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Significado de Daniel 9:15-19

Depois de confessar o pecado e louvar a Deus por Sua justiça, Daniel pede ao Senhor que ouça sua oração. Daniel esperava que Deus poupasse os judeus de mais castigos e os restaurasse a Jerusalém.

Daniel ora a Deus. Depois de louvar a Deus e confessar o pecado do povo, ele expressa o entendimento preciso de que Deus havia sido bom e que Seu povo merecia aquela severa penalidade por sua desobediência e violação ao pacto. A palavra “agora” transiciona a oração de Daniel da confissão para a súplica. Ele havia admitido os erros de Israel e Judá; agora ele pedirá a misericórdia de Deus. Ele se dirige diretamente a Deus: “Ó Senhor, nosso Deus”. Apesar da ruptura entre Deus e Seu povo, nada poderia quebrar a relação entre eles. Deus ainda era o Deus de Daniel e Daniel era servo de Deus. Os judeus ainda eram Seu povo escolhido. Nenhuma quantidade de desobediência mudaria isso (Romanos 11:25-32).

Daniel se dirige a Deus como aquele que “tirou Seu povo da terra do Egito com mão poderosa”, alguém que fez “um nome para Si”. No Egito, o povo de Deus era escravo, semelhante ao atual estado de Israel e Judá. O próprio Daniel era cativo na Babilônia e viveu a maior parte de sua vida como um estranho em uma terra estranha. No entanto, Deus era o libertador. Ele havia libertado o povo de Israel do Egito com mão poderosa e através de grandes demonstrações de poder. Até aquele ponto da história, as nações da terra ainda não conheciam o poder de Deus. Depois do Êxodo e até hoje, impérios poderosos como o Egito e a Babilônia ficaram bastante familiarizados com a famosa reputação do Senhor. Seu nome é famoso “até hoje”, declara Daniel. Famoso para o povo de Israel e Judá, famoso para os egípcios, famoso para o rei Nabucodonosor da Babilônia, que escreveu extensivamente sobre o poder de Deus em Daniel capítulo 4: "Pareceu-me bom declarar os sinais e maravilhas que o Deus Altíssimo fez por mim" (Daniel 4:2).

Antes de prosseguir, Daniel mais uma vez reafirma a culpa do povo de Deus: “Pecamos, fomos maus”. Daniel diz a Deus que Ele era poderoso e bom e que Seu povo havia falhado com Ele. No entanto, Daniel ora: “Ó Senhor, segundo toda a tua justiça, apartem-se da tua cidade Jerusalém, teu santo monte a Tua ira e o Teu furor”. O santo monte referia-se ao Monte Sião, uma colina de Jerusalém, além de ser um símbolo da própria cidade de Jerusalém.

Jerusalém e o povo de Deus haviam se tornado uma “reprovação” para outras nações. Outras traduções desse versículo dão a idéia de que as nações não tinham ao povo judeu em grande consideração; eles desprezavam a nação escolhida por Deus. O Estado de Israel e Judá era tão lamentável que as nações vizinhas passaram a considerar seu povo como fraco, insignificante e detestável.

Daniel pede a Deus que ouvisse sua oração, chamando-se servo de Deus, pois ele havia servido fielmente a Deus, mesmo enquanto cativo na Babilônia. Daniel faz súplicas, pedidos humildes aos quais apenas Deus poderia atender. Porém, Daniel enquadra sua oração de várias maneiras diferentes. Se Deus respondesse às orações de Daniel, isso não apenas ajudaria ao povo judeu, mas o próprio Deus se beneficiaria disso. Daniel implora a Deus: “Deus nosso, escuta a oração do teu servo e as suas súplicas e, por amor do Senhor, faze brilhar o teu rosto sobre o teu santuário, que está desolado” (um símbolo das ruínas de Jerusalém e seu povo cativo). Daniel repete o pedido; ele pede novamente a Deus que o escutasse, porque ele estava se comunicando corretamente com Deus a partir de uma postura de humildade. Ele não podia forçar Deus a fazer nada, nem mesmo a ouvi-lo.

Ele implora a Deus: “Inclina, Deus meu, os teus ouvidos e ouve; abre os teus olhos e contempla as nossas desolações e a cidade que é chamada do teu nome” (Jerusalém). Daniel dá toda a glória a Deus. Toda a responsabilidade pelo pecado era do povo de Israel e Judá e sua disciplina era justa. É por isso que Daniel ora em termos tão humildes e desesperados. Ele sabia que Deus não lhe devia nada. Ele declara que ele e seus companheiros judeus não apresentavam suas súplicas diante de Deus por causa de quaisquer méritos próprios.

Daniel sabia que eles não mereciam nada, nem a misericórdia de Deus, nem Sua intervenção. Daniel, em vez disso, apela a Deus para que os ouvisse “por causa de Sua grande compaixão”. A escolha de tirar ou não os judeus do exílio pertencia unicamente a Deus. Por isso, Daniel exalta a compaixão de Deus.

A oração de Daniel chega a uma conclusão apaixonada. Ele pede três coisas a Deus: Ó Senhor, perdoa; ó Senhor, escuta e põe mãos à obra”. Se Deus ouvisse ao apelo de Daniel e perdoasse a Seu povo, Ele faria com que os judeus exilados voltassem a Jerusalém.

“Não te demores, por amor de ti mesmo”, diz Daniel. A razão para o pedido de Daniel em relação a uma ação imediata de Deus era que a cidade de Deus (Jerusalém) e Seu povo “são chamados pelo Teu nome”. Eles eram o povo escolhido de Deus e sua restauração traria glória a Deus. Assim eles poderiam novamente tentar andar em obediência a Ele.

Este é o padrão do relacionamento entre os israelitas e Deus. Deus os conduzia; eles se rebelavam; Deus os disciplinava; eles se arrependiam; Deus estendia misericórdia e compaixão a eles. Porém, como Daniel afirma no versículo 12, a disciplina naquele momento era especialmente severa. Deus havia enviado um rei estrangeiro para conquistar a cidade santa de Jerusalém e tomar seu povo como cativo. Daniel espera e ora para que finalmente chegasse a hora do castigo terminar. Ele desejava que Deus demonstrasse compaixão e perdão a Seu povo.

É fascinante notar que Daniel não mencione a profecia de Jeremias durante sua oração. Daniel não diz: "O Senhor prometeu setenta anos, é hora da profecia se cumprir". Como parte de sua aproximação diante de Deus em completa humildade, Daniel entende que a disciplina poderia se estender. Deus, o governante superior ou Susserano, estava lidando com o vassalo ofensor de acordo com os termos do acordo. Assim, Daniel pede por Sua misericórdia.

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