Significado de Hebreus 10:19-22

Após argumentar e provar exaustivamente que Jesus era o Sacerdote superior e que o sacrifício, da Nova Aliança estabelecido por Ele era superior à antiga aliança, a epístola aos hebreus volta sua atenção a como podemos aplicar tal conhecimento.

Por causa da obra de Cristo, podemos ter confiança para nos aproximar de Deus de uma maneira que nunca antes se pensou ser possível. No Antigo Testamento, os sacerdotes intercediam pelos pecados do povo, indo a Deus em determinados momentos no tabernáculo e no templo. Somente o sumo sacerdote poderia entrar no lugar santíssimo. Mas, agora, Cristo, através de Sua carne e pelo Seu sangue (através de Sua morte e ressurreição como homem), inaugurou este novo e vivo caminho. Podemos pedir perdão a Deus diretamente, com ousadia. Cada crente pode, pela fé, ir com confiança e entrar no lugar santo no céu e receber purificação de sua consciência. Jesus restaurou nosso relacionamento com Deus e não há mais necessidade de confiarmos nas práticas religiosas. Nosso relacionamento com Deus é direto, único e pessoal. Podemos e devemos nos aproximar da casa de Deus, para que possamos alcançar uma consciência limpa e andar em fé. Podemos perseverar aqui na terra, mesmo diante dos sofrimentos e dificuldades.

No capítulo 2, o escritor da carta nos adverte que podemos nos afastar da fé (2:1) e negligenciar o poder salvífico da ressurreição (2:3). Aqui, no capítulo 10, ele pinta um quadro incrível e sobrenatural, instruindo seus leitores hebreus a como evitar se afastar. O apóstolo ressalta que eles tinham a presença de Deus e de Cristo em suas vidas, capacitando-os a não se afastarem ou negligenciarem sua nova identidade como crentes. O pecado já não lhes era pesado, pois eles haviam sido purificados pelo sangue de Cristo. À luz desta purificação, eles poderiam viver com um coração sincero em plena certeza da fé, tendo confiança no que Cristo fez por eles em sua morte.

No entanto, eles ainda pecavam. Era verdade que eles não mais precisavam carregarmais a culpa ou o peso do pecado diante de Deus, porque o sacrifício de Jesus foi a expiação perfeita por seus pecados. Porém, em suas lutas diárias contra o pecado, havia necessidade de purificação, não para que fossem puros aos olhos de Deus, mas para que fossem libertos do pecado e pudessem andar conforme o plano de Deus para eles. O autor nos ensina que, quando pecamos, podemos nos aproximar diretamente de Deus e sermos purificados da má consciência, tendo nossa comunhão com Deus restaurada e nossas consciências limpas.

Se não vivermos pela fé e pecarmos deliberadamente, nos colocamos sob as consequências negativas do pecado. Nos versículos seguintes, o autor da carta vai lembrar a seus leitores sobre essas consequências, sejam elas experimentadas nesta terra ou no dia do juízo. Ao pecarmos deliberadamente, nossa consciência fica suja. Nenhuma prática religiosa pode consertar isso. Podemos experimentar a perda das recompensas. No versículo 25, Paulo observa que o dia do Senhor estava se aproximando, ou seja, o dia em que Cristo voltaria para Sua igreja e estabeleceria Seu Reino. Quando Jesus voltar, Ele julgará os crentes com base em sua fidelidade (1 Coríntios 3:10-15; 2 Coríntios 5:10; Romanos 14:10). Ele recompensará a Seus servos bons e fiéis; porém, os crentes que abandonarem a fé e abraçarem voluntariamente ao pecado não receberão recompensas. Este é um aviso severo. Fomos completamente capacitados a viver livres do poder e da culpa do pecado, aproximando-nos de Jesus, em quem somos purificados. Ele é o melhor sacrifício e o melhor sacerdote, Ele é a nossa esperança. O dia do julgamento se aproxima. Devemos viver na esperança, não no pecado.