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Significado de Lucas 5:33-35

Os fariseus confrontam a Jesus sobre o por que Seus discípulos não jejuavam e oravam como eles e os discípulos de João Batista. Jesus lhes responde através de uma parábola, explicando não ser apropriado que os convidados do Noivo jejuem quando o Noivo está com eles. Aquele era o momento de celebrar. Porém, uma vez que o Noivo seja retirado, os dias de jejum viriam.

Os relatos paralelos do Evangelho para esse evento estão em Mateus 9:14-15 e Marcos 2:18-20.

Na seção anterior, Jesus respondera ao desafio dos fariseus a Seus discípulos: "Por que comeis e bebeis com os publicanos e pecadores?" (Lucas 5:30) com uma breve parábola (Lucas 5:31) e sua explicação: "Não vim chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento" (Lucas 5:32). O diálogo continua nesta seção; os fariseus oferecem sua réplica.

Disseram-lhe eles: Os discípulos de João jejuam frequentemente e fazem orações; assim também os dos fariseus, mas os teus comem e bebem (v. 33).

O pronome “eles” refere-se aos fariseus neste versículo; o pronome “teus” refere-se a Jesus.

Lucas nos conta que, depois de Jesus ter respondido ao desafio dos fariseus, eles O confrontaram sobre a falta de certos comportamentos entre Seus discípulos. Sua questão envolvia as práticas espirituais do jejum e oração. Eles dizem: "Os discípulos de João (Batista) jejuam frequentemente e fazem orações; assim também os dos fariseus, mas os teus comem e bebem".

O jejum era visto como uma prática realizada por pessoas justas. A intenção do jejum era a de renunciar a um bem secundário (como o alimento) e se aproximar do Bem maior (Deus). A cultura judaica assumia que se uma pessoa jejuava, ela era justa; e se uma pessoa fosse justa, ela jejuaria. O contrário desses pressupostos também eram aceitos: se uma pessoa não jejuasse, ela era injusta; se uma pessoa fosse injusta, ela não jejuaria.

A oração seguia o mesmo padrão do jejum. Ela deveria ser feita como prática espiritual para se relacionar e comungar com Deus. Somos chamados a participar dessa prática hoje e crescer em nosso relacionamento com Deus (Lucas 11:1-4; Filipenses 4:6Efésios 6:18; 1 Tessalonicenses 5:17; 1 João 5:14-15). Infelizmente, os fariseus eram conhecidos por usar tais práticas para alcançar a atenção e o louvor dos homens. Jesus chama sua atenção (e possivelmente de outros) por sua hipocrisia no famoso Sermão da Montanha (Mateus 6:5).

Suas perguntas eram, em alguns aspectos, semelhantes às perguntas que os fariseus haviam acabado de fazer aos discípulos na casa de Levi (Mateus) (Lucas 5:30). Ambas as perguntas desafiavam o comportamento de Jesus e Seus discípulos que não se alinhavam aos padrões culturais de comportamento justo entre os líderes religiosos na Judéia.

O tom com que os fariseus fazem sua declaração parecia ser antagônico. Eles pareciam afirmar seu desafio no mesmo tom de condenação que haviam revelado ao confrontar os discípulos de Jesus nos versículos anteriores (Lucas 5:30).

A observação dos fariseus presumia sua superioridade. O que sua presunção parecia realmente estar dizendo a Jesus era: "Por que nós [que somos percebidos como justos] e os discípulos de João [que são percebidos como justos] jejuamos, mas Teus discípulos [e talvez por extensão - Tu mesmo, Jesus] não jejuam?" Em outras palavras, "Se vocês são tão justos, por que não realizam os atos dos justos, como nós?" Sua auto-presumida superioridade estava de acordo com a natureza e o espírito hostil de suas interações anteriores com os discípulos de Jesus.

Jesus disse-lhes: Podeis fazer jejuar os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles? Dias, porém, virão, dias em que lhes será tirado o noivo; nesses dias, hão de jejuar (v. 34, 35).

Jesus conta outra parábola e diz: "Podeis fazer jejuar os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles?" A resposta a essa pergunta retórica era: Não! Os amigos do noivo não jejuam enquanto o Noivo ainda está na festa. O noivo é um homem pleno de felicidade que celebra uma ocasião maravilhosa. Para comemorar, o noivo se cerca de amigos em sua festa de casamento. Esses participantes da festa o homenageiam. Seria impróprio aos convidados do noivo dizerem: "Escolhemos este momento para jejuar", recusando-se a participar da celebração. Nesta parábola, Jesus é o Noivo. Seus discípulos eram os assistentes do noivo. Eles estavam comemorando juntos. Portanto, eles estavam alegremente celebrando a festa com Ele, não jejuando e mostrando um rosto enlutado.

Ao comparar-se com o noivo, Jesus sutilmente implica ser o Messias.

Isaías ocasionalmente descreve o Messias ou temas messiânicos em termos dessas celebrações. Ele descreve o banquete luxuoso que o SENHOR servirá a Seu povo quando o Messias aparecer (Isaías 25:6-9). Isaías também diz:

Porque, como o mancebo se casa com a donzela, assim teus filhos se casarão contigo; e, como o noivo se alegra da noiva, assim o teu Deus se alegrará de ti (Isaías 62:5).

A alusão velada que Jesus estava fazendo era a de que Ele era o Messias, apresentando-se como o Noivo e fazendo referência ao tempo de regozijo para aqueles que estavam em Sua presença.

Na mesma linha, jejuns e orações são oferecidos pelo fato de Deus não estar fisicamente presente. Pelo fato de Jesus ser Deus e o Noivo estar fisicamente presente com Seus assistentes naquele momento, eles eram capazes de interagir cara a cara com Jesus. Portanto, Seus discípulos não precisavam jejuar ou fazer orações.

Mas, viriam dias, continua Jesus, nos quais o noivo lhes seria tirado e, então, eles jejuariam. Haveria um tempo para os discípulos de Jesus jejuarem, mas o Mestre diz que não era naquele momento. Chegaria o tempo em que Jesus lhes seria tirado e não estaria mais com eles. A palavra “tirado” era uma alusão à Sua crucificação e morte, ou mais provavelmente à Sua ascensão ao céu. Quando Jesus não estivesse mais fisicamente presente com Seus discípulos, chegariam os dias em que Seus seguidores precisariam jejuar.

É interessante notar que no Evangelho de Mateus, em vez de retrucarem, os fariseus respondem de uma forma um pouco mais suave à questão levantada pelos discípulos de João Batista:

Depois, o procuraram os discípulos de João e lhe perguntaram: Por que é que nós e os fariseus jejuamos, mas teus discípulos não jejuam? (Mateus 9:14).

Há pelo menos duas explicações para isso. Primeiro, pode ser que os fariseus tenham feito essa observação e desafiado a Jesus diretamente, enquanto os discípulos de João fazem uma observação semelhante, porém fazem a pergunta em separado (Jesus deu a ambos os grupos respostas semelhantes - Mateus 9:15-17; Lucas 5:34-39). Mateus registra o encontro com os discípulos de João Batista (Mateus 9:14). Lucas registra o encontro com os fariseus (Lucas 5:33). Uma segunda possibilidade é que ambos os grupos estivessem presentes e tenham feito a cobrança juntos.

Jesus continua Sua resposta ao desafio dos fariseus com uma parábola memorável na próxima seção das Escrituras.

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