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Significado de Zacarias 9:14-17
Zacarias 9:11-13 e xplicita o plano do SENHOR de libertar os cativos de Sião para cumprir Sua promessa. Ele exorta os judeus a voltarem para suas casas porque Ele lhes daria o dobro e, finalmente, os usaria para derrotar a Grécia. Esta presente seção elabora sobre como Deus concederia vitória a Seu povo. Após capacitá-los, “por cima deles será visto Jeová, e as suas flechas sairão como o relâmpago” (v. 14).
A flecha era uma arma comumente usada nas guerras do Antigo Oriente Próximo. Figurativamente falando, a flecha de Jeová era Seu ataque aos inimigos (Números 24:8; Deuteronômio 32:42). Ela sairia como um relâmpago (Salmo 77:17). O relâmpago é algo irresistível. Não há defesa possível contra ele. Tudo o que ele atinge é destruído. A questão era: quando Deus agisse, ninguém O impediria.
Essa verdade ecoa as palavras do salmista ao descrever como o SENHOR o havia livrado de seus inimigos: "Enviou as suas setas e os dispersou; amiudados raios, e os conturbou" (Salmo 18:14; Habacuque 3:11). Em Zacarias, vemos que, uma vez que a flecha divina estivesse pronta para a batalha, o Senhor DEUS tocaria a trombeta (v. 14). Isso sinalizava que Deus escolheria o tempo certo. Ele começaria a batalha de acordo com Seu plano — nem antes, nem depois.
O termo traduzido como “trombeta” é "shofar" em hebraico, referindo-se a um instrumento de sopro feito do chifre de carneiro. Os antigos israelitas tocavam trombetas no moemtno dos holocaustos e ofertas de paz, bem como durante a celebração da festa da Lua Nova (Números 10:10). Além disso, os sentinelas as tocavam para sinalizar um perigo iminente, como quando uma nação inimiga se aproximava de Israel (Números 10:9). Em nossa passagem, o som da trombeta sinalizaria a batalha e a calamidade que o Senhor DEUS enviaria sobre as nações estrangeiras (Grécia, no v. 13). Quando Deus determina o tempo, nada nem ninguém fica em Seu caminho.
O termo “Jeová” aqui é a palavra hebraica "Adonai", que significa "mestre" ou "governante". O termo hebraico para DEUS é "Javé", o nome da aliança de Deus. Esse nome fala do caráter de Deus e de Seu relacionamento com Seu povo da aliança (Êxodo 3:14; 34:6). O profeta usa esses dois termos para que seu público soubesse que Jeová, seu parceiro de aliança, era o mestre do universo. Ele escolheria o tempo e o lugar de Suas ações e Sua palavra certamente se cumpriria.
Só Ele tem a autoridade completa sobre o mundo. Ele marcharia nos “redemoinhos do sul” (v 14).
O termo “sul” é a palavra hebraica "Teman", uma designação geográfica (Êxodo 26:18). Era a principal cidade de Edom. O profeta Obadias usou Temã como sinônimo de Edom (Obadias 1:9). No mundo antigo, as tempestades vindas do deserto árabe (sul) eram as mais violentas (Jó 37:9; Isaías 21:1). Assim, a imagem de que Deus marcharia nos redemoinhos do sul sugeria que Ele destruiria a Seus inimigos com um poder irresistível. Embora o povo de Deus precisasse comparecer ao campo de batalha, Ele lutaria por eles. O Senhor dos Exércitos os defenderia (v. 15).
O termo traduzido como “exércitos” é "Sabaoth" em hebraico, referindo-se aos exércitos angelicais do céu, cujo líder é o SENHOR. Uma vez que o termo “hostes” qualifica Deus como guerreiro, a frase descreve Seu poder diante de Seu exército para derrotar Seus adversários (Amós 5:16, 9:5; Habacuque 2:17). Aqui em Zacarias, o termo demonstra o poder de Deus como guerreiro supremo com total controle e autoridade sobre todos os assuntos humanos. Ele lutaria por Judá e eles “devorarão e pisarão aos pés as fundas” (v. 15).
O termo “funda” descreve uma arma de duas tiras elásticas longas com uma peça de couro costutada em suas extremidades para segurar uma pedra. Por quatro milênios antes de Cristo, pastores e soldados profissionais os usaram extensivamente. As pedras eram de tamanhos diferentes, às vezes do tamanho de uma bola de beisebol. Davi usou uma dessas armas para matar Golias (1 Samuel 17:40, 49).
Há várias traduções possíveis para a frase “devorarão e pisarão aos pés as fundas” (v. 15). Todas concordam que ela fala sobre a vitória de Israel. A construção da frase parece indicar que os estilingues inimigos atirariam pedras em direção aos judeus e as pedras seriam engolidas, não tendo nenhum efeito (devorar). Assim, as tropas da Judéia pisoteariam as pedras que lhes eram lançadas, enquanto marchavam em direção a seus inimigos para derrotá-los e subjugá-los. A tradição judaica sustenta que os estilingues representavam as tropas gregas.
O quadro era de vitória total. Como resultado, “beberão e farão alvoroço como de vinho” (v. 15). Ou seja, o povo de Deus ficaria tão feliz que beberia vinho para celebrar sua vitória. Eles ficariam felizes a ponto de transbordar - ficariam “cheios como as bacias de sacrifício, como os cantos do altar” (v. 15). Cada uma dessas imagens aponta para o verbo "transbordar". Neste caso, eles transbordariam de felicidade pela vitória.
No mundo bíblico, as pessoas polvilhavam os chifres do altar com sangue ou vinho dos sacrifícios. Nas festas nacionais, isso fazia com que os cantos do altar ficassem encharcados, pois os incontáveis peregrinos vinham de todo Israel ao templo. Eles enchiam tigelas com o sangue dos sacrifícios. Por exemplo, ao afirmar a aliança de Deus com Israel, Moisés agiu da seguinte maneira:
Enviou mancebos dentre os filhos de Israel, os quais ofereceram holocaustos e sacrificaram a Jeová sacrifícios pacíficos de bois. Moisés tomou uma metade do sangue e pô-lo em bacias; e a outra metade aspergiu sobre o altar (Êxodo 24:5, 6).
Como isso era repetido pelas massas de pessoas que compareciam aos festivais nacionais, o resultado era de abundância transbordante. A abundância retratada aqui era a alegria das pessoas desfrutavam da vitória. Seria como as comemorações das equipes em um campeonato mundial.
Deus protegeria a Seu povo de aliança e derrotaria a todos os que o atacassem. O povo de Deus se encheria de alegria. “Jeová, seu Deus, os salvará naquele dia” (v. 16).
A expressão “naquele dia” refere-se ao tempo em que o SENHOR castigaria os ímpios, libertaria os justos e restauraria Sua criação. O verbo “salvar” sempre indica alguém que é liberto de algo por alguém. Aqui, o contexto indica que os israelitas seriam libertos de seus inimigos por Deus. Ele os libertaria porque eram “o rebanho do Seu povo”.
Assim como os pastores resgatavam seus rebanhos do perigo, o SENHOR salvaria o Seu povo escolhido: “...porque eles serão como as pedras de uma coroa, elevadas sobre a terra dele” (v. 16). Isso mostrava que Deus tinha uma especial consideração por Israel, assim como alguém que tinha um prazer especial em possuir uma joia cintilante. Israel era como as pedras de uma coroa. Deus tinha um prazer especial por seu retorno à Sua terra, referindo-se à Terra Prometida de Israel. No início do capítulo 9, Zacarias encoraja os exilados restantes a retornarem à Terra Prometida. Porém, este trecho parece se referir à completa restauração de Israel — o cumprimento total das promessas de Deus. Deus parecia ansiar por tal restauração tanto quanto o povo.
O termo traduzido como “coroa” traduz a realeza (2 Samuel 1:10). Assim, a idéia de que os judeus eram pedras de uma coroa significava que eles eram preciosos ao Senhor. O livro de Isaías faz uma declaração semelhante a respeito de Sião: "Também serás uma coroa de adorno na mão de Jeová e um diadema real na mão do teu Deus" (Isaías 62:3).
O profeta Zacarias reitera como era, para o Senhor, ver o Seu povo em Sua terra, descrevendo como Deus os via: “Quão grande é a sua bondade, quão grande é a sua formosura” (v. 17). Sim, o povo de Deus veria Sua bondade porque Ele cumpriria Suas promessas: Israel seria restaurado à terra. Porém, Ele também restaurará toda a Sua criação (Apocalipse 21:1-4).
Naquele dia, “o trigo fará florescer os mancebos, e o mosto, as donzelas” (v. 17). A prosperidade será restaurada a Israel.
Os mancebos e as donzelas aqui falam uma sociedade dinâmica, onde seus cidadãos são fortes e gozam de boa saúde física. Os termos trigo e vinho simbolizavam a prosperidade agrícola, um sinal do favor e da bênção de Deus (Gênesis 27:28; Deuteronômio 33:28; Joel 2:19; Ageu 1:11).
Ao empregar essas palavras, o profeta deixa claro que Deus restauraria a sorte de Judá. Haveria prosperidade na forma de colheitas abundantes para satisfazê-los. Nesse momento, não mais haveria pobres entre eles. Todos teriam em abundância, porque Deus restauraria Sua criação.