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Significado de Êxodo 8:20-32

A partir de 8:20, o segundo ciclo de pragas se inicia. A primeira praga deste ciclo - a quarta praga (8:20-32) - envolve uma infestação de moscas. Como na primeira praga, Moisés e Arão confrontaram ao Faraó quando ele ia banhar-se no Nilo. O SENHOR ordenou ao Faraó que libertasse os israelitas e depois o ameaçou com outra praga se ele não cumprisse. Os israelitas não foram afetados por esta praga, mas o resto do Egito foi devastado por ela. Faraó chamou Moisés e Arão e disse-lhes para irem oferecer sacrifícios ao Senhor. Moisés recusou a oferta devido ao fato de que a natureza do sacrifício israelita ofenderia aos egípcios e, portanto, colocaria em risco a vida dos israelitas. Moisés também disse ao Faraó que pediria ao Senhor que removesse o enxame de moscas da terra. Ele também advertiu ao Faraó a não voltar atrás em sua palavra, como havia feito na peste anterior. O SENHOR, então, removeu cada uma das moscas, mas Faraó endureceu seu coração novamente e não libertou os israelitas.

Nos versículos 20-23, o SENHOR ditou Sua mensagem para que Moisés e Arão a transmitissem ao Faraó. Isso é um paralelo com a primeira praga em muitos aspectos. O SENHOR ordenou a Moisés e a Arão que se levantassem de manhã cedo e se apresentassem diante do Faraó, quando ele saísse para a água, o que é idêntico à primeira praga (7:15). Sua mensagem era semelhante à que está na primeira praga – Deixe Meu povo ir, para que Me sirva. Esta é uma versão um pouco mais curta do que está registrado em 7:16.

A próxima parte da mensagem é um aviso do que aconteceria se o Faraó não cumprisse a ordem do Senhor. O SENHOR adverte: Se não deixares o Meu povo ir, eis que enviarei enxames de moscas. A palavra "moscas" não existe no texto em hebraico – diz simplesmente "Enviarei enxames". Embora sugira insetos, levant-ase a questão de que tipo de inseto estamos falando aqui. Uma sugestão é que se tratava de um enxame de animais ou répteis. Outra idéia é que a tradução grega a interpretou como a mosca-do-cão (que também é chamada de mosca-de-gade, um brutal inseto sugador de sangue). Outra sugestão é a mosca doméstica normal, um dos símbolos do Egito, como visto em Isaías 7:18. Uma sugestão menos popular é que se refere aos besouros comedores de plantas, animais e outras coisas. Parece que a mosca se encaixa melhor no contexto aqui.

O SENHOR descreve a extensão da infestação, dizendo ao Faraó que ela virá sobre ti, sobre teus servos, sobre teu povo e em tuas casas, e as casas dos egípcios estarão cheias de enxames de moscas, e também o chão em que habitam. Em outras palavras, não haveria lugar no Egito onde o enxame não estivesse presente. Houve uma exceção – o SENHOR declarou: Naquele dia, separarei a terra de Gósen, onde Meu povo está vivendo, para que nenhum enxame de moscas chegue lá. O propósito: Para que saibam que eu, o Senhor, estou no meio da terra. Para provar mais uma vez que o SENHOR é soberano sobre toda a natureza, Ele impede que as moscas afetem a terra de Gósen, onde vivem os israelitas. Assim, Ele coloca uma divisão entre o Meu povo e o seu povo. Nesta praga, o SENHOR trata Seu povo com graça e traz julgamento aos egípcios. O SENHOR, então, diz ao Faraó quando a praga começaria – Amanhã. Somente um Deus soberano pode controlar quando e onde uma infestação de insetos pode ocorrer.

Depois da advertência, o Senhor assim o fez. Conforme havia dito, Vieram grandes enxames de moscas na casa do Faraó e nas casas de seus servos. Seu efeito foi horrível e a terra foi devastada por causa dos enxames de moscas em toda parte. A palavra hebraica para "devastação" é uma palavra forte, implicando que a terra estava completamente arruinada.

Outra indicação de que essa praga foi muito intensa é que no versículo 25 Faraó chama a Moisés e Arão e diz: "Vai, sacrifica ao teu Deus dentro da terra". Parecia que essa praga finalmente quebra o coração endurecido do Faraó e o convence a deixar os israelitas saírem. Ele, no entanto, impõe um limite à sua viagem, exigindo que ficassem "na terra". Ao fazer isso, o Faraó manteria sua soberania sobre eles e provavelmente planejava impedi-los de sair permanentemente.

Moisés apresenta outra proposta que poderia ser agradável ao Faraó. Moisés diz: "Não é correto fazê-lo, pois sacrificaremos ao Senhor, nosso Deus, o que é uma abominação para os egípcios". Moisés estava tentando explicar que o Deus de Israel tinha requisitos explícitos para o sistema de sacrifícios. Moisés explica: Se sacrificarmos o que é uma abominação para os egípcios diante de seus olhos, eles não nos apedrejarão? Os sacrifícios oferecidos ao SENHOR exigiam animais que os egípcios consideravam sagrados e, portanto, eram adorados e reverenciados. Isso seria completamente inaceitável para os egípcios e eles poderiam sentir-se compelidos a matar os israelitas por serem desrespeitosos com o culto egípcio. Este foi um argumento persuasivo para o Faraó, já que ele claramente temia perder o trabalho escravo hebraico.

Com base nesse perigo percebido para os israelitas, Moisés explica: Devemos fazer uma jornada de três dias no deserto e sacrificar ao Senhor nosso Deus. Isso repete a primeira exigência ao Faraó em 5:1-3. Moisés faz questão de enfatizar que esses requisitos não eram idéia dele – eles estavam simplesmente fazendo o que Deus nos ordena.

Faraó, finalmente, cede. No versículo 28, Faraó diz: "Eu vos deixarei ir, para que possais sacrificar ao Senhor, vosso Deus, no deserto; só tu não irás muito longe. A palavra "eu" é enfática no hebraico, indicando que Faraó tenta comunicar que era ele quem estava permitindo que Israel fosse e sacrificasse, nenhuma outra pessoa. Faraó se oferece para deixar os israelitas irem (provavelmente indicando uma libertação temporária), desde que não fossem muito longe. Mantê-los próximos permitiria que ele mantivesse domínio sobre o povo. Moisés não se opõe a essa exigência.

Faraó menciona o Senhor pelo nome, algo que ele estava relutando em fazer. Faraó também pede que Moisés faça súplica por ele. Como a súplica de Moisés havia funcionado na praga das rãs (8:8), Faraó pensou que poderia funcionar novamente para se livrar das moscas. Faraó estava começando a reconhecer o poder do verdadeiro Deus.

No versículo 29, Moisés diz: "Eis que saio de vós, e farei súplica ao Senhor para que os enxames de moscas se afastem de Faraó, de seus servos e de seu povo amanhã. Moisés responde ao enfático "eu" do Faraó com seu próprio "eu" enfático, ao dizer que estava saindo. Moisés promete interceder novamente por ele. No entanto, ele não permite que o Faraó decidisse quando a peste seria eliminada desta vez. Moisés simplesmente diz que as moscas iriam embora "amanhã". Isso imitou a escolha do Faraó em relação à praga das rãs. Moisés, então, acrescenta uma terrível advertência: Só não deixe o Faraó lidar de forma enganosa novamente em não deixar o povo ir para o sacrifício ao Senhor.  Moisés estava profundamente ciente da tendência do Faraó de fazer promessas para sair de uma situação ruim e, mais tarde, não cumprir tais promessas.

Depois que o confronto termina, Moisés sai da presença do Faraó e faz súplica ao Senhor. No versículo 31, o SENHOR responde à oração  de Moisés: O Senhor fez o que Moisés pediu e removeu os enxames de moscas do Faraó, de seus servos e de seu povo. O fato de nada ter permanecido é uma evidência de que o Senhor tinha controle total sobre as moscas.

Essa notável demonstração da soberania do SENHOR sobre insetos humanamente incontroláveis deveria ter convencido o Faraó de que o Deus de Moisés era supremo. Ele deveria ter concordado com os termos de Moisés. Porém, ao invés disso, Faraó endurece seu coração desta vez também e ele não deixa o povo ir. Não só isso, mas os magos do Faraó não são vistos em nenhum lugar nesta praga, implicando que eles estavam impotentes para replicar a praga ou removê-la do Egito.

Esta praga mostra tanto aos egípcios quanto aos israelitas que o Deus dos hebreus era o Mestre de toda a natureza. Mesmo as divindades egípcias não conseguiram controlar a infestação das moscas. Mas o SENHOR está no controle total de toda a natureza, inclusive das moscas. Ele as impediu de entrar na terra de Gósen e afastou a cada um delas. Este pode ter sido mais um ataque ao próprio Egito, já que a mosca era um símbolo no reino. Isso mostrou que era o SENHOR quem governava o império egípcio, não o Faraó.

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