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Por que devo ter fé que o Universo foi criado por Deus?

Por que devo ter fé que o Universo foi criado por Deus?

Este artigo pretende responder à questão de se fatos da ciência e da razão apoiam a crença de que uma superinteligência (Deus) criou o universo. A resposta simples é que, após a inspeção de tudo o que os humanos aprenderam sobre nossa realidade física, é preciso muito mais fé para acreditar em um universo material que se criou do que acreditar que uma superinteligência o criou.

Definição de Fé

Fé pode ser definida como uma confiança confiante, confiança ou convicção pessoal em algo ou alguém com base na razão, evidência ou princípios profundamente arraigados, mesmo quando certos aspectos estão além da observação imediata ou compreensão total. Em termos simples: fé é confiar no que não pode ser totalmente visto ou provado, mas é firmemente acreditado como verdadeiro.

A fé faz a ponte entre o que é compreendido e o que é assumido. A fé converte nossas suposições, conhecimento e esperanças em ações. A fé alinha nossas ações em uma estrutura abrangente ou visão de mundo.

Fé, portanto, não é crença cega, mas sim um aspecto essencial de qualquer cosmovisão, seja ela enraizada no relato bíblico da criação ou no materialismo. Toda cosmovisão requer um nível de confiança em pressupostos que não podem ser totalmente provados, mas são aceitos como verdades fundamentais.

A Grande Questão

“De onde veio o universo e tudo o que ele contém?”

Esta questão cativou o pensamento humano através de culturas e séculos. Ela inspirou tanto a investigação científica quanto a reflexão teológica. Não é meramente um quebra-cabeça científico, mas uma busca filosófica e existencial que investiga a natureza da realidade em si.

O que veio primeiro: Consciência ou Material?

  • A Mente criou a Matéria?
  • Ou a Matéria evoluiu para a Mente?

As respostas a essas perguntas dependem, em última análise, de uma de duas visões de mundo concorrentes.

  1. O relato bíblico básico, que postula que uma Mente eterna e proposital criou o universo.
  2. Materialismo, que afirma que a matéria é a realidade fundamental, evoluindo ao longo do tempo para vida e consciência.

Essas perspectivas diferem radicalmente não apenas em suas explicações, mas também em suas implicações para o lugar da humanidade no cosmos.

Qualquer visão de mundo séria deve fornecer relatos plausíveis para as origens da matéria, da vida, da consciência e do significado.

Materialismo

O materialismo pretende ser uma visão de mundo séria e, portanto, tenta fornecer relatos de todas as origens. O materialismo é a crença de que a única coisa real é o universo material. É uma visão de mundo predominante no momento em que este texto foi escrito (2025).

A visão de mundo do Materialismo reconhece os fenômenos da vida consciente, mas rejeita a existência de vida não biológica — Deus, anjos, a alma, etc. O Materialismo, por seus próprios princípios, rejeita o reino espiritual e/ou metafísico. O Materialismo acredita em formas de vida físicas complexas, mas não acredita em Deus, anjos e demônios e na possibilidade de vida humana após a morte.

Da origem do universo até agora, há três grandes movimentos ou saltos de progresso. Os três grandes saltos são:

  1. “O Salto do Ser”
    Este é o salto da não existência da matéria para a existência da matéria.
  2. “O Salto da Vida”
    Este é o salto da matéria não viva para os organismos vivos.

  3. “O Salto da Consciência”
    Este é o salto da vida orgânica sem capacidade de autoconsciência mental, senso de moral ou responsabilidade de livre arbítrio para uma vida orgânica que tem capacidade de autoconsciência mental, senso de moral e responsabilidade de livre arbítrio.

De acordo com uma visão de mundo materialista, esses saltos podem ser resumidos pelas expressões:

  • Salto 1: “A matéria em si é eterna ou surgiu espontaneamente.”
  • Salto 2: “Mais tarde, a matéria se queimou em formas de vida simples e em constante evolução.”
  • Salto 3: “Eventualmente, depois de centenas de milhões de anos, algumas dessas estruturas em constante evolução
    formas de vida atingiram uma mente que raciocina e comunica de forma abstrata
    pensamentos, atribui significado, moral e valores por meio da linguagem.”

O relato bíblico da criação

A cosmovisão bíblica rejeita as afirmações do materialismo sobre esses saltos.

A Bíblia começa com a suposição: “No princípio, Deus criou os céus e a terra” (Gênesis 1:1). De acordo com a cosmovisão bíblica, o Deus eterno criou a matéria, a vida e a consciência.

Do relato do Gênesis:

  • Deus criou e formou o universo material (Gênesis 1:1-10)
    Este é o Salto do Ser.
  • Deus criou a vida (Gênesis 1:11-25).
    Este é o Salto da Vida.
  • Deus criou a vida humana (Gênesis 1:26-30, 2:7).
    Este é o Salto da Consciência.

Mas enquanto os eventos da Criação são narrados em Gênesis, eles são explicados filosoficamente no Prólogo do Relato do Evangelho de João, especificamente em João 1:1-4.

Em termos de criação, João 1:3-4 fornece uma resposta clara para cada um dos “grandes saltos” do materialismo.

Mas antes que o prólogo de João aborde esses saltos, ele estabelece que Deus é eterno:

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus.”
(João 1:1-2)

O termo grego traduzido aqui como “Palavra” é “Logos”. Logos pode significar “pensamento”, “linguagem”, “fala”, “ordem”, “razão”, “lógica”. Logos também pode ser traduzido como “Mente”.

João 1:1-2 e stabelece que a Mente é eterna e que existia antes da matéria.

Com esses fatos esclarecidos, as declarações subsequentes de John abordam cada um dos três saltos do Materialismo em ordem:

  1. “O Salto do Ser”
    A Palavra criou toda a matéria no universo. O material não existia até que a Palavra o criou.
    “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.” (João 1:3)
  2. “O Salto da Vida”
    A Palavra é a fonte viva da vida.
    “Nele estava a vida” (v João 1:4a).
  3. “O Salto da Consciência”
    O Verbo criou o homem com a capacidade de raciocinar, falar, amar e escolher. O homem também foi criado em um universo moral, e os padrões morais são determinados e revelados a nós por Deus.
    “E a vida era a Luz dos homens”
    (João 1:4b)

A Bíblia afirma que uma Mente Suprema eterna (Deus — a Palavra/Logos) criou toda a matéria, toda a vida e todos os seres racionais. Os humanos, que são seres racionais, foram feitos à imagem de Deus. É por isso que os humanos podem raciocinar, comunicar pensamentos abstratos, valores, etc. É também por isso que os humanos são capazes de agir de acordo com seu próprio livre arbítrio e arcar com a responsabilidade de suas escolhas.

Além disso, as afirmações da Bíblia estão alinhadas com teorias que afirmam e/ou descobertas que demonstram o seguinte:

A). O universo teve um começo (como afirmam Gênesis 1:1 e João 1:3).

B). No núcleo da raiz da matéria celular há um enorme estoque de inteligência “programando” direcionando todos os processos orgânicos, obrigando qualquer observador objetivo a concluir que isso foi projetado por um “superprogramador” (o “Logos” de João 1:1-3).

C) Um nível de ajuste fino de tolerâncias para a vida que obriga um observador objetivo a concluir a necessidade de um inventor/designer (o “Logos” de João 1:1-3).

Todas essas conclusões e descobertas racionais são evidências que apoiam o relato bíblico da criação.

Paradoxos Fundamentais do Cristianismo e do Materialismo

Toda cosmovisão, incluindo o cristianismo bíblico, requer fé em algo que é inexplicável ou paradoxal em termos humanos. Isso é chamado de Paradoxo Fundador .

Os dois paradoxos fundadores do cristianismo são:

  1. A Trindade — Deus é Três e Ele é Um. Deus é o Pai, o Filho e o Espírito Santo — e Deus é Um.
  2. A dupla natureza de Jesus — Jesus é totalmente Deus (eterno, todo-poderoso, etc.) e Jesus é totalmente humano (mortal, finito, frágil).

Mas quando se trata da origem do universo, a cosmovisão bíblica requer apenas um salto em vez dos três saltos do materialismo. O “salto” bíblico é expresso em Gênesis 1:1 e João 1:1 — “No princípio Deus…” (Gênesis 1:1) e “No princípio era o Verbo” (João 1:1). O “salto” bíblico é uma crença de que o Deus eterno e transcendente criou tudo.

Os saltos do materialismo exigem nada menos que três crenças. Esses saltos são:

  • A matéria é eterna ou surgiu de repente (o Big Bang)
  • A matéria de alguma forma se tornou viva
  • A vida evoluiu para uma consciência com significado moral.

Essa é uma das razões pelas quais não importa o que o materialismo diga ou quão "científico" ele pretenda ser, ele requer mais fé para ser aceito como verdadeiro do que o cristianismo bíblico.

A visão de mundo do Materialismo diz que a mente surgiu da matéria. A visão de mundo bíblica afirma que uma Mente (Logos) criou a matéria, a vida e outras mentes.

Até o momento, físicos, astrônomos e cientistas de outros campos que aderem à visão de mundo do Materialismo não conseguiram demonstrar conclusivamente como o universo e tudo o que existe surgiram da matéria. (E eles nunca conseguirão provar essa alegação porque ela é falsa.) Suas teorias materialistas minimizam muito e geralmente excluem o papel de um Criador divino.

Teorias materialistas exigem uma fé tremenda e paradoxal na matéria e em seus próprios pressupostos.

A visão de mundo materialista afirma paradoxalmente que “a única coisa que importa é a matéria”.

Se estiver correto, então por que a verdade e as alegações de verdade (que são apenas ideias e inerentemente imateriais) são importantes?

O materialismo em si é um sistema de afirmações de verdade e apenas uma ideia imaterial.

As seguintes afirmações expõem o amplo paradoxo do materialismo:

  • “Não há nenhum 'elemento' de verdade no Materialismo.”
    (A verdade é imaterial. Não há átomos de “verdade” no universo.)
  • “O problema com o materialismo não é o 'material', é o '-ismo'.”
    (O materialismo afirma que somente a matéria é real. Mas essa afirmação não é material — portanto, não pode ser real/verdadeira).

Materialismo e significado moral

Além disso, se o materialismo fosse verdadeiro: por que a moral seria importante?

Não há elemento físico ou composto para a moralidade. As partículas materiais não se importam se alguém é “bom” ou “mau”. O universo material não fica mais satisfeito se alguém salva altruisticamente as vidas de milhares de pessoas, assim como não fica ofendido se alguém assassina sadicamente milhões de pessoas inocentes. De acordo com o materialismo, “bem” e “mal” não são reais. Eles são simplesmente construções inventadas ou imaginadas que as pessoas projetam no mundo para atender aos seus gostos e desgostos pessoais.

Há uma conveniência superficial em viver em um mundo onde não se pode fazer nada errado, porque então somos livres para fazer o que quisermos, com quem quisermos, sem nos sentirmos culpados.

Mas há dois grandes problemas em viver em um universo amoral.

Primeiro, isso não é verdade. Somos feitos à imagem moral de Deus, e nenhuma quantidade de autoilusões, negação ou supressão da verdade pode alterar esse fato. Negar a Deus e a realidade que Ele criou é tolice e inevitavelmente leva à autodegradação e autodepravação a ponto de nada fazer sentido — incluindo significado e moral (Romanos 1:21-32).

Em segundo lugar, mesmo que fosse verdade que não houvesse significado moral e que não pudéssemos fazer nada de errado, isso significaria igualmente que não poderíamos fazer nada de certo ou bom.

No fundo, todos nós vivemos e devemos viver como se houvesse um significado real no mundo. É essencial para a vida humana acreditar que nossas vidas e escolhas têm significado.

Nossa insistência de que nossas escolhas tenham significado dentro do universo é porque Deus criou um universo moral e nos moldou à Sua imagem moral. A expressão de João — Nele estava a vida e a vida era a Luz dos homens — fala da insistência arraigada da humanidade por significado e verdade no universo moral que Deus criou.

Segundo a Bíblia, a vida e as escolhas humanas encontram seu significado supremo em Jesus, como diz João 1:4: “Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens”.

A Bíblia afirma que os humanos são criados à imagem de Deus (Gênesis 1:27), incutindo valor e propósito inerentes em cada pessoa. Ela fornece uma estrutura moral enraizada no caráter de Deus, conforme refletido em Seus mandamentos e ensinamentos, que guiam a humanidade em direção ao amor, à justiça e à retidão (Miquéias 6:8). A busca por significado e moralidade é cumprida em Jesus, que não apenas incorpora a verdade, mas oferece um relacionamento reconciliado com Deus, a fonte de todo propósito (João 14:6).

A cosmovisão bíblica se encaixa na necessidade do homem por significado e propósito. A Bíblia contrasta com o Materialismo, que não tem base para fundamentar significado moral ou significância humana em nada além dos caprichos dos desejos individuais.

Em face de um universo tão vazio e sem propósito, é preciso muita fé para acreditar que nossas escolhas, nossas ações e nossas vidas têm algum significado real. Em tal universo, a vida se torna uma luta para superar uma sensação de impotência, apatia e incerteza moral.

Conclusão

A comparação entre as visões de mundo bíblica e materialista revela que ambas exigem fé em suposições fundamentais sobre o universo. O materialismo depende da crença de que a matéria é eterna ou surgiu espontaneamente, que a vida surgiu da não-vida e que a consciência evoluiu sem orientação externa. Em contraste, a visão de mundo bíblica propõe um único salto de fé: que um Criador eterno e proposital trouxe o universo à existência.

Um Criador Divino não apenas explica as origens da matéria, da vida e da consciência, mas também fornece uma estrutura para significado, moralidade e significância humana. A fé necessária para o Materialismo parece maior porque lhe falta uma explicação coesa para a inteligência e estrutura moral evidentes no universo, enquanto a perspectiva bíblica oferece uma fundação clara e lógica.

Em última análise, a questão de se a mente criou a matéria ou a matéria evoluiu para a mente é uma questão de fé. Embora o materialismo represente um esforço intelectual significativo para entender a realidade, suas explicações muitas vezes não conseguem abordar a profunda necessidade da humanidade por significado, moralidade e propósito. Convidamos todos, independentemente de sua visão de mundo e seus pressupostos, a considerar a explicação bíblica para a origem do universo, não como uma rejeição da razão ou da ciência, mas como uma perspectiva que se harmoniza com ambas e fornece uma base para um sistema sustentável de crenças que promova a vida e o florescimento humano.