Significado de Mateus 12:46-50

Os relatos paralelos do Evangelho quanto a este evento são encontrados em Marcos 3:31-35 e Lucas 8:19-21.

Mateus nos diz que alguém interrompe Jesus com uma mensagem enquanto Ele ainda estava falando às multidões. Enquanto estava ensinando, Sua mãe e irmãos chegaram do lado de fora do prédio, possivelmente uma sinagoga. A mãe de Jesus era Maria (Mateus 1:24-25 Lucas 2:5-7). Pelo fato de Jesus ter nascido de uma virgem (Isaías 7:14; Mateus 1:18; Lucas 1:27-36), esses  irmãos eram Seus meio-irmãos e eram todos mais jovens do que Ele. Um dos meio-irmãos de Jesus foi Tiago (Mateus 13:55), que os estudiosos acreditam ter sido o autor da epístola de Tiago, que mais tarde tornou-se o líder da igreja em Jerusalém (Atos 15). Outro dos meio-irmãos de Jesus foi Judas  (Mateus 13:55), que os estudiosos acreditam ter sido o autor da epístola de Judas. As Escrituras não se referem ao pai terreno de Jesus, José, além da infância de Jesus (Lucas 2:41-51). Acredita-se comumente que José morreu em algum momento antes de Jesus começar Seu ministério terreno como o Messias.

O motivo de Sua mãe e irmãos terem vindo falar com Ele provavelmente tenha sido o fato de Ele estar nas proximidades de Nazaré, onde havia crescido. Porém, é improvável que Ele estivesse realmente em Nazaré naquele momento, porque Mateus, mais tarde, nos diz que Jesus partiu de lá e foi para sua cidade (Mateus 13:53-56).

Enquanto estavam do lado de fora, Sua mãe e irmãos procuravam falar com Jesus. Mateus não registra que assunto eles queriam falar com Ele. Alguém informou a Jesus que Sua família estava do lado de fora: "Tua mãe e teus irmãos estão do lado de fora procurando falar contigo".

Ao invés de sair imediatamente e ver Sua família, Jesus aproveitou isso como uma oportunidade para ilustrar uma lição. E estendendo Sua mão para Seus discípulos, Ele disse: "Eis minha mãe e meus irmãos!" Com este gesto e esta observação, Jesus indicou que Seus discípulos eram Sua família.

Jesus, então, explicou o que Ele quis dizer com isso. Ele ampliou a definição da palavra “discípulo” para aquele que faz a vontade de Seu Pai: Porque quem faz a vontade do Meu Pai que está nos céus, é Meu irmão, irmã e Mãe. Uma família consiste de um pai, que é o cabeça, uma mãe, irmãos e irmãs.

No modelo bíblico, uma família vive unida. Eles experimentam e procuram superar as provações da vida juntos. Eles compartilham o que têm juntos. Eles se apoiam mutuamente em suas esperanças e sonhos. E eles cuidam uns dos outros. Embora tivesse uma família de sangue, Jesus estava ensinando que Ele também tinha uma família espiritual. E Sua família espiritual consistia daqueles que fazem a vontade de Meu Pai que está nos céus. Seu foco era indicar que Sua família espiritual consistia nos que fazem a vontade de Meu Pai que está nos céus. Em outras palavras, quem segue ao Pai, onde quer que esteja, é um membro ativo da família celestial de Jesus.

Isso lança luz sobre uma passagem de Marcos, onde Jesus fala sobre as recompensas que serão dadas àqueles que andam em obediência aos Seus mandamentos:

"Pedro começou a dizer-lhe: Nós deixamos tudo e te havemos seguido. Tornou Jesus: Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos, por amor de mim e por amor do evangelho que não receba já no presente o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo vindouro, a vida eterna." (Marcos 10:28-30)

Nesta passagem, Jesus promete grandes recompensas pelo sofrimento por Sua causa, "cem vezes" de tudo o seja perdido. Mas, curiosamente, Jesus diz que ganharemos cem mães para cada mãe que perdermos. Como pode ser isso? Parece que os crentes são a verdadeira recompensa uns dos outros.

Quando andamos por fé, em obediência radical a Cristo, ganhamos um vínculo de comunhão que é uma grande recompensa, algo que nos beneficiará grandemente nesta vida e ecoará na vida que está por vir.