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Significado de Mateus 6:1

Jesus nos traz um alerta fundamental, ensinado através de vários exemplos registrados pelo texto bíblico. Ele repreende as atitudes externas que levam as pessoas à nossa volta a achar que somos o que não somos. Jesus nos garante que, ao fazermos isso, já conseguimos a nossa recompensa e não receberemos a recompensa do nosso Pai Celestial. A perda dessas recompensas celestiais deve ser evitada a todo custo.

Jesus começa a ensinar sobre o que motiva nossas ações. Ele trata das nossas motivações ao nível do coração. Ele foca primeiro no nosso desejo em obter resultados positivos, já que sabe que os seres humanos sempre buscam ser recompensados no que fazem (no final deste capítulo, Ele vai focar no nosso desejo de evitar os resultados negativos através do uso do termo “preocupação”). É interessante observar que, neste capítulo, Jesus nos ensina que apenas a busca pela recompensa correta é saudável, demonstrando a motivação certa na busca pelo Seu Reino. A preocupação não pode ter lugar em nós.

A motivação adequada para buscar o Seu Reino é a busca da recompensa de Deus,a  suprema autoridade, da única maneira correta, obediência. A busca pela recompensa de ser notado pelos homens e obter sua aprovação é algo ao qual os seguidores de Cristo precisam evitar e resistir. Agir de forma justa, conforme a definição dos homens, ganha o aplauso dos homens, mas não agrada a Deus. É natural para nós, seres humanos, buscarmos aprovação. Está em nosso DNA. A forma mais concreta e Segura de conquistar aprovação é através de outros seres humanos. As crianças pequenas buscam aprovação de seus pais. É algo instintivo. Porém, a melhor recompensa vem da busca pela aprovação de Deus, vivendo pela fé e obedecendo às Suas ordens.

O termo justiça se refere a um padrão de vida social em harmonia. Cada cultura honra algum tipo de harmonia social e possui sua própria versão de justiça. Cada cultura respeita a um conjunto de comportamentos aprovados coletivamente. Na cultura judaica, a justiça estava conectada à observância da Lei Mosaica. Esta era uma das principais razões de os fariseus serem tão respeitados. Eles era meticulosos na obserância de uma vasta gama de regras religiosas. Como Jesus indicou, no entanto, eles faziam tudo para serem vistos pelos homens, ao invés de cumprirem a lei para agradar a Deus (Mateus 23:5).

A declaração observada no capítulo 6, versículo 1 confirma algo que Jesus havia dito antes: “Sede vós, pois, perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito” (Mateus 5:48). Jesus declara: “Guardaí-vos, não façais as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles.” Jesus não está alertando a Seus seguidores a terem cuidado para praticar a justiça de Deus. Seu alerta é o de que a prática de comportamentos justos que serão meramente vistos pelos homens não é a verdadeira justiça, ou seja, não conduz automaticamente à harmonia com os padrões de Deus. Jesus ensina que não devemos agir diante dos homens para que eles registrem a nossa justiça com base em seus próprios padrões. O motivo é que, se assim fizermos, não teremos recompensa do nosso Pai que está no Céu. Nosso Pai Celestial busca recompensar aos que vivem em harmonia com os Seus padrões.

Jesus não está ensinando a Seus discípulos a eliminar a idéia de recompensa. Ele os está ensinando a buscar a melhor recompensa, uma recompensa que seja eterna, a recompensa do Pai Celestial. Fica claro que Jesus deseja que façamos uma escolha. Podemos buscar as recompensas do Pai Celestial, ou podemos buscar as recompensas resultantes de bons comportamentos externos, apenas para sermos notados pelos homens e vistos por eles como justos. Parece claro neste contexto que Jesus não possuía a menor expectativa de que padrões seculares se alinhassem a padrões celestiais.

A palavra usada por Mateus para recompensa é “misthos” (G3408). A palavra significa ganhos, salários ou compensações. Recompensas podem ser positivas (Mateus 5:12; 10:41; 1 Timóteo 5:18; 2 João 1:8) ou negativas (2 Pedro 2:13). Neste contexto em particular, Jesus usa a palavra recompensa como uma compensação positiva ou desejada.

Cristo sabe que desejamos coisas boas. Ele sabe que, de livre e espontânea vontade (algumas vezes maior do que necessária) nos submeteremos a dificuldades para conquistar boas recompensas. Ele sabe disso porque Ele nos criou desta forma. Deus nos fez para buscar recompensas. Todos nós buscamos o que consideramos ser do nosso interesse. A questão aqui é de quem devemos buscar a recompensa: dos homens ou do nosso Pai Celestial? É uma pergunta binária. Precisamos escolher uma ou outra. Nosso Pai Celestial é um Recompensador muito melhor! Suas recompensas são abundamente superiores a qualquer recompensa humana. Para agradarmos a Deus, devemos exercer a fé para crer que Ele irá nos recompensar se O buscarmos diligentemente (Hebreus 11:6).

Ao ensinar essas coisas, Cristo está dando a Seus discípulos a estrutura correta para enxergar a realidade. Ele os está ajudando a compreender a natureza de suas escolhas e as recompensas atreladas a elas. Porém, Ele deixa a eles a decisão da escolha. Eles devem decidir. Numa perspectiva geral, Jesus não está ordenando que Seus discípulos escolham uma ou a outra. Ele não os está proibindo de escolher as recompensas dos homens, da mesma forma que proíbe o ódio ou o assassinato. Ao invés disso, Jesus os alerta a como buscar a melhor recompensa, ensinando como as mesmas funcionam em Seu Reino e no sistema do mundo. Ele deixa claro que eles têm o poder de escolher qual recompensa eles desejam buscar. Jesus compartilha isso com graça e verdade, como sempre faz. Ele dá a Seus discípulos informações corretas e concede a eles a liberdade para seguir para um lado ou para outro. Porém, Ele também deixa claro a respeito das consequências destas escolhas.

Jesus aplica o princípio do auto-governo, que é um dos principais pilares de Seu Reino. O auto-governo é o princípio que empodera as pessoas a agir de forma livre no máximo de suas capacidades. Cristo, o Messias, nos encoraja a aprender este princípio do Seu Reino e destaca as recompensas concedidas aos que empregam seus talentos, habilidade e recursos para servir a Deus e ao próximo de forma livre. Por definição, o auto-governo não pode ser imposto. Ele pode apenas ser escolhido. Jesus deixa claro que os discípulos têm o poder da escolha. Ele enfatiza isso através da apresentação da perspectiva verdadeira em relação a tais escolhas.

Jesus se refere a Deus como Pai. O conceito de Deus como Pai não era novo aos judeus. Isaías havia se referido ao SENHOR como “nosso Pai” (Isaías 63:16; 64:8). O termo demonstra um relacionamento próximo e familiar, ao mesmo tempo em que evoca a imagem de autoridade e, ao mesmo tempo, de amor. Há outros termos usados para se referir a Deus no Antigo Testamento, como marido de Israel (Ezequiel 16), pastor (Salmo 23), rei (1 Samuel 8), escudo e fortaleza de Israel (Salmo 18:2).

No entanto, entre todas essas possibilidades, Jesus escolheu a imagem de Deus como Pai para este contexto. Um pai geralmente fica feliz em recompensar a seus filhos. Ele deseja ver seus filhos abençoados. Quando está assistindo a um evento esportivo do filho, por exemplo, o pai deseja vê-lo conquistar a medalha. Ao usar o termo Pai para se referir a Deus, Jesus quer transmitir a idéia de que Deus deseja recompensar Seus filhos. Já que está se dirigindo a Seus discípulos ao seu redor, seu propósito parece ser o de motivá-los a considerar onde está seu interesse, ao mesmo tempo em que lhes recomenda a viver uma vida agradável diante de Deus.

Como Filho, Jesus conhecia a Deus como Pai. Ele sempre se referia a Deus como Seu Pai. Mas, Deus não é apenas o Pai de Jesus: Ele é o Pai de todos os que crêem no Filho e que se tornam Seus filhos também (João 1:12,13).

Numa olhada rápida, o alerta de Cristo “Guardai-vos, não façais as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles” parece conflitar com Sua ordem anterior em Mateus 5:16: “brilhe a vossa luz diante dos homens, que eles vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” Como deixar a luz brilhar diante dos homens e, ao mesmo tempo, cuidar para que nossas obras não sejam notadas por eles?

Esta questão é prontamente solucionada quando nos lembramos de que Jesus não está preocupado com as ações externas, mas com o nosso coração. Ele está falando de motivações. As pessoas verão o que fizermos e ouvirão o que dissermos. Elas prestarão atenção às nossas atitudes externas, se são justas ou injustas. Isto é um dado. Todos nós vivemos num aquário, de certa forma. A questão é: faremos o que é certo para atrair o aplauso dos homens ou para agradar a Deus?

Jesus expôs os fariseus por abusar dos vulneráveis, enquanto que, ao mesmo tempo, se colocavam como senhores da pureza religiosa e respeitabilidade. Ele os comparou a túmulos caiados, repletos de ossos secos (Mateus 23:27). Tudo parece estar bem no exterior, mas tudo está podre por dentro. Jesus está dizendo a Seus discípulos que sua motivação deve ser a de agradar a Deus, o nosso Pai Celestial. Caso vivessem como sepulcros caiados, Seus discípulos não teriam recompensas do Pai que está nos Céus.

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