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Significado de Daniel 8:20-22

A visão do carneiro e do bode explicada.

O carneiro representava os medo-persas, que conquistariam o império babilônico. O bode representava os gregos, que conquistariam os medo-persas. Um grande rei grego lideraria essa conquista, mas morreria rapidamente e outros quatro reis menos poderosos dividiriam seu reino.

O capítulo 8 de Daniel aborda o relato de outra visão. Ele vê um carneiro (Medo-Pérsia) com chifres irregulares atacando a todos os animais em seu caminho. Sua violência era irresistível, até que um bode (Grécia), com um enorme chifre (Alexandre, o Grande) apareceu e quebrou os chifres do carneiro; em seguida, pisoteou o carneiro até matá-lo. O bode era arrogante. Porém, assim que conquistou o carneiro, seu próprio chifre se rompe e quatro outros chifres crescem de sua cabeça (os generais de Alexandre). Um desses chifres se levanta como um chifre arrogante que faz guerra contra Deus e Seu povo (Antíoco Epifânio).

Gabriel, o anjo, é enviado para explicar a visão a Daniel. Ele começa dizendo que a visão "pertence ao tempo do fim" e que ele diria a Daniel "o que ocorrerá no período final da indignação [do chifre], pois pertence ao tempo designado do fim" (Daniel 7:17,18).

“O carneiro”, explica Gabriel, “com dois chifres representa os reis da Média e da Pérsia”.

“O bode representa o reino da Grécia, e o grande chifre entre seus olhos é o primeiro rei”.

Ao contrário das outras visões de Daniel (e Nabucodonosor), onde as metáforas e imagens não eram identificadas (Daniel 2, Daniel 7), Deus, aqui, explica precisamente quais nações são representadas. Ele nos dá seus nomes: primeiro a Média e a Pérsia, dois reinos que trabalhariam juntos para conquistar a Babilônia, representada pelo carneiro. Segundo, a Grécia, o bode peludo, que conquistaria o Império Medo-Persa sob a liderança de Alexandre, o Grande, o grande chifre do bode.  

O carneiro era o Império Medo-Persa. Com o benefício da retrospectiva, sabemos que era o império representado pelo tronco de prata no sonho de Nabucodonosor em Daniel 2, um "reino inferior" à Babilônia, conforme retratado pelo urso voraz em Daniel 7. Os braços de prata representavam as duas nações (Média e Pérsia) que conquistariam a Babilônia em 539 a.C., matando o rei Belsazar (Daniel 5). Enquanto os cinco primeiros capítulos de Daniel ocorrem durante o Império Babilônico, os capítulos 6, 9 e 10-12 se passam durante o império medo-persa.

O Império Medo-Persa duraria pouco mais de 200 anos depois de conquistar a Babilônia, antes que a Grécia (o bode peludo) a derrubasse, liderada por Alexandre, o Grande (o grande chifre entre os olhos do bode).

Daniel vê o bode "vindo do ocidente sobre a superfície de toda a terra" (Daniel 8:5), representando a marcha dos exércitos gregos do oeste da Pérsia, conquistando a tudo em seu caminho. A Pérsia é o Irã moderno (ver mapa). Alexandre conquistou a atual Turquia, Egito, Oriente Médio, Mesopotâmia, Pérsia e partes da Índia.

Na visão, Alexandre e seu exército, o bode peludo, são retratados como uma força que avançava com velocidade espantosa. Eles avançavam sem tocar o chão, como se estivessem voando. Na visão de Daniel no capítulo 7, a Grécia é representada por um "leopardo, que tinha nas costas quatro asas de um pássaro" e quatro cabeças (Daniel 7:6). Em ambas as visões, a Grécia se move rapidamente, como se voasse no ar, sem conexões com o solo. A impressionante conquista de Alexandre, o Grande, não foi apenas vasta, mas foi feita em tempo recorde.

Alexandre levou cerca de 13 anos para subjugar dois milhões de quilômetros quadrados de vários reinos e nações. Ele nunca perdeu uma batalha. Parte de sua estratégia envolvia mover rapidamente seu exército de cidade em cidade, exigindo rendição ou morte. Com "poderosa ira" ele "golpeou o carneiro [o Império Medo-Persa], quebrou seus dois chifres (Média e Pérsia), e o carneiro não teve forças para resisti-lo" (Daniel 8:6-7). Os gregos vingaram-se dos persas por haverem invadido a Grécia várias vezes durante os reinados de Dario, o Grande e seu filho Xerxes.

Alexandre "engrandeceu-se muitíssimo" (Daniel 8:8). Ele começou a acreditar que era filho de Zeus, o deus supremo no panteão grego. Porém, conforme revelado a Daniel, "assim que ele [Alexandre] se tornou poderoso", ele pereceu. O "grande chifre" na cabeça do bode "foi quebrado". Alexandre morreu aos 32 anos na cidade de Babilônia, possivelmente de febre tifóide, comum naquela região. Conta-se que, quando estava morrendo, foi questionado sobre seu herdeiro – quem iria governar seu novo império. "O mais forte", teria respondido o moribundo Alexandre. Assim ele morreu. Era agora um “chifre quebrado”.

Seu império mergulhou em divisão e guerra civil imediatamente depois, assim como Deus havia dito a Daniel: “E os quatro chifres que surgiram em seu lugar representam quatro reinos que surgirão de sua nação, embora não com seu poder”. Os generais de Alexandre lutaram para tomar posse de seu império no que foi chamada de Guerras dos Sucessores, terminando com quatro homens criando quatro regiões diferentes para eles mesmos governarem (os quatro chifres). Ptolomeu tomou o Egito; Antígono tomou a Ásia Menor (atual Turquia); Cassandro foi rei da Macedônia (norte da Grécia); e Seleuco governou a Babilônia, a Pérsia e grande parte do Oriente Médio. Estes eram os “quatro chifres do bode peludo, quatro reinos que surgiram da nação de Alexandre, ou seja, seu império. Nenhum desses quatro reinos ou governantes alcançou o poder de Alexandre. Foram frações da expansão geográfica que Alexandre havia conquistado.

No sonho de Nabucodonosor em Daniel 2, o torso de bronze da estátua representava a Grécia. Daniel disse a Nabucodonosor que aquele império governaria a terra. Esses reinos gregos que emergiram das cinzas das guerras de Alexandre permaneceram fortes por cerca de 300 anos no que é conhecido como o período helenístico. O grego tornou-se a língua comum entre essas nações e culturas conquistadas, permanecendo assim mesmo depois de Roma acabar com o período helenístico e espalhar seu império pelo mundo. Os romanos adotaram a filosofia, a cultura e até mesmo os deuses gregos. O grego era a língua mais comum, a língua do comércio, mesmo no tempo de Jesus, razão pela qual o Novo Testamento foi escrito em grego.

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