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Significado de Mateus 10:16
O relato paralelo do Evangelho quanto a este ensinamento é encontrado em Lucas 10:3.
Jesus deseja que Seus discípulos sejam sóbrios quanto ao que precisam fazer. Ele deseja que eles conheçam os riscos da missão e como melhor gerenciá-los. Ele chama a atenção deles para o que está prestes a dizer. Ele, então, compartilha duas metáforas curtas que retratam os perigos e a estragégia de sua missão.
Eu os envio como ovelhas no meio dos lobos. Jesus está enviando Seus discípulos para o meio do perigo. Ele envia Seus discípulos como se fossem ovelhas. As ovelhas eram símbolos comuns de inocência e fragilidade. Nesta metáfora, a noção de presa indefesa faz mais sentido. Essas ovelhas estão sendo enviadas para o meio de lobos. Os lobos são simbolos de voracidade e crueldade. Os lobos operam em matilhas para melhor caçar e cercar suas presas. Eles são os predadores naturais das ovelhas, que são indefesas contra seus ataques. A única coisa que protege as ovelhas dos lobos é o seu número (elas não são todas mortas e comidas de uma só vez) e seu pastor que, além de levá-las a pastagens verdes e águas, também as protege dos ataques de animais como os lobos.
Jesus está dizendo a Seus discípulos que eles são como as ovelhas indefesas e os lobos são os homens que conspirarão para prendê-los e matá-los, a fim de impedir que a mensagem do Evangelho ameace seu poder. Na medida em que os discípulos são enviados em direção ao perigo, Jesus lhes diz que é improvável que Deus intervenha sempre para protegê-los de todos os abusos e danos físicos e sociais. A dor que eles irão enfrentar é real.
Jesus, então, usa uma metáfora diferente para ajudá-los a gerenciar o risco desses perigos. Tendo em vista os perigos que os aguardam, eles devem ser astutos como as serpentes e inocentes como as pombas. As serpentes são frequentemente associadas ao mal. E por uma boa razão. Satanás tomou a forma de uma serpente quando tentou Eva a desobedecer a Deus no Jardim do Éden. Mas, além de serem vistas como más, as serpentes também eram vistas como sendo sutis, astutas, perspicazes: "Ora, a serpente era mais astuta do que qualquer besta do campo que o Senhor Deus havia feito" (Gênesis 3:1).
Ser astuto é uma virtude quando aplicada corretamente. Quando Jesus diz a Seus discípulos para serem astutos como as serpentes, Ele esclarece o que isso quer dizer na frase seguinte: E inocentes como as pombas. Isso pode incluir não correr riscos desnecessários ou se expor imprudentemente a vulnerabilidades quando estas podem ser evitadas. Jesus os adverte a não confiarem nas autoridades.
As serpentes raramente dominam suas presas pela demonstração de força. Mais frequentemente, elas se aproximam de suas vítimas e as pegam pelo elemento surpresa. A astúcia é a sabedoria prática, ou seja, o oposto do comportamento tolo. Porém, a astúcia pode ser abusada, como qualquer outra qualidade, para tirar vantagem dos outros quando e onde menos esperam. Quando as pessoas exercem a astúcia desta maneira, elas estão pecando.
O apóstolo Paulo descreve a qualidade da serpente como sendo "astuta":
"Mas temo que, como a serpente enganou Eva por sua astúcia, suas mentes serão desviadas da simplicidade e pureza da devoção a Cristo." (2 Coríntios 11:3-4)
Em Lucas 20, Jesus percebeu a "astúcia" (mesma palavra de 2 Coríntios 11:3-4 - "panourgia") de Seus inimigos quando tentaram prendê-Lo, perguntando-Lhe se os judeus deveriam pagar impostos aos romanos. Os líderes judeus haviam feito "pesquisas de oposição" através de "rastreadores" que haviam seguido Jesus, e tinham concebido essa questão como uma maneira de prender Jesus. Se Ele respondesse "sim", Jesus perderia o apoio do povo, que acreditava ser idolatria pagar impostos a Roma. Se Jesus respondesse "não", os líderes poderiam entregá-Lo aos romanos como um insurrecionista e matá-Lo (que era o seu principal objetivo).
Jesus foi mais astuto que eles. Ele se recusou a responder à pergunta. Em vez disso, "esquivou-se" de seu ataque e ofereceu uma opção alternativa, perguntando-lhes qual inscrição havia no dinheiro romano. Em seguida, Ele afirmou que eles deveriam dar ao homem o que era devido ao homem e a Deus o que era devido a Deus. Ao fazer isso, Jesus demonstrou o princípio de ser astuto e, ao mesmo tempo, inocente.
As pombas são símbolos de inocência. Assim como Seus discípulos deveriam ser astutos como as serpentes, usando as instituições seculares para cumprir sua missão, eles deveriam fazê-lo com a máxima integridade. Eles deveriam manter seu foco na missão de servir aos outros, em vez de serem egoístas. A demonstração de Jesus deste princípio no episódio "mostrem-me uma moeda"registrado em Lucas 20 indica que Jesus desejava que Seus discípulos tivessem a capacidade de entender como vencer argumentos por meio da astúcia diante de questionamentos e perguntas. No entanto, Ele esperava que eles aplicassem tal habilidade para avançar o Reino, em vez de lucrar para si mesmos. Ser inocente como as pombas incluía manter o foco de abençoar gratuitamente as pessoas a quem eles ministravam, em vez de buscar retornos monetários para si mesmos.