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Significado de Daniel 7:4-6

A primeira besta era como um leão alado; a segunda era como um urso com costelas na boca; a terceira era como um leopardo com quatro asas e quatro cabeças.

Daniel teve uma visão durante seu sono. No sonho, ele estava diante de um mar tempestuoso e quatro animais estranhos saíam das águas.

O primeiro era como um leão e tinha asas de águia”. Daniel concentra sua atenção neste monstro, antes de passar para os outros. Ele observa o que acontece com cada animal. O leão com asas de águia tem suas asas arrancadas. As penas de suas asas são arrancadas de seus ossos, ou talvez as próprias asas tenham sido arrancadas do corpo da besta. O leão é “levantado da terra e posto em dois pés como um homem”. O animal é transformado por uma força externa e se torna um ser humano. Agora de pé, essa primeira besta recebe “um coração de homem”. Ele teve suas asas removidas, foi forçado a ficar de pé como um homem e agora recebe o coração de um homem.

Embora o sonho não seja explicado em detalhes, Daniel entende que as quatro bestas representavam a quatro reis (v. 17). O oceano provavelmente representava o mar da humanidade. Esta primeira besta era, sem dúvida, o rei Nabucodonosor. Ele era um rei poderoso a quem Deus havia humilhado. Em Daniel 4, ele é despojado de sua autoridade e perde sua sanidade mental, simbolizada pelo despojamento das asas do leão. Então, quando Nabucodonosor reconhece que Deus era soberano sobre tudo, ele tem seu trono restaurado e dá o devido louvor a Deus. Ele deixa de viver como besta para se tornar homem novamente, representado pelo leão que fica de pé e recebe um coração de homem.

Há outras evidências de que o leão alado representava a Nabucodonosor. No sonho da estátua no capítulo 2, a cabeça dourada da estátua é revelada como sendo Nabucodonosor (2:38). Este é o primeiro rei/reino na interpretação do sonho da estátua e se correlaciona com a cronologia histórica relacioanda aos reinos que viriam depois da Babilônia. O sonho de Daniel com as quatro bestas também se relaciona com os reinos da terra que seriam estabelecidos nos anos seguintes. Dado que o primeiro rei no sonho da estátua era Nabucodonosor da Babilônia, Nabucodonosor e a Babilônia são representados pela primeira besta, já que Babilônia ainda era o império da época.

A segunda besta é como “um urso”. Em sua boca estavam “um urso, que se levantou sobre um dos seus lados e tinha três costelas na boca”. Daniel ouve vozes ordenando ao urso: "Levanta-te, devora muita carne."

Este urso provavelmente representava o império medo-persa. Os medos e os persas foram responsáveis por conquistar a Babilônia no final do capítulo 5 e matar o rei Belsazar (Daniel 5:30). O rei Dario, então, recebe o governo da Babilônia e é uma peça central no capítulo 6 onde, sem querer, envia Daniel para a cova dos leões. Aqui no capítulo 7, nenhum desses eventos havia ocorrido ainda. A visão de Daniel revelava a ele que o império babilônico (o leão alado) cairia diante dos medos e dos persas (o urso com três costelas na boca).

A voz que ordena ao urso que se levante e devore muita carne provavelmente seja a voz de Deus. Um dos grandes temas do livro de Daniel é a soberania de Deus sobre a terra e o fato de Ele levantar e esmagar aos reis. Deus é o rei supremo sobre todos, o "governante sobre o reino dos homens que estabelece a quem quiser" (Daniel 5:21b). Nesta visão, Deus ordena que os medos e persas conquistem; seria como dizer a um urso para caçar e matar a muitos animais. O império medo-persa cobriria mais terras e mais países do que o império babilônico. Assim, de fato, ele dominou e destruiu a muitas pessoas.

Porém, esse império também iria fracassar.

Não sabemos o que representavam as três costelas na boca do urso. Parece claro não se tratar de um alimento natural. Aquele era um urso cruel, com grande poder. Os ursos são poderosos, mas se movem devagar. O Império Persa ficou conhecido por sua burocracia. Esta imagem poderia indicar que o império seria vasto e poderoso, porém atolado em burocracia.

Depois do urso vem a terceira besta, que dera “um leopardo, que tinha nas costas quatro asas de ave”. Daniel vê que “o domínio lhe foi dado”. Esta besta provavelmente simbolizava o império grego, estabelecido por Alexandre, o Grande. Sua conquista mundial consumiu o império medo-persa. Ele conquistou a cidade de Babilônia e acabou morrendo lá. O leopardo é um animal ao mesmo tempo rápido e cruel. As quatro asas aumentariam sua rapidez. Alexandre, o Grande estabeleceu seu império a partir da Grécia até partes da Índia, derrubando o império persa com velocidade relâmpago, em apenas alguns anos. Ele passou apenas dez anos como rei na conquista de um mundo conhecido, movendo-se rapidamente de cidade em cidade. Ele não apenas foi incrivelmente rápido, mas também cruel para dar um exemplo devastador aos que tentassem resisti-lo. Assim, um leopardo alado representaria bem o seu reino.

No capítulo seguinte, Daniel novamente tereá uma visão sobre os reinos vindouros na terra. Um deles é explicado como sendo o “reino da Grécia” e após a morte de seu rei haveria “quatro reinos que surgirão de sua nação” (Daniel 8:21-22). Os quatro reinos divididos eram simbolizados pelas quatro cabeças do leopardo na visão de Daniel. Estes quatro reinos foram criados por quatro generais, os herdeiros de Alexandre, após sua morte prematura aos 32 anos de idade.

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