Significado de Daniel 5:10-12

Depois de adorar aos ídolos feitos pelo homem e beber vinho nos vasos do templo de Jerusalém, Belsazar viu uma mão escrever palavras na parede do palácio. Os sábios do rei Belsazar foram chamados, mas não conseguiram ler e interpretar a escrita na parede. O rei estava profundamente perturbado e não sabia dar sentido à mensagem.

Seus nobres e mágicos ficam  igualmente perplexos. A rainha, no entanto, tem uma solução: “Ora, a rainha, por causa das palavras do rei e dos seus grandes, entrou na casa de banquete”. A rainha não parecie estar presente na festa. Ela provavelmente seria a mãe de Belsazar, não sua esposa, porque suas esposas e concubinas estavam participando da bebedeira nos vasos do templo (v. 2,3). A rainha entra no salão depois de ouvir sobre a escrita na parede e saber que ninguém podia interpretá-la. Ela diz: "Ó rei, vive eternamente! Não te perturbem os teus pensamentos, nem se mude o teu semblante." Ela tenta acalmar o filho em seu estado de pânico.

Há mais evidências de que ela era a mãe de Belsazar em suas palavras a seguir: "No teu reino, há um homem que tem em si o espírito dos deuses santos”. A rainha estava se referindo a Daniel. Ela estava familiarizada com o profeta, mas parecia que ninguém mais estivesse. Naquele momento, Daniel era um homem velho. Ela diz que ele estava no reino de Belsazar, não em sua corte; assim, Daniel parecia já estar vivendo em relativa obscuridade em sua velhice. Quando os regimes mudam ou novos líderes assumem o controle dos governos, os antigos conselheiros e gabinetes muitas vezes são eliminados.

Porém, Daniel, diz a rainha, tinha “o espírito dos deuses santos”, o que significava que ele possuía uma conexão com o divino. Ela explica: “Nos dias de teu pai (antepassado de Belsazar) “se acharam nele luz e entendimento, e sabedoria, como a sabedoria dos deuses”. Daniel era reconhecido por sua inteligência, perspicácia e sabedoria, “como a sabedoria dos deuses”. A proeminência política de Daniel havia praticamente desaparecido, mas ainda era lembrada pela velha rainha. Ela relembra ao filho sobre a carreira de Daniel: “O rei Nabucodonosor, teu pai, o rei, digo, teu pai, fê-lo chefe dos mágicos, dos encantadores, dos caldeus e dos feiticeiros”. Daniel havia sido consultado mais que qualquer outro conselheiro durante o reinado de Nabucodonosor, ou seja, os homens aos quais Belsazar havia convocado: os encantadores, os caldeus (astrólogos) e os adivinhos. Daniel havia servido a Nabucodonosor melhor do que todos os sábios de sua época. Já que os sábios de Belsazar haviam falhado em servir a seu rei, então era lógico chamarem a Daniel.

A rainha continua a listar as qualificações de Daniel, mostrando por que ele era tão reverenciado: “Porquanto um espírito excelente, e conhecimento, e inteligência, interpretação de sonhos, declaração de enigmas e solução de dúvidas se acharam em Daniel, a quem o rei pôs o nome de Beltessazar. Seja chamado, pois, Daniel, e ele mostrará a interpretação”. O nome babilônico de Daniel, coincidentemente, era bastante parecido com o nome do rei Belsazar. Belsazar significava, essencialmente, "Bel, proteja o rei". Bel era um dos nomes do deus babilônico Marduk. O nome babilônico de Daniel também parecia ser derivado de Bel, conforme observamos em Daniel 4:8 - "Cujo nome é Beltesazar, de acordo com o nome do deus de Nabucodonosor". Beltesazar provavelmente tinha um significado semelhante: "Bel, proteja o rei". Este nome foi imposto a Daniel, cujo nome em hebraico significava "Deus é meu juiz". Embora Daniel tivesse servido na Babilônia durante toda a sua vida em cativeiro, ele apenas obedecia e adorava ao Deus Altíssimo. Seu verdadeiro nome representava sua verdadeira identidade.

A rainha conclui: Daniel deveria ser convocado imediatamente.