Significado de Êxodo 12:29-36

O SENHOR cumpriu Sua palavra (11:4) quando, por volta da meia-noite, atinge a todos os primogênitos na terra do Egito. "Meia-noite" é literalmente "no meio da noite", indicando que a praga aconteceu na parte mais escura da noite. Também pode ser um símbolo do momento do julgamento (ver Juízes 16:3 e Jó 34:20).

As pragas anteriores envolviam algum aspecto da natureza (moscas, tumores, etc.). Nesta última praga, entretanto, não havia nada de natural – ela foio sobrenatural do começo ao fim. O SENHOR não usou outro arbítrio senão a Sua própria mão. Neste momento, o próprio SENHOR "atingiu a todos os primogênitos". A posição social não importava, porque todos os primogênitos, desde o primogênito do Faraó que se sentava em seu trono até o primogênito do cativo que estava na masmorra, foram mortos. Dos mais altos escalões do poder no Egito aos mais humildes de suas vítimas, todos sofreram perdasAté mesmo todos os primogênitos do gado (a palavra para "gado" também é um termo genérico para todos os animais) foram mortos.

Com a décima praga, o SENHOR decreta Seu julgamento sobre o Faraó pela execução dos filhos dos hebreus (ver 1:22). Esse julgamento sobre o mal também resulta na libertação do povo de Deus.

Os versículos 30-32 descrevem as consequências da peste. Em tristeza e choque, Faraó levanta-se à noite, ele e todos os seus servos e todos os egípcios. O horror deve ter sido avassalador, porque houve um grande grito no Egito, pois não havia casa onde não houvesse alguém morto. A expressão "não havia casa" não deve ser tomada de forma absoluta, pois apenas as casas afetadas pela perda de um filho primogênito foram afetadas. Em resposta, Faraó chama Moisés e Arão à noite. Como Moisés havia dito ao Faraó que não veria seu rosto novamente, é provável que essa comunicação tenha ocorrido por meio de mensageiros. Faraó lhes ordena: Levantem-se e saiam do meio do meu povo, tanto vós como os filhos de Israel, vão e adorem ao Senhor, como dissestes. Finalmente, depois de todas as tentativas de barganhar com Moisés para manter algum controle sobre os hebreus, Faraó diz a eles para saírem incondicionalmente, até mesmo levando seus rebanhos e gado. Por incrível que pareça, Faraó faz um último pedido a Moisés e Arão: Vá, e me abençoe também. Esse chamado "deus" havia sido, finalmente, humilhado a ponto de querer que o Deus de Moisés o abençoasse. Não se sabe se ele sentiu remorso real por suas ações ou se esta foi mais uma tentativa de manipulação, mas ele foi humilhado o suficiente para deixar os israelitas irem sem quaisquer restrições.

A preparação para deixar o Egito é descrita nos versículos 33-36. Faraó lhes diz para sair e até os egípcios pedem ao povo que saia. A palavra hebraica para "sair" é a mesma usada para o coração "endurecido" do faraó. É irônico que o coração "endurecido" do faraó o tenha forçado a recusar o pedido dos israelitas para sair. Aqui, o povo é igualmente "endurecido" para mandá-los embora da terra às pressas. Eles haviam sofrido tanto com as pragas (especialmente esta última) que raciocinaram que todos morreriam se os israelitas não partissem imediatamente. Em suas mentes, muita gente havia morrido e eles poderiam ser os próximos.

A urgência era tão grande que o povo pegava sua massa antes que ela estivesse fermentada, com suas tigelas de amassar amarradas nas roupas nos ombros. Normalmente, o pão era feito com fermento para dar textura e volume. Mas, aquela noite foi diferente – eles tiveram que desocupar suas casas antes que todo o processo de panificação fosse concluído. Além disso, os filhos de Israel haviam feito de acordo com a palavra de Moisés, pois haviam pedido aos egípcios artigos de prata e artigos de ouro, e roupas. Isso foi previsto em 3:22 e 11:2. Isso foi possível porque o Senhor havia dado favor ao povo aos olhos dos egípcios, para que eles deixassem que eles tivessem seu pedido. O resultado é que eles saquearam o Egito.