Significado de Hebreus 6:7-8

O apóstolo Paulo faz uma analogia entre um solo fecundo e um solo onde apenas espinhos crescem. O primeiro solo absorve toda a chuva e produz ervas que têm valor para o agricultor. Este terreno é útil, por isso é abençoado por Deus. O segundo tipo de solo, que produz apenas espinhos, é considerado como inútil. Não há fruto, não há lucro para o agricultor, apenas ervas daninhas. O único uso para os solos espinhosos é serem usados para o fogo. A imagem aqui parece ser a da queima do campo, visando limpá-lo para que possa ser replantado com sementes frutíferas.

Os crentes podem viver uma vida de acordo com a vontade de Deus, usando-a para produzir coisas boas a outras pessoas. Se formos fiéis com o que nos é dado, seremos abençoados por Deus por nossa fidelidade. Se, por outro lado, não fizermos nada de positivo com a palavra de Deus e produzirmos ações pecaminosas e prejudiciais em nossa vida, tudo o que produzirmos não servirá para Deus. Não valerá nada e acabará sendo queimado. O solo em si não é destruído, mas seus frutos inúteis são.

1 Coríntios 3:11-15 apresenta um quadro semelhante. Esta passagem descreve que as ações realizadas com base em motivos egoístas são como madeira, feno e palha que serão queimados no fogo do juízo de Jesus. O objetivo final na vida do crente nesta terra é viver de tal forma que Jesus seja glorificado, para que receba a recompensa de Sua bênção. Nosso tempo nesta terra é a única parte de nossa existência na qual seremos capazes de viver e conhecer a Deus pela fé. Portanto, o que for perdido nesta vida nunca mais poderá ser conquistado. Será uma perda insondável das incríveis bênçãos que Deus deseja para nós nesta terra. Por outro lado, as recompensas que Deus tem para aqueles que O amam e O obedecem em sua caminhada são tão imensas que não podemos sequer imaginá-las (1 Coríntios 2:9).

A imagem aqui é semelhante à imagem do solo. A forma como vivemos nossas vidas importa: podemos construir uma casa de pedras preciosas, ouro e prata (um campo frutífero e útil) ou podemos construir uma casa de madeira, feno e palha (um campo que produz cardos e espinhos). No dia do juízo, nossas obras serão testadas. O que fizemos em nossas vidas que honrou a Deus será recompensado, seremos abençoados. O que fizemos de inútil, prejudicial ou desobediente será queimado. Seremos salvos, mas o fogo queimará todas as nossas obras mortas.

Se deixarmos de ser obedientes, perderemos o amadurecimento dos Filhos e deixaremos de governar com Cristo em Seu Reino. Somos convidados e instados a sermos fecundos, fiéis, obedientes – depende apenas de nós vivermos nossas vidas para Deus ou não. Não conseguiremos viver uma vida agradável a Deus com nossas próprias forças; precisamos de Jesus como nosso Sumo Sacerdote e do Espírito Santo como nosso Ajudador. Porém, cabe a nós lutar pela maturidade e sermos obedientes.

O autor diz que o terreno infrutífero está perto de ser amaldiçoado. Ainda não foi amaldiçoado, mas está perto de sê-lo. Isso também é semelhante à linguagem de 1 Coríntios 3:15: Se a obra de alguém for queimada, este sofrerá perda, mas ele mesmo será salvo, ainda assim por meio do fogo. A justificação de qualquer crente aos olhos de Deus independe de quaisquer ações que façamos, por piores que sejam. No entanto, este texto indica que podemos desperdiçar as bênçãos de Deus. Esta é uma linguagem de sobriedade. A quantidade de pecados dos crentes jamais será maior do que a quantidade de graça para perdoá-los; porém, eles podem desperdiçar a maioria dos benefícios da graça de Deus.