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Significado de Romanos 7:24-25

Através da fé em Jesus, somos libertos dos nossos desejos carnais e da natureza pecaminosa que os produz. Enquanto ainda estivermos nesta terra, nossa natureza pecaminosa estará sempre lutando contra nosso desejo de servir a Deus.

Esta batalha contra a natureza pecaminosa torna o apóstolo Paulo um infeliz e ele desejava alcançar alívio: “Infeliz homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (v. 24) Paulo responde a essa pergunta retórica de forma definitiva. A pessoa que o libertará de sua natureza pecaminosa é Jesus. Aqui, Paulo fala de sua experiência de vida. Ele já havia sido declarado justo aos olhos de Deus através da fé (Romanos 4:1-3). Agora, Paulo desejava andar nos bons desígnios de Deus, amar e servir aos outros com seus dons. Porém, ele não conseguiria superar sua arrogância e egocentrismo sozinho.

Paulo ansiava por ser liberto da natureza pecaminosa em seu corpo terreno, que o levava à morte (desconexão da comunhão com Deus e as consequências terrenas do pecado). Em Romanos 7:25 - 8:4, Paulo diz a seu público que Deus, através de Jesus, pode libertar da natureza pecaminosa em nossa caminhada diária. O objetivo principal desta carta é o de defender a graça, mas também esclarecer que a graça não nos exime da responsabilidade. Pelo contrário, ela eleva a nossa responsabilidade. Agora que temos o poder interior para andarmos em retidão, seremos responsabilizados pela mordomia desse dom incrível (Romanos 14:10-12).

Através da fé em Jesus, Paulo era capaz de servir a Deus e fazer Sua vontade, embora ainda lutasse contra sua natureza pecaminosa: “Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor” (v 25)É somente caminhando no poder da ressurreição de Jesus que teremos poder sobre nossa velha natureza.

Isso infere que é essencial que compreendamos o modelo mental do nosso eu interior. Temos dentro de nós uma velha natureza/carne que nos afasta dos bons desígnios de Deus, algo ao qual Paulo chama de "morte" (Romanos 6:23a)Também temos dentro de nós o Espírito de Deus que nos leva a viver nos bons desígnios de Deus, ao qual Paulo chama de "vida" (Romanos 6:23b). Além disso, temos uma vontade, uma capacidade de escolha dentro de nossas mentes. Precisamos, portanto, ter nossas mentes renovadas, para que possamos ser transformados (Romanos 12:1-2).

O caminho para nossa maior realização está em remover nossa perspectiva mundana, que vê a morte como vida, e colocá-la em Deus. Desta forma, poderemos ver o "caminho estreito" que leva à vida (Mateus 7:14). Na parábola dos dois caminhos (estreito e largo), Jesus nos ensina a olhar para além das dificuldades imediatas e focar no resultado final. Quando nossas mentes são renovadas para ver que o caminho mais difícil de amar e servir aos outros é o caminho que nos leva à vida, somos transformados para caminhar nos bons desígnios de Deus (justiça).

O objetivo final de Paulo era fazer a vontade de Deus e seguir às Suas leis, que refletem Seus bons desígnios. Porém, Paulo sabia que deveria lutar contra sua natureza pecaminosa: “Eu mesmo, com o espírito, sirvo à lei de Deus, mas com a carne sirvo à lei do pecado” (v. 25)Aqui, novamente, Paulo enfatiza que, em sua mente, ele tinha dois caminhos a escolher:

  • Andar na carne seria tomar o caminho fácil, o caminho de menor resistência, porque esta é nossa natureza. Nascemos em pecado e temos anos de padrões construídos vivendo em nossa carne. Este é o caminho largo que leva à destruição (Mateus 7:13).
  • Andar no Espírito é andar no caminho estreito (Mateus 7:13-14). É difícil abandonar a ilusão de controle (reivindicada pela carne) e reconhecer a realidade de que controlamos muito pouco. Na verdade, controlamos apenas três coisas: em quem confiamos, o que fazemos e a perspectiva que escolhemos (qual caminho nos direciona ao nosso melhor interesse). Trilhar o caminho estreito requer que confiemos em Deus e que Seus caminhos são para o nosso melhor. Exige que renovemos nossa mente e adotemos uma perspectiva verdadeira. E requer que andemos pela fé, seguindo aos Seus mandamentos e fazendo a Sua vontade (1 Tessalonicenses 4:3).
  • Nossa mente é constantemente levada ao lugar de escolha entre os dois caminhos.

Por causa da graça de Deus através do sacrifício de Jesus na cruz, Paulo era capaz de servir à Lei de Deus, ao mesmo tempo em que lutava contra sua natureza pecaminosa. Ele era capaz de fazer isso ao decidir, em sua mente, andar em Espírito. Sem fé em Jesus seria impossível lutar e vencer nossa natureza pecaminosa.

Nesta passagem de Romanos, Paulo usa o termo “lei de Deus na mente” versus “lei do pecado na carne” para descrever a batalha interior entre a velha natureza e a nova natureza. Esta é uma disputa interna que todos nós vivemos.

A carta de Paulo aos Gálatas também discute esse conflito entre a velha natureza do crente (carne) e sua nova natureza (Espírito):

"Porém digo: andai pelo Espírito e não satisfareis a cobiça da carne. Pois a carne luta contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque estes são opostos um ao outro; de sorte que não façais as coisas que quereis. Se, porém, sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da Lei" (Gálatas 5:16-18).

Paulo enfatiza que a carne e o Espírito estão em oposição um ao outro e enquanto a parte espiritual daqueles que crêem em Jesus os leva a desejar fazer o que Deus quer, a carne os impede de fazer essas coisas.

Em Gálatas 5, Paulo afirma que a batalha entre o Espírito e a carne tem um resultado particular: "...de sorte que não façais as coisas que quereis" (Gálatas 5:17b). As "coisas que quereis" são os nossos desejos mais profundos, o desejo de viver de acordo com os desígnios de Deus para nós. É somente vivendo nos desígnios de Deus para nós que alcançamos nossa realização. Porém, como a carne é nosso maior inimigo, podemos acabar não realizando os desejos mais profundos do nosso espírito.

O que Paulo defende é que sejamos transformados, que deixemos de lado/separemos/matemos nosso velho eu, nossa carne, e andemos em novidade de vida. Uma parte importante dessa transformação é alterar nossa perspectiva para entender que o pecado sempre nos leva à morte (um caminho de autodestruição). Nossa natureza carnal vê o pecado como algo libertador (porque fazemos o que queremos). Nossa natureza vê a prática do pecado como um benefício (muitas vezes através da exploração dos outros). Porém, a exploração das pessoas só nos leva à separação, destruição, perda e violência.

Em Romanos 8, Paulo mostrará aos crentes romanos que, embora não possamos guardar a Lei (por causa de nossa carne e natureza pecaminosa), ainda podemos cumpri-la andando por fé através do poder do Espírito de Cristo. É assim que podemos dizer: “Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor.”

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