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Significado de Mateus 6:25-32

Jesus ensina a Seus discípulos a confiar que Deus irá suprir suas necessidades. Por isso, eles não deveriam viver ansiosos.

Jesus havia acabado de afirmar que era impossível servir a Deus e as riquezas. Ele parte do princípio de que Seus discípulos escolherão servir a Deus e, por este motivo, apresenta duas implicações tangíveis deste princípio. Seus exemplos se relacionam a alimento e vestimenta. Ele apresenta isso baseado em Sua autoridade – Eu, porém vos digo. Após terminar o Sermão da Montanha, os que O ouviam ficaram atônitos com Seus ensinamentos e com Sua autoridade (Mateus 7:28,29).

Em todo este capítulo, Jesus está focado em falar sobre o que motiva os comportamentos humanos. Seu ponto principal é o coração. O que fazemos, e é visto pelos outros, não necessariamente reflete como está nosso coração. Porém, diferentemente dos humanos, Deus vê o coração e julga nossas motivações (1 Samuel 16:7; Hebreus 4:12,13). A verdadeira justiça e harmina social vêm do coração, não da obediência externa à Lei que pode ser vista pelos homens.

Até este ponto, Jesus vinha discutindo sobre a motivação baseada na busca por recompensas e resultados positivos. Agora, Jesus ensina sobre o coração e seus desejos. Ele volta Sua atenção à motivação para o medo e a ansiedade como resultados negativos que devemos evitar.

Não andeis ansiosos, diz Jesus. Note que o verbo usado por Jesus está na voz passiva. Isso reflete um estado de coisas, ao invés de uma ação ativa. Jesus instrui Seus discípulos a evitar viver em um estado de preocupação ou estresse. É difícil, quase impossível, ter um coração cheio de fé e cheio de preocupação ao mesmo tempo. O estresse e as ansiedades consomem nossos corações e nos impedem de abraçar as promessas do Reino de Cristo.

Jesus especifica o objeto com o qual os discípulos não deveriam andar ansiosos. Ele diz: “Não andeis ansiosos pela vosa vida”. A palavra grega usada para “vida” aqui é “psuché” (G5594).

Psuché é frequentemente traduzida como “vida”, mas também como “alma”. A palabvra possui uma gama de significados, incluindo a parte interior e essencial do ser humano – sua mente, seu coração, sua vontade (Atos 2:41). A palavra também inlclui a experiência humana e suas atividades de vida e interação. Nossa “psuché” requer um corpo. Nesta vida, nosso corpo está destinado a morrer. Na próxima vida teremos um corpo espiritual (1 Coríntios 15:44).

Neste contexto, Jesus coloca Sua atenção em um dos aspectos da palavra Psuché: os aspectos externos e físicos da vida. Cristo ensina Seus discípulos a não andarem ansiosos pelas coisas externas da vida, o que comer, o que beber, o que vestir no corpo. Isso não quer dizer que essas coisas não sejam importantes. Significa que elas não devem ser transformadas em prioridades.

Jesus, então, coloca uma pergunta retórica: “Não é a vida (Psuché) mais que o alimento, e o corpo, mais que o vestido?” A resposta retórica é: “É claro que sim!” A vida vale mais do que o alimento e o corpo vale mais do que as roupas.” A vida (Psuché) também inclui as realidades espirituais e as relações humanas. As verdadeiras alegrias da vida geralmente envolvem compartilhar a conquista de coisas com outros. Jesus admoesta Seus discípulos a adotarem a perspectiva verdadeira e manter em mente as coisas mais importantes. A vida (Psuché) vale muito mais do que a satisfação de apetites ou a aquisição da última moda. Os discípulos de Cristo devem olhar para todos os aspectos de suas vidas (Psuché), mas devem atentar para aqueles mais valiosos. Jesus vai dizer a seguir que buscar o Seu Reino e a Sua justiça deveria ser a nossa maior prioridade. Devemos colocar o Seu Reino em primeiro lugar. Esta é a chave para uma vida melhor e realizada.

A admoestação de Jesus – não andeis ansiosos – é outro exemplo onde Ele ensina Seus discípulos a prestar atenção às coisas que eles podem controlar. De novo, as três coisas que podemos controlar são: em quem confiar, nossa visão de mundo e nossas ações. Usando de uma negativa, Cristo diz a Seus discípulos para não se focarem ou se preocuparem com as coisas sobre as quais eles não tinham controle.

Jesus trata dos dois aspectos separadamente.

Olhai para (considerem, vejam) as aves do céu. Como Jesus estava falando sobre isso numa região montanhosa que dava vista para o Mar da Galiléia, é provável que houvessem aves à sua volta. Jesus e Seus discípulos provavelmente as viam voar acima de suas cabeças. A palavra “céu” usada por Mateus é a palavra grega “ouranos” (G3772). A tradução literal é “céu”, a mesma palavra que Mateus usa em todo o evangelho, em especial na frase “reino do céu”. “Ouranos” pode significar tanto o céu físico quanto o céu espiritual. Neste exemplo, Mateus provavelmente quer dizer o céu físico, mas pode estar fazendo um jogo de palavras ao traduzir o que Jesus disse: “Olhai para as aves do céu (ar)”. Caso isso seja verdade, o efeito desse jogo seria o de mostrar que os pássaros que voam no céu físico pertencem a Deus.

Ao se referir aos pássaros, Jesus observa que eles “não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros, e vosso Pai celestial (Ouranos) as alimenta.” Os pássaros não se estressam nem se preocupam em estocar alimento para o próximo dia. Ele não gastam tempo semeando, colhendo ou armazenando colheitas em silos. Eles não gastam energia se preocupando. Eles simplesmente vivem cada momento e confiam que o Pai Celestial irá cuidar deles.

O Messias, então, apresenta mais duas perguntas retóricas: “Não valeis vós muito mais do que elas?” A resposta retórica é: “É claro que valemos muito mais do que os pássaros para o nosso Pai Celestial!” A segunda pergunta retórica é: “Qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um cúbito à sua estatura?” A resposta é: “Ninguém pode acrescentar um cúbito à sua estatura!” A implicação aqui para ambas as questões é simples: Não andeis preocupados com as coisas externas em suas vidas. A versão positiva da aplicação de Jesus é: “Sejam como os pássaros que confiam no Pai Celestial para o suprimento do alimento que precisam.”

A segunda necessidade externa abordada por Jesus é a vestimenta. Ele começa perguntando: “Por que andais ansiosos pelo que haveis de vestir?” Desta vez, Ele se refere aos lírios do campo como evidência. As flores muito provavelmente decoravam as colinas onde os discípulos estavam sentados. Considerai (analisem) como crescem os lírios do campo, Jesus diz. Eles não trabalham nem fiam. As flores não gastam tempo tentando produzir uma “roupagem” externa para parecerem bonitas. Deus as faz bonitas. Contudo, vos digo, Jesus afirma, que nem Salomão em toda a sua glória se vestiu como uma delas. O rei Salomão era o homem mais rico da terra na tradição judaica e nunca parou de acumular posses materiais (Eclesiastes 2:1-8).

Jesus apresenta uma outra declaração logo após esta, novamente através de uma pergunta retórica: “Se Deus, pois, assim veste a erva do campo (melhor que Salomão em toda a sua glória jamais foi capaz de se vestir), que hoje existe e amanhã é lançada no forno (usada para acender o fogo), quanto mais a vós, homens de pouca fé?” A resposta retórica é: “É claro que Deus vai cuidar de nós mais do que as flores e gramas do solo!” No tempo certo, se nos arrependermos de focar nossa atenção nos reinos deste mundo e vivermos por fé, Deus irá nos vestir melhor do que Salomão se vestia (Lucas 15:22; Apocalipse 3:5). A implicação aqui é a de que nós devemos aceitar as vestimentas que Deus nos dá como sendo as melhores. Não devemos como um lírio do campo que reclama porque quer ser uma rosa.

Jesus, a seguir, trata aos que se preocupam com coisas externas, como comida e vestimenta, como “oligopistos” (G4102), ou pessoas de “pequena fé”. Jesus vai usar deste jogo de palavras para disciplinar Seus discípulos sempre que eles tropeçarem na preocupação ou incredulidade (Mateus 8:26; 14:31; 16:8). Cada um desses versículos demonstra o momento em que alguém está se preocupando como uma necessidade física. Homens de pequena fé (oligopistos).

O Reino do Messias é acessado somente através da fé no poder e no amor de Deus. Jesus espera que Seus discípulos confiem Nele e vivam pela , sem se preocupar com suas vidas (Psuché). O oposto da nesta passagem não é ceticismo ou dúvida, mas preocupação. A é apresentada aqui como uma confiança ativa na bondade de Deus. A preocupação aqui e em outros textos (Salmo 37) significa a confiança ativa em nós mesmos. Quando nossas ações demonstram que confiamos em nós mesmos, estamos apenas demonstramos publicamente que não acreditamos que Deus seja capaz ou tenha vontade de cuidar de nós. Pessoas “oligopistos” (de pequena fé) não confiam que Deus cuidarpa de suas necessidades físicas. Ao invés disso, elas se preocupam, ficam irritadas e ansiosas, gerando miséria emocional e enfermidades físicas.

Jesus, então, resume a ordem negativa contida nessas declarações: não andeis ansiosos, dizendo: “Que havemos de comer? Ou: Que havemos de beber? Ou: Com que nos havemos de vestir?” Como forma de enfatizar ainda mais suas razões, Ele diz: “Os gentios é que procuram todas estas coisas”. Os gentios eram os povos não-judeus que tinham deuses pagãos. Para os discípulos que seguiam a Jesus e ouviam Seus ensinamentos, não havia honra alguma em ser comparados com os gentios. Copiar o comportamento dos gentios seria considerado vergonhoso. Jesus deixa claro que a preocupação era algo do que se envergonhar pelos que a praticam.

Jesus conclui seu ensino com uma verdade confortadora: “Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de todas elas.” Ele lembra a Seus discípulos que a comida e as roupas eram necessidades reais. Porém, apenas pessoas de pequena fé investiriam suas vidas na busca por essas coisas. Os discípulos não tinham porque se preocupar, já que o Pai Celestial, que os amava e é oTdo-Poderoso, sabe que eles precisavam delas. E o pai vai prover tudo o que precisamos, da mesma forma que faz com as aves do céu e as flores do campo. Esta attitude lança o alicerce para uma vida de pleno contentamento.

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