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Significado de Êxodo 17:1-7

Depois que a provisão de alimentos (maná e codornas) foi fornecida, os israelitas continuaram sua caminhada em direção ao Monte Sinai, também chamado Horebe, mudando-se para um lugar chamado Refidim. Aqui, não encontraram água para beber. O povo reclamou com Moisés, que por sua vez clamou ao Senhor por orientação. O SENHOR disse-lhe para ir a uma rocha em Horebe e golpeá-la com o mesmo bastão que ele usou para golpear o rio Nilo, no Egito. As pessoas receberam água e o local recebeu dois nomes: Massá e Meribá.

No capítulo 15, o SENHOR providenciara água no deserto. No capítulo 16, Ele fornecera comida na forma de maná e codornas. Era hora de os israelitas continuarem sua jornada até o Monte Sinai, chamado aqui de Horebe. Assim, toda a congregação dos filhos de Israel viajou por etapas do deserto de Sim, de acordo com o mandamento do Senhor, e acampou em Refidim. A frase "em etapas" provavelmente significa que eles se mudavam de um local sem nome para outro até chegarem a Refidim. Números 33, que é uma lembrança do Êxodo, menciona Dofca e Alus (Números 33:12-14), cujos locais são atualmente desconhecidos. Os israelitas se moviam "de acordo com a ordem do Senhor" (literalmente "pela boca do SENHOR"), implicando que eles se moviam e acampavam em cada lugar por orientação do próprio Senhor.

Eles, finalmente, chegaram a um lugar chamado "Refidim", que alguns estudiosos pensam ser um oásis no sudoeste do Sinai, não muito longe do local tradicional do Monte Sinai. Depois de toda a movimentação no deserto seco, as pessoas provavelmente esperavam encontrar água. Mas não havia água para o povo beber. No capítulo 15, a água era amarga e não potável. Aqui, não há água, o que provavelmente aumentou a tensão e a sensação de desespero do povo.

Nos versículos 2-3, ocorre um tenso confronto entre o povo e Moisés. Na verdade, o texto diz que o povo brigou com Moisés. A palavra para "brigou" (hebraico "rib") também pode ser traduzida como "disputou" e é usada frequentemente como um termo legal para apresentar argumentos em um tribunal. A palavra também é usada para confrontos que podem levar à violência, como em Gênesis 26:20 e Salmos 35:1, onde é usada para descrever uma disputa como prelúdio de uma luta ou guerra. Era evidente que o povo estava muito chateado com Moisés e, por extensão, com o Senhor.

Assim, eles exigem que Moisés lhes dê água para que beber, o que pode implicar que eles pensavam que Moisés estava deliberadamente retendo água do povo. Respondendo à acusação deles, Moisés lhes diz: "Por que vocês brigam comigo? Por que vocês testam o Senhor? Moisés dá uma resposta severa, dizendo que eles não estavam apenas questionando os motivos de Moisés, eles também estavam testando as intenções do Senhor. O povo viu evidências substanciais de que o SENHOR fora capaz de atender a todas as suas necessidades físicas enquanto estavam no deserto. Mas, à luz de qualquer desconforto, eles questionavam a liderança de Moisés e as capacidades do Senhor.

Embora seja comum que Deus teste o Seu povo (Êxodo 20:20; Deuteronômio 8:16Jeremias 20:12), não é aceitável que os humanos testem a Deus (Deuteronômio 6:16). Por que? Por vários motivos. Primeiro, testar a Deus implica que podemos definir os padrões de sucesso ou falha. Em segundo lugar, implica que somos inteligentes e bons o suficiente para servimos como padrão de avaliação para Deus. O fim lógico disso é que estaremos pensando em nós mesmos como aqueles a quem Deus deve obedecer. Em suma, estaremos removendo Deus de Seu trono e nos entronizando em seu lugar. Um dos princípios fundamentais da Bíblia é que Deus é Deus e nós não somos!

Apesar das palavras de Moisés, o povo tinha sede, reclamou contra Moisés e disse: "Por que, agora, nos trouxeste do Egito, para nos matar, a nós e a nossos filhos e ao nosso gado de sede?" Mais uma vez, sua fé no Senhor vacilou. Observe que eles nem sequer reconheceram que o SENHOR foi Aquele que os tirou do Egito, apenas Moisés. Assim como em Êxodo 14:11 e 16:3, o povo parece estar acusando Moisés de tentar matá-los, forçando-os a entrar no deserto, onde experimentariam uma morte dolorosa.

Exasperado e talvez um tanto temeroso do que o povo poderia fazer, no versículo 4 Moisés clama ao Senhor, dizendo: "Que farei a este povo? Mais um pouco e eles vão me apedrejar". Moisés estava correto em ir ao SENHOR. Ele parecia sentir que o povo havia desenvolvido uma mentalidade perigosa. É interessante que Moisés faça uso da frase "este povo". Isso implica que ele sentiu uma separação entre ele e o povo (ou seja, o povo versus Moisés).

Nos versículos 5-6, Moisés recebe novas instruções. O SENHOR mostra paciência e parece ignorar as queixas do povo e diz a Moisés: Passa diante do povo e leva contigo alguns dos anciãos de Israel, e toma na tua mão o teu cajado com o qual golpeaste o Nilo. Em uma demonstração de autoridade, Moisés é instruído a "passar antes" do povo como seu líder. Os "anciãos" seguem a Moisés, mostrando ao povo que até eles estavam sob a autoridade de Moisés. O "cajado" que Moisés havia usado para golepar o Nilo reforçou o fato de que o poder do Senhor estava com ele.

O SENHOR também diz a Moisés: Eis que estarei diante de ti na rocha de Horebe. "Estar diante de" Moisés mostrava que Deus também era a autoridade sobre ele. O povo não menciona o SENHOR de forma alguma e precisavam de uma demonstração visível de que Ele era o governante sobre todos e que havia dado a Moisés autoridade para governá-los.

Em seguida, o SENHOR instrui Moisés a bater na rocha, e dela sairá água, para que o povo beba. E Moisés o fez aos olhos dos anciãos de Israel. Aqui, Moisés foi instruído a "bater na rocha". Em um incidente semelhante em Números 20, Moisés foi instruído a "falar" com a rocha. Como ele a golpeia, o Senhor não o permite entrar na Terra Prometida. Aqui, porém, ele foi obediente ao bater na rocha. Embora não explicitamente declarado, parece provável que a água tenha saído da rocha, o que foi um milagre. O fato de Moisés ter feito isso aos olhos dos anciãos de Israel era mais uma confirmação visual de que o SENHOR cuidaria de Seu povo de todas as maneiras.

Como resultado desse confronto, eles nomearam o lugar como Massá e Meribá. A palavra "Massá" significa "teste" e a palavra "Meribá" significa "conflito". Os dois nomes provavelmente resultaram do fato de o povo ter sido culpado de duas coisas: primeiro, a briga dos filhos de Israel e, segundo, de testaram ao Senhor, dizendo: "O Senhor está entre nós ou não?" O povo deve ter se perguntado por que o SENHOR os levaria deliberadamente a um lugar sem água, sabendo que estavam desesperados por ela. Em suas mentes, isso só poderia significar que Ele os havia abandonado. Claro que não. Foi mais um teste de sua fé (Deuteronômio 8:3; Salmos 81:7).

Este incidente é mencionado em outra parte das Escrituras. Ele foi registrado como um aviso contra a rebelião a outra geração de israelitas em Salmos 95:8. Mais tarde, no salmo, o SENHOR afirma que essa geração "não entrará no Meu descanso" (v. 11). "Entrar em Seu descanso" se refere a tomar posse da Terra Prometida como uma recompensa por permanecerem obedientes até que a tarefa fosse concluída (que é quando há descanso). O Salmo 95:11 é citado em Hebreus 4:3,5 para ensinar os crentes do Novo Testamento a permanecerem fiéis ao SENHOR, apesar das dificuldades, para que possam concluir sua missão, momento em que receberão sua recompensa total (entrar em Seu descanso).

Um uso separado desse evento como ilustração do Novo Testamento vem da pena do apóstolo Paulo. Em 1 Coríntios 10:4, Paulo identifica a rocha em Horebe, que produziu água, como uma imagem de Cristo, que forneceu água espiritual e os "seguiu" pelo deserto. Paulo afirma em 1 Cor 10:11 que todas essas histórias do Antigo Testamento foram registradas com o propósito específico de nos ensinar, para que possamos aprender com os erros do passado. Então Paulo faz esta admoestação:

"Nenhuma tentação vos dominou, senão a que é comum ao homem; e Deus é fiel, que não permitirá que você seja tentado além do que você é capaz, mas com a tentação fornecerá o caminho da fuga também, para que você seja capaz de suportá-la" (1 Cor 10,13).

Esta passagem em 1 Coríntios deixa claro que todos os seres humanos encontram os mesmos problemas básicos. Podemos olhar para a experiência dos outros e dizer: "Por que eles não entendem e não confiam em Deus?" Mas quando nós mesmos experimentamos dificuldades, lutamos com os mesmos tipos de dúvidas. Isso é "comum ao homem". Mas o que também é verdade é que Deus é sempre fiel e deseja o melhor para nós, não importa o que estejamos vivendo no momento.

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