa designada por Deus. Em vez de servirem como sacerdotes, mostrando o caminho às outras nações, eles haviam se tornado como uma pomba tola, flutuando entre a Assíria e o Egito (v. 11).
Isso fica claro no versículo seguinte, onde o SENHOR diz: Os estranhos devoram sua força. Mas ele não sabe disso (v. 9). A palavra “força” refere-se ao poder econômico e político de Israel. O pesado tributo que Israel prestou à Assíria a enfraqueceu, fazendo-a perder seu poder e reduzindo-a a um estado vassalo (2 Reis 15:19). Este pesado tributo pago pelo rei foi para que sua aliança com a Assíria "fortalecesse o reino sob seu governo".
Menahem aliou-se à Assíria para proteger-se de ser assassinado ou questionado dentro de Israel. Assim, a podridão da cultura de Israel fez com que sua força fosse minada. Uma cultura de exploração faz com que as pessoas gastem seus recursos para se proteger umas das outras e tira a força dos investimentos e colaboração.
A liberdade e a identidade da nação estavam desaparecendo, na medida em que estranhos (como a Assíria) devoram a força de Israel. No entanto, ele (Israel) não sabe disso (v. 9). Aparentemente, Israel havia se tornado insensível ao fato de que a exploração mútua dentro da nação e a exploração da Assíria e do Egito em relação a Israel, estavam devorando sua força. Efraim (ou Israel) não atentava para isso. Aparentemente, não lhes ocorria que houvesse um caminho melhor. E quando os profetas os chamavam para ouvir um caminho melhor, eles resistiam ouvir.
Infelizmente, os cabelos grisalhos também são aspergidos sobre ele, mas ele não sabe disso (v. 9). O cabelo grisalho era um dos sinais de que alguém estava envelhecendo e em declínio. Porém, tal fenômeno ocorre de forma tão gradual que, às vezes, pode passar despercebido. Como um velho cujos cabelos gradualmente ficavam grisalhos, Efraim estava em decadência espiritual, mas não reconhecia seu perigo mortal. Ironicamente, os cabelos grisalhos de um homem eram uma "honra" no antigo Israel porque simbolizavam sabedoria e conhecimento (Provérbios 20:29). Provérbios 16 deixa claro que "os cabelos brancos são uma coroa de glória; encontra-se no caminho da justiça" (Provérbios 16:31). Porém, esta metáfora não se referia a Israel, eles não haviam alcançado a sabedoria com a idade. Em vez disso, Israel estava se aproximando do fim de seus dias e não conseguia reconhecê-lo. Isso indica que eles não haviam dado ouvidos aos profetas, incluindo Oséias.
Tudo isso aconteceu porque Israel estava cheio de arrogância: Embora o orgulho de Israel testifique contra ele, ainda assim eles não voltaram ao SENHOR, seu Deus, nem O buscaram, por tudo isso (v. 10).
O povo de Deus confiava em si mesmo, em vez de confiar no verdadeiro Deus que os havia redimido e escolhido para serem Sua propriedade entre todos os povos da terra (Êxodo 19:4-6). Suas ações perversas os fizeram ser insensíveis a Deus; nem sequer lhes ocorria invocar a Deus. Eles não se voltavam a Ele, nem mesmo O buscavam (Oséias 7:7). Seu orgulho servia de testemunho contra eles.
A verdade é que o orgulho não leva a nada, além de desonra (Provérbios 11:2), engano (Provérbios 29:23) e destruição (Provérbios 15:25). O profeta Habacuque diz que o orgulho é o que faz com que os corações corruptos se desviem dos desígnios de Deus, que são sempre para o nosso bem:
"Eis que, quanto ao orgulhoso, a sua alma não está reta dentro dele; Mas o justo viverá pela sua fé" (Habacuque 2:4).
Vale ressaltar neste versículo que o oposto da vida de orgulho é andar pela fé. Israel é o retrato de uma nação que havia se afundado na confiar em sua própria inteligência, extraindo seus prazer da opressão dos outros. Isso os levou a uma cultura de exploração e violência, que acabou levando-os à decadência. O contrário disso é confiar que os caminhos de Deus são para o nosso bem. Assim, o "justo viverá pela sua fé". Este versículo de Habacuque 2:4 é o versículo tema de Romanos (Romanos 1:16-17) e também é citado com destaque em Gálatas 3:12 e Hebreus 10:38.
Como resultado dessa dedicação à autossuficiência, Efraim tornou-se como uma pomba tola, sem sentido (v. 11). A pomba era um pássaro frequentemente usado para os sacrifícios no antigo Israel (Gênesis 15:9; Levítico 1:14; Levítico 5:7). Era inofensivo e não particularmente brilhante. Em nossa era moderna, as pombas frequentemente voam e batem nas vidraças das casas.
O SENHOR compara Efraim (ou Israel) a uma pomba tola, sem sentido (literalmente, "sem coração"), porque a nação havia sido facilmente seduzida e não tinha senso de direção. Ela havia perdido a capacidade de pensar corretamente. Em vez de pedir ajuda a Deus, Israel pulava de uma nação a outra: eles chamam para o Egito, vão para a Assíria. Israel estava sempre procurando o "melhor acordo" com essas nações de força superior. Porém, eles estavam colocando sua confiança em nações que exploravam, saqueavam e eram inerentemente não confiáveis. Grande parte dos problemas de Israel aconteceram devido à quebra de seus tratados com outras nações. Um dos temas de Jeremias é que Judá (o reino do sul) deveria manter seu tratado com a Babilônia, em vez de confiar no Egito (Jeremias 27:8-22). Judá não ouviu ao profeta de Deus, mas escolheu ouvir aos falsos profetas.
De fato, Israel vacilava entre se aliar e se opor ao império assírio. Por exemplo, embora o rei Menahem tenha prestado tributo à Assíria (2 Reis 15:19), o rei Peca participou de uma coalizão contra a Assíria:
"Tiglate-Pileser rei da Assíria veio e capturou Ijon e Abel-bete-Maaca e Janoa e Quedes e Hazor e Gileade e Galiléia, toda a terra de Naftali; e levou-os cativos para a Assíria". (2 Reis 15:29)
Oséias, o último rei israelita, submeteu-se à Assíria por um tempo, depois parou de pagar tributo aos assírios e aliou-se ao Egito contra a Assíria (2 Reis 17:1-4). Tudo isso aconteceu porque Israel ignorava a lei do SENHOR (ver mapa na barra lateral).
Portanto, o SENHOR disciplinaria a Seu povo do pacto. Ele declara: Quando eles forem, eu espalharei Minha rede sobre eles (v.12). Isso significa que os israelitas seriam enredados na rede do juízo de Deus. Quando eles fossem para a Assíria ou o Egito em busca de ajuda, vacilando como uma pomba sem sentido, eles se tornariam indefesos. Deus os pegaria em Sua rede e eles não seriam capazes de escapar de Seu julgamento.
Uma vez presos na rede de Deus, os israelitas seriam derrotados. Deus diz: Eu os derrubarei como os pássaros do céu (v. 12). O Deus Susserano (Governante) agiria como um predador astuto e derrubaria os israelitas. Assim, ele os castigaria de acordo com a proclamação à sua assembleia (vs 12). A proclamação à assembleia pode se referir à exigência em Deuteronômio 31:11-12 de que a Lei deveria ser lida diante da assembleia do povo a cada sete anos. Se isso for correto, Deus está dizendo aqui que Seu julgamento sobre o povo seria de acordo com as disposições da lei, que continha remédios específicos para o não cumprimento da aliança (Deuteronômio 28:15-68).
Na aliança de Deus com Israel, Ele adverte que Ele os castigaria caso desobedecessem à Sua lei da aliança, resumida por Jesus como amar a Deus com todo o ser e amar ao próximo como a nós mesmos (Mateus 22:37-40).
Deus tomaria medidas corretivas contra Seu povo da aliança, como havia prometido fazer no contrato com o qual eles haviam concordado (porém haviam se esquecido). Os israelitas sofreriam vergonha e desonra por causa de todas as suas más ações. Isso demonstraria que Deus — não a Assíria ou o Egito — possui domínio supremo sobre o mundo que Ele criou. Também demonstraria que Deus guarda Sua palavra e é um parceiro fiel da aliança, ao contrário do adúltero Israel. No entanto, como Deus é um parceiro fiel, Ele sempre castigará a Israel, para o seu bem, para que possa restaurá-lo a Si mesmo (Oséias 6:11 - 7:1).