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Significado de Levítico 1:4-9

O SENHOR dá a Moisés os passos para como o holocausto deveria ser preparado no caso da oferta de uma novilha ou boi. Esses passos incluíam como o animal deveria ser morto e como criar a fumaça com o "aroma agradável ao Senhor".

A instrução a seguir é dada para como as pessoas deveriam matar o animal. Os filhos de Israel deveriam colocar suas mãos sobre a cabeça do animal. Ao colocarem a mão na cabeça do holocausto, a pessoa que fazia o sacrifício deveria sentir a vida do animal, seu calor corporal e ter empatia com ele como a parte inocente. A imposição de sua mão poderia simbolizar a transmissão dos pecados daquele que fazia a oferta. Deus ordena que o israelita, então, mate a novilha diante do SENHOR. Isso era feito cortando sua veia jugular e vendo seu sangue (ou sua "vida") jorrar.

O israelita que trazia a oferenda não apenas precisava matar o animal, mas também deveria participar da remoção da pele e da limpeza do animal. Porém, somente o sacerdote podia aspergir o sangue, organizar as peças e oferecê-las ao Senhor.

Esses detalhes são difíceis de visualizar para nós, leitores modernos. Porém, para os antigos israelitas que realizavam esses sacrifícios, havia um imenso significado em relação a quão precioso era o processo de expiação pelo pecado e como a parte inocente (o animal) tinha que morrer para a expiação. Esse procedimento era necessário para que o sacrifício fosse aceito e para que o animal fizesse expiação no lugar da pessoa. A palavra “expiação” significa literalmente "cobrir" e também pode ser traduzida como "reconciliar" ou "apaziguar". A idéia é que o pecado da pessoa era transmitido ao animal, cuja morte fechava a lacuna entre o ofensor (o vassalo que fazia o sacrifício) e o ofendido, o Deus Susserano, cuja lei da aliança havia sido quebrada.

O processo também enfatizava que a aliança de Deus era feita com cada israelita, além da nação. O pacto exigia que o povo de Israel agisse com soberania individual. O típico tratado Susserano-Vassalo era feito entre reis superiores e inferiores. O tratado Vassalo-Susserano em questão aqui havia sido feito entre o Rei dos reis e cada israelita, já que cada um deles havia recebido um meio para expiar seus próprios pecados. Quando o povo, mais tarde, pede um rei, Deus diz a Samuel: "Eles me rejeitarama Mim, para que eu não reine sobre eles" (1 Samuel 8:7). Ao viver de maneira autônoma, amando ao próximo como a si mesmo, cada israelita se submetia ao seu Rei Susserano, honrando a aliança com a qual haviam concordado e servindo como Seus vassalos.

Os holocaustos (ofertas de oblação) eram ou uma oferta de livre arbítrio (não obrigatória) ou uma oferta pelo pecado (obrigatória). Se fosse uma oferta pelo pecado, ela só fornecia expiação por pecados não intencionais. Todas as ofertas pelo pecado descritas na lei de Moisés não se destinavam aos pecados intencionais, presunçosos ou premeditados, como lemos em Números 15:27-31:

"Se alguma pessoa pecar por ignorância, oferecerá uma cabra dum ano como oferta pelo pecado. O sacerdote fará expiação pela alma que erra, quando pecar por ignorância, diante de Jeová, para fazer expiação por ela, e se lhe perdoará. Tereis uma só lei para aquele que fizer alguma coisa por ignorância, tanto para o natural entre os filhos de Israel como para o estrangeiro que peregrina entre eles. Mas a pessoa que fizer alguma coisa afoitamente, ou seja natural ou seja estrangeiro, ela blasfema a Jeová; tal pessoa será cortada dentre o seu povo. Pois ela desprezou a palavra de Jeová e violou o seu mandamento; essa pessoa, certamente, será cortada, e sobre ela estará a sua iniquidade."

Alguns pecados permitiam uma oferta de culpa por sua intencionalidade; ela deveria ser acompanhada de um ato de restituição dos culpados aos ofendidos (Levítico 6:1-7). Outros pecados intencionais exigiam que os culpados fossem "cortados", o que implicaria morte ou exílio. A aliança do Deus Susserano era rigorosa ao exigir que Seus vassalos, que haviam concordado com Sua aliança, seguissem a "regra de ouro", tratando uns aos outros como desejavam ser tratados. Esta, disse Jesus, era a maneira prática de amar e honrar a Deus (Mateus 22:36-40). Deus escolheu a Israel porque os amava e isso independia do comportamento de qualquer um deles (Deuteronômio 7:6-8). Porém, as consequências dos pecados deliberados eram muito graves, exigindo morte física ou exílio, que era em si mesmo uma forma de morte (separação da comunidade).

De maneira semelhante, na Nova Aliança, Deus derrama Seu amor sobre aqueles que crêem Nele através do sangue de Jesus, independentemente de suas ações subsequentes (João 3:14-16). Além disso, o sangue de Jesus cobre os pecados não intencionais; a confissão dos pecados desencadeia o perdão através do sangue de Jesus, restaurando o crente à comunhão com Deus (1 João 1:7,9). No entanto, o pecado que é conscientemente cometido e feito intencionalmente causa graves consequências negativas para os crentes (Hebreus 10:26-31).

O sangue de Jesus era infinitamente precioso e foi derramado pelos pecados do mundo (João 3:14-16).

Seu sacrifício na cruz expiou nossos pecados, reconciliando-nos com Deus através da fé: "...nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por quem agora temos recebido reconciliação" (Romanos 5:11).

A palavra traduzida como "reconciliação" em Romanos 5:11 é traduzida como "expiação" em algumas outras versões.

Depois que o novilho era morto pelo israelita que trazia a oferta, os filhos de Arão, os sacerdotes, oferecciam o sangue. Uma vez que o israelita cortava a garganta do animal, as instruções passavam a ser aplicadas aos sacerdotes. Os filhos de Arão, os sacerdotes, aspergiam o sangue no altar que fica à porta da tenda do encontro. Os sacerdotes transportavam o animal e aspergiam o sangue no altar e em torno de sua base.

Os filhos de Arão, os sacerdotes, colocarão em ordem os pedaços, a saber, a cabeça e a gordura, sobre a lenha que está no fogo em cima do altar. A gordura era aquela localizada nos rins e lombos do animal. A cabeça e a gordura eram separadas das outras peças do animal e dispostas sobre o altar. O fato de o sacerdote ter a responsabilidade de organizar as partes do corpo do animal enfatizava ainda mais a ordem e o respeito pela vida do animal. O sacrifício deveria ser colocado sobre a madeira e a madeira deveria ser colocada no fogo do altar. Esta estrutura era um prenúncio do tipo de morte a ser experimentada pelo Filho de Deus, em uma cruz de madeira. A cruz foi uma espécie de altar em si. Abraão, o pai dos israelitas, também amarrou a Isaque, seu filho amado, colocando-o sobre a madeira que estava sobre o altar. Antes disso, Isaque carregou a madeira na qual morreria até o topo de seu sacrifício, assim como Jesus carregou Sua cruz até o monte de Sua crucificação.

A declaração “mas os intestinos e as pernas do novilho ele os lavará com água mostrava o respeito que deveria ser disponibilizado à oferta mesmo após a morte do animal. Quando o animal era cortado em pedaços, seria fácil perfurar equivocadamente seu estômago ou intestino, liberando resíduos das vísceras na oferta. Deus desejava que o sacerdote lavasse essas partes antes de colocá-las no altar.

Antes de organizar as partes do corpo na madeira do altar, os filhos de Arão, o sacerdote, colocavam fogo no altar e arranjavam a lenha no fogo. Eles, então, fariam subir a fumaça, descrita como oferta queimada, de suave cheiro a Jeová. A palavra hebraica “suave” significa "trazer satisfação". O aroma da fumaça da oferta ("oleh", “ascensão”) era agradável a Deus.

Deus recebia com satisfação os sacrifícios de Seu povo. No entanto, em 1 Samuel 15:22, Deus diz que há algo de que Ele aprecia mais ainda: "Disse Samuel: Tem, porventura, Jeová tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, quanto tem em que se obedeça à sua voz? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrifício, e o atender, do que a gordura de carneiros."

Paulo escreve em Hebreus 13:15,16: "Por ele, pois, ofereçamos constantemente a Deus sacrifícios de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome. Mas não vos esqueçais de fazer o bem e de repartir com outros, pois com tais sacrifícios é que Deus se agrada".

Isso nos diz que, embora Deus prescrevesse essas ofertas e cerimônias, o verdadeiro objetivo era desenvolver bons hábitos que levassem o povo a um bom pensamento e ações obedientes.

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