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Significado de Levítico 23:15-22

Deus determina a Festa das Semanas como uma das santas convocações. A Festa das Semanas foi mais tarde chamada de "Pentecostes" pelos judeus helenizados (gregos) em 300 a.C.

Deus ordena aos israelitas: Contareis para vós desde o dia depois do sábado, desde o dia em que tiverdes trazido o molho da oferta movida (7 semanas, ou 49 dias). Esta contagem de dias era chamada na tradição judaica de "contagem do Ômer". A palavra "omer" é a tradução hebraica para o termo “feixe”. Esta contagem deveria começar na festa das Primícias, após o sacerdote oferecer o feixe da oferta no primeiro domingo após a Páscoa.

"Contarás para ti sete semanas; desde o dia em que começares a meter a foice na seara, começarás a contar sete semanas" (Deuteronômio 16:9).

A frase "meter a foice" significava iniciar a colheita, pois a foice era usada para cortar os grãozs. Os israelitas contavam os cinquenta dias; assim, na Festa das Semanas, eles se preparavam como uma noiva adornada para seu noivo com quem se casaria. Os judeus de hoje consideram ter cumprido o mandamento de contar verbalmente cada um dos cinquenta dias em voz alta. O termo “Pentecostes” foi mais tarde usado como um nome para a festa, em grego a "festa dos cinquenta".

O diagrama abaixo mostra as festas numa representação circular dos meses lunares de um ano civil. O calendário judaico era harmonizado com os meses lunares. O círculo azul interno mostra os meses correspondentes do calendário solar comumente usado no Ocidente (Veja imagem).

Os israelitas deixaram o Egito na Festa dos Pães Ázimos, no 15º dia do primeiro mês do ano judaico, ou seja, no dia seguinte à Páscoa. Então, depois de cinquenta dias após deixarem o Egito, Israel se encontrava na base do Monte Sinai em Êxodo 19. Assim, no terceiro mês, Deus desce à montanha, conectando os reinos espiritual e físico de maneiras que fizeram o Monte Sinai arder como se estivesse sendo incinerado em uma fornalha (Hebreus 12:18). Da tempestade sobre o monte vieram vozes (em hebraico "qolot") - algumas traduções registram "trovões". As Escrituras dizem que os israelitas ouviram as vozes ou trovões no Monte Sinai (Êxodo 20:18). Um midrash judaico (midrash é uma história ou lição) diz que no primeiro Pentecostes eles viram o que normalmente deveria ser ouvido e ouviram o que normalmente deveria ser visto.

Os israelitas compreenderam que as vozes falavam em seu idioma. Eles ouviam ao Deus do universo declarar Seus termos (os dez mandamentos) da aliança, muito semelhante a um contrato de casamento judaico. Os termos dessa aliança também podem ser comparados a um tratado entre um susserano e um vassalo, ou seja, entre um rei superior (Susserano) e seus súditos (vassalos, geralmente reis inferiores). Após Deus falar sobre a Festa das Semanas em Êxodo 19, os israelitas responderam em uma só voz: "Tudo o que o SENHOR falou nós faremos!", aceitando, assim, a aliança.

O único momento em todos os acampamentos no deserto quando os israelitas concordaram em uníssono ocorreu durante a festa das semanas, na base do Monte Sinai. O restante dos acampamentos no deserto foram marcados por conflitos e divisão. A unidade dos israelitas no Sinai espelha Atos capítulo 2, onde diz: "Quando chegou o dia de Pentecostes, estavam eles de comum acordo reunidos em um só lugar". Isso contrasta com os cinquenta dias anteriores (Páscoa), quando lemos que os discípulos eram como ovelhas dispersas (Marcos 14:27).

Na Festa das Semanas (Pentecostes), cada israelita deveria trazer dois pães para serem movidos, de duas dízimas de um efa; serão de flor de farinha, levedados se cozerão: são primícias a Jeová. Durante a oferta movida, o sacerdote elevava os dois pães para cima e para baixo, em movimentos verticais, depois de um lado para outro, em movimentos horizontais. Observamos que os movimentos de oferta movida tinham a forma de uma cruz. Todos os sacrifícios do Antigo Testamento são paralelos a um dos aspectos do sacrifício de Jesus.

Normalmente, as ofertas de grãos deveriam ser feitas sem fermento. O fermento é um símbolo do pecado e Jesus não tinha pecado. No entanto, os dois pães deveriam ser assados com fermento como primícias ao Senhor, talvez por se tratar de um momento de celebração diante da colheita da nova safra. A quantidade de farinha fina a ser usada para os dois pães era de dois décimos de um efa. Um efa, uma medida seca, tinha pouco mais de um alqueire e pesava aproximadamente 40 quilos. Assim, dois décimos de um efa seriam cerca de 8 quilos de farinha fina.

Os cordeiros machos provavelmente apontavam para o sacrifício de Jesus. Jesus é chamado de "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (João 1:29). O fato de haver sete cordeiros pode apontar para a completude do pagamento de Jesus por nosso pecado, já que o número sete representa a completude (Colossenses 2:14).

Além da oferta movida, um bode para oferta pelo pecado, e dois cordeiros de um ano para sacrifício de ofertas pacíficas eram trazidos. Isso parece muito para um povo em peregrinação; porém, uma vez estabelecidos na terra de Israel, muitos israelitas traziam dinheiro ao templo, onde havia animais de sacrifício perfeitos à venda.

Os pastores no templo cuidavam bem de cada cordeiro após seu nascimento, buscando evitar que seus ossos fossem quebrados. De fato, ao norte de Belém localizavam-se alguns campos nos quais os pastores cuidavam de seus rebanhos sacrificiais no século 1. Provavelmente foram esses os pastores a quem os anjos anunciaram o nascimento do verdadeiro Cordeiro Pascal. Ao visitarem Seu local de nascimento, eles encontraram um bebê enrolado em panos (Lucas 2:8-12).

A oferta queimada é chamada de aroma suave ao Senhor. O sacrifício deveria ser assado no altar de tal forma que a fumaça subisse e criasse a imagem de que subia a Deus. Ele ficava satisfeito com o aroma suave.

Jesus, depois de Sua ressurreição na festa das Primícias, disse a Seus discípulos que esperassem a promessa do Pai:

"Eis que eu vou enviar sobre vós a promessa de meu Pai; mas vós permanecei na cidade, até que sejais revestidos de poder lá do alto" (Lucas 24:49).

Os discípulos permaneceram em Jerusalém durante toda a "contagem do Ômer", os cinquenta dias até a Festa das Semanas (Pentecostes), quando o próprio Deus desceria ao cenáculo. O cenáculo passou a ser um paralelo do Monte Sinai, um lugar elevado sobre o qual Deus desceu.

A Festa das Semanas era a segunda das três festas de peregrinação em que cada israelita se reuniria no lugar que escolhido pelo Senhor para fazer habitar Sua presença. Atos 2:5 diz que os judeus de todas as etnias debaixo do céu estavam em Jerusalém na Festa das Semanas e ouviram as vozes do cenáculo em suas próprias línguas, assim como os israelitas ao redor do Monte Sinai ouviram as vozes ou "trovões" de Deus (Êxodo 20:18).

Deus afirma sobre a Festa das Semanas (Pentecostes): Fareis proclamação no mesmo dia. Haverá para vós uma santa convocação; não fareis obra alguma servilA palavra hebraica “convocação” é "miqra", significando "ensaio". Deus determinou as santas convocações como santos ensaios para o evento messiânico no futuro. A palavra “santo” significa separado como algo especial. Jesus fez e fará algo de especial importância em cada um desses eventos. Ele morreu na Páscoa, ressuscitou dos mortos nas Primícias e enviou o Espírito Santo na Festa das Semanas. Pentecostes é um dia para não se fazer trabalho algum, o que significava que as leis do sábado se aplicavam independentemente de caíre em um sábado normal ou não. Outros dias como este incluíam a Páscoa e o último dia da Festa dos Pães Ázimos, a Festa das Trombetas e o Dia da Expiação, bem como o primeiro e o oitavo dias da Festa dos Tabernáculos.

Deus conclui Suas instruções para a Festa das Semanas, que conclui a colheita da Primavera, dizendo: Quando segardes as searas da vossa terra, não segareis totalmente os cantos do vosso campo, nem colhereis o rabisco da vossa seara; para o pobre e para o estrangeiro o deixareis: eu sou Jeová, vosso Deus.

Cuidar dos necessitados e dos estrangeiros da terra, abstendo-se de colher os cantos do campo era o tipo de autogoverno que agradava a Deus. Os necessitados podiam, então, caminhar pelos campo, recolher as sobras e prover alimentos para seu sustento. Ao invés de criar um sistema de bem-estar social baseado em esmolas, Deus desejava que Seu povo exemplificasse o autogoverno e o travalho duro, permitindo aos necessitados e estrangeiros a dignidade de colherem alimento para si mesmos. O processo de coleta significava o ajuntamento das sobras. Desta forma, o dono do  campo participava da alimentação dos pobres locais, não colhendo nos cantos dos campos e deixando sobras para os pobres. Tal generosidade se aplicava a qualquer pessoa necessitada, inclusive aos estrangeiros, ou seja, imigrantes de outras nações.

O livro de Rute ilustra este princípio na prática. Rute era uma estrangeira de Moabe. Ela era carente, sendo viúva e imigrante recém-chegada. Ela foi ao campo de Boaz para colher grãos para seu próprio sustento, bem como o sustento de sua sogra, Noemi (Rute 2:3).

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