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Mateus 18:23-35 explicação
Esta parábola não é encontrada nos outros relatos do Evangelho.
Pedro acabara de perguntar a Jesus se deveria estabelecer limites para sua misericórdia em perdoar a um irmão até sete vezes por ofensas cometidas. Jesus diz que não e, retoricamente, instrui a Pedro a perdoar seu irmão sem quaisquer limitações, ou seja, até setenta vezes sete (Mateus 18:21-23).
Jesus, então, conta uma parábola para descrever a razão pela qual Pedro deveria mostrar misericórdia ilimitada a seu irmão.
Ele começou comparando o Reino dos Céus a um rei que desejava acertar as contas com seus súditos. Os súditos, ou escravos do rei, lhe deviam dinheiro. E o rei estava exigindo que essas dívidas fossem pagas. Quando começou a liquidar as dívidas, um dos súditos do rei, provavelmente um oficial de alto escalão, que lhe devia uma quantia substancial de dez mil talentos foi trazido diante dele.
Um talento era uma grande quantidade de dinheiro. As estimativas variam sobre o quanto um talento valeria em termos modernos. Mas uma maneira de medi-lo é que um único talento valia vinte anos do salário de um trabalhador comum. Em 2022, vamos dizer que um trabalhor assalariado médio ganhe RS$ 40.000,00 anuais de salário, mais os benefícios. Se assim for, ao multiplicarmos RS$ 40.000,00 x 10.000, chegamos ao valor de R$ 800.000,00. Quando Jesus disse que o servo devia dez mil talentos, Seu ponto não era a quantia exata, da mesma forma que os limites do perdão não deveriam ser estabelecidos em quatrocentas e noventa vezes (Mateus 18:22). A lição de Jesus aqui é que a dívida do servo com o rei era impagável.
Jesus ressaltou a desesperança desta situação na próxima linha da parábola, ao dizer que ele obviamente não tinha os meios para pagar. Como o escravo não podia pagar aquela quantia, o rei ordenou que o servo fosse vendido, junto com sua esposa e filhos e tudo o que ele tinha, até que o reembolso pudesse ser feito, algo que efetivamente jamais ocorreria. O escravo estava totalmente arruinado.
Assim, o servo perdeu abriu mão de sua dignidade, prostrou-se no chão em desespero, implorando para ser perdoado. Ele suplicou: Tenha paciência comigo e eu lhe retribuirei tudo. A chance de o escravo pagar aquela dívida era praticamente zero. O rei estava ciente disso. E, assim, sentiu compaixão por ele. Ele mostrou misericórdia a seu servo e o liberou da dívida. Ele surpreendentemente perdoou sua dívida impressionante.
O escravo foi perdoado de tudo. Ele jamais poderia pagar aquela dívida. A ele, o rei havia demonstrado infinita misericórdia.
Porém, depois de ter recebido perdão daquela dívida impagável, esse mesmo servo saiu da presença de seu rei e encontrou com um de seus colegas de trabalho que lhe devia algum dinheiro. O valor da dívida do companheiro escravo era de cem denários. Um denário valia um dia de salário. Assim, esse valor era considerável (um terço da renda de um ano - RS$ 13.333,33 em nosso exemplo), porém minúsculo em comparação ao que o servo do rei havia sido perdoado.
Quando o escravo do rei encontrou seu devedor, ele o agarrou e começou a pressioná-lo. Ele exigiu receber a dívida e ordenou que aquela pessoa lhe pagasse o que lhe devia. O companheiro respondeu da mesma maneira que ele havia respondido ao rei. Ele prostrou-se no chão e começou a implorar a ele em desespero. Ele disse a mesma coisa: 'Tenha paciência comigo e eu lhe pagarei’.
Mas, disse Jesus, esse escravo não estava disposto a mostrar o tipo de misericórdia que lhe havia sido mostrada pelo rei. Então, ele foi e lançou a seu companheiro na prisão, até que ele pagasse o que lhe era devido.
Alguns de seus companheiros escravos viram o que havia acontecido e ficaram perturbados. Eles estavam profundamente entristecidos. E, assim, vieram e relataram ao rei como seu colega de trabalho havia sido tratado.
O rei chamou ao escravo perdoado. E o repreendeu duramente: ‘Eu te perdoei de toda sua dívida porque você implorou a mim. Você não deveria também ter tido misericórdia de seu companheiro, da mesma forma que eu tive misericórdia de você?' O rei ficou furioso por sua falta de misericórdia e o entregou aos torturadores, até que ele pagasse tudo o que lhe era devido.
Aquele homem levaria muitas vidas até pagar o último centavo daquela dívida monstruosa. Talvez, afinal, ele tenha aprendido o significado e o valor da misericórdia.
Jesus, então, resumiu a lição da parábola. Era o princípio da misericórdia do Sermão da Montanha (Mateus 5:7; 6:14-15, 7:1-2): Meu Pai celestial também fará o mesmo com vocês, se cada um de vocês não perdoar a seu irmão de coração.
A lição que Jesus pretendia que Pedro aprendesse era permitir que sua misericórdia fosse infinita, para que ele também recebesse misericórdia infinita. Se sua misericórdia tivesse limites, Deus também limitaria a misericórdia que Ele lhe daria em Seu Reino. É, portanto, nosso interesse mostrar misericórdia ilimitada para com os outros. Este é um corolário do princípio que Jesus declarou no Sermão da Montanha, de que criamos o padrão pelo qual Deus nos julgará pela forma como julgamos a outros seres humanos durante a nossa caminhada na terra (Mateus 7:1-3).