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Significado de Lucas 16:14-15

Lucas informa aos leitores que os fariseus que ouviam aos ensinamentos de Jesus sobre o dinheiro zombavam do que Ele dizia. Lucas descreve os fariseus como "amantes do dinheiro". Jesus os repreende como pessoas que procuravam parecer justos diante dos homens e os lembra de que Deus via a realidade de seus corações ímpios. Ele também diz que os homens são péssimos juízes quanto ao que é verdadeiramente bom.

Não há paralelo aparente dessa interação e ensino específicos nos relatos dos outros  Evangelhos.

Lucas registra algumas breves linhas entre os ensinamentos de Jesus para fornecer um contexto importante para o que se segue. Ele relata: Ora, os fariseus, que eram amantes do dinheiro, ouviam a todas essas coisas e zombavam Dele.

Os fariseus eram os principais líderes religiosos nas comunidades locais. Eles ensinavam a lei de Deus em suas sinagogas e promoviam um forte senso de identidade e cultura judaica através de seus costumes e tradições. Os fariseus eram altamente honrados e respeitados por seu aparente senso de justiça. Eles eram considerados pelo povo comum como figuras heroicas da fé judaica que se opunham à tirania do governo pagão de Roma.

Porém, Jesus sabia que eles eram hipócritas egoístas. Ele se opunha a eles e condenava seu comportamento egoísta como pecaminoso e vergonhoso (ver Mateus 23). Os fariseus odiavam a Jesus e acabariam conspirando com seus rivais religiosos, os saduceus, e seus inimigos, as autoridades romanas, para que Ele fosse crucificado. Eles odiavam a Jesus porque Ele falava a verdade quanto ao uso explorador do poder deles.

O povo ficara maravilhado com o que Ele havia dito e com a autoridade com a qual Ele ensinava (Mateus 7:28-29). As multidões afluíam a Ele por causa de Seus maravilhosos milagres (Lucas 9:11). Os fariseus percebiam corretamente que a influência de Jesus entre o povo era uma ameaça perigosa ao seu modo de vida corrupto, na qual exploravam àqueles a quem deveriam servir.

Aqui, Lucas comenta que os fariseus eram amantes do dinheiro. Eles não seguiam a Deus; eles obedeciam a seu senhor, o dinheiro. Portanto, a lógica define a conclusão de que eles "odiavam" e "desprezavam" a Deus.

"Nenhum servo pode servir a dois senhores; pois ou odiará um e amará o outro, ou então se dedicará a um e desprezará o outro. Você não pode servir a Deus e à riqueza" (Lucas 16:13).

Os fariseus ouviram Jesus dizer isso e muito provavelmente todos os ensinamentos Dele antes disso (Lucas 16:1-12). Porém, em vez de considerarem a verdade de Sua declaração e se arrepender de seu amor ao dinheiro, algo que Paulo define como a raiz de todos os tipos de mal (1 Timóteo 6:10), os fariseus zombam de Jesus.

Zombar”, neste caso, significava diminuir o que Jesus estava dizendo como algo indigno de consideração. Esta provavelmente foi a abordagem deles, já que o que Jesus estava dizendo era verdade. Assim, se eles se envolvessem de alguma forma, seriam expostos. Eles tentavam descartar ou minar aos ensinamentos de Jesus por meio do desprezo, em vez de interagirem logicamente com ele e colocando-se em risco. Jesus era um debatedor altamente habilidoso que não caía nas falácias ou ressignificações dos argumentos de suas premissas defeituosas. Suas tentativas de testá-Lo sempre falhavam miseravelmente.

Jesus dirige-se diretamente à zombaria dos fariseus:

Vós sois aqueles que vos justificais aos olhos dos homens...

Jesus sabia que eles estavam tentando se justificar. Os fariseus preferiam ignorar a verdade e parecer justos aos olhos dos homens do que confrontar a realidade e arrepender-se da iniquidade dentro de seus próprios corações. Isso é semelhante ao que Jesus diz em Jerusalém ao confrontar publicamente aos fariseus e os denunciar por fazerem "todas as suas obras para serem notados pelos homens" (Mateus 23:5).

Aqui, depois que Jesus aponta a hipocrisia e a justiça própria dos fariseus, Ele lhes diz uma verdade inquietante: Mas Deus conhece seus corações. Jesus recorda que não há esconderijo possível para Deus. Esta verdade era uma reafirmação simplificada do que o Senhor havia dito através do profeta Samuel quando ele procurava pelo próximo rei:

"Não olhes para a sua aparência ou para a altura da sua estatura, porque Eu o rejeitei; porque Deus não vê como o homem vê, porque o homem olha para a aparência exterior, mas o Senhor olha para o coração" (1 Samuel 16:7).

Esta verdade confronta os fariseus com uma questão pessoal: vocês desejam ser considerados justo diante dos homens ou diante de seu Pai Celestial? A resposta deveria ser "diante de Deus"; porém, os fariseus haviam escolhido a primeira opção.

Jesus, então, lembra os fariseus de que os homens são pobres juízes do que é justo, bom e verdadeiro: Pois o que é altamente estimado entre os homens é detestável aos olhos de Deus.

O que os homens muitas vezes pensam ser bom para eles, na realidade, não é. Deus nos faz desejar e buscar o bem. Mas, entre as consequências da Queda está uma perspectiva distorcida sobre o que realmente é bom. Os corações dos homens são tão naturalmente fora de contexto que as coisas que estimamos e pensamos ser as mais importantes - coisas como conseguir o que queremos controlando e explorando as pessoas - até mesmo desfrutar do poder que vem do controle e da exploração - são na verdade autodestrutivas. Elas são o epítome do mal, o oposto do que Deus valoriza. Deus valoriza o amor e o serviço e detesta o abuso e o egoísmo. Faz sentido que, quando uma sociedade ou organização serve a uma missão comum em conjunto, amando-se e apoiando-se mutuamente, sua vida será gratificante. Porém, nossa inclinação natural é fazer o oposto e nos tornarmos escravos do dinheiro, dos apetites ou de outros ídolos (Romanos 6:16).

Mesmo ao expor a hipocrisia dos fariseus em Seu confronto por conta de sua zombaria, Jesus teve misericórdia em Sua repreensão. Ao apontar que os homens são pobres juízes do que é bom de acordo com os padrões de Deus, Jesus estava mostrando aos fariseus um caminho para o arrependimento. Jesus lhes oferece a oportunidade de parar de se importar com o que o homem pensa e começar a se importar com o que Deus pensa. Se eles se arrependessem, semeariam e colheriam a vida. Mas, se continuassem zombando, colheriam a loucura que estavam semeando, pois Deus não é zombado (Gálatas 6:7-8).

Nós, que também temos corações perversos, temos a mesma oportunidade diante de nós. A qual vamos escolher? Buscaremos as coisas às quais os homens estimam ou confiaremos que Deus nos dará os desejos de nossos corações (Salmo 37:4)?

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