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Significado de Mateus 5:10-12

A oitava e última declaração (A’) do quiasmo de Jesus em relação ao Makarios lida com a perseguição por causa da justiça. Jesus reitera este tema comunicando aos discípulos que Deus irá recompensá-los por viverem em justiça diante da perseguição.

A declaração de Jesus (A’) Makarios os que têm sido perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus corresponde a (A) Makarios os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.

O Reino dos Céus pertence tanto aos que são perseguidos por causa da justiça quanto aos pobres de espírito. Todas as outras bênçãos neste quiasmo são reservadas para o futuro. Esta combinação de paradoxos das bênçãos do presente e do futuro corresponde à natureza paradoxal do Reino de Deus. O Reino dos Céus é agora, mas também “ainda não chegou”. Jesus disse a Pilatos: “Meu reino não é deste mundo” (João 18:36). Tal declaração funciona para o presente e para o futuro. O reino é agora pelo fato de Jesus dizer: “Meu reino é”. Porém, lemos em outros textos que o reino de Jesus virá para a terra algum dia no futuro. Seu reino é real e existe agora. No entanto, ele ainda não ocupa, hoje, o espaço destinado a ele.

Uma perseguição é identificada sempre que um grupo de pessoas é prejudicado ou oprimido por serem o que são, ou pelo que representam, ou pelo que fazem. Persiguições podem vir como resultado de um amplo espectro de motivos e graus de intensidade. Pode ser social, como uma exposição ou descredibilização pública. Pode ser política, através do abuso de uma autoridade governamental, em forma de multas, confisco de propriedades, prisões ou execuções. Independentemente de quem sejam os perpetradores da perseguição, o objetivo é sempre o mesmo: envergonhar a vítima, isolando-a do grupo e fazendo dela um exemplo para restringir o comportamento de outros na comunidade.

Jesus paradoxalmente diz que os que são perseguidos por causa da justiça são Makarios (felizes e realizados). Jesus sabia que os governantes dos reinos do mundo ficariam enraivecidos quando Seus seguidores começassem a viver de acordo com as leis do Seu Reino (João 15:18-20; 16:1,2,33). Os poderes dos reinos deste mundo sempre irão exigir que os seguidores de Cristo se comportem como eles. Eles perseguirão a qualquer um que busque e pratique a justiça de Deus, aquela que está em harmonia com o Reino de Cristo, ao invés da sua própria justiça, aquela que está em harmonia com os reinos deste mundo. Jesus comunica a Seus seguidores fiéis que quando eles forem perseguidos por Sua justiça, eles serão Makarios, já que isso significa que deles é o reino dos céus. O Reino dos Céus pertence aos que são perseguidos por viver na justiça de Cristo.

O que, na verdade, Jesus está sugerindo aqui é que vivamos em harmonia (justiça) com os princípios do Reino de Deus, ao invés de vivermos em harmonia (justiça) com os princípios dos reinos deste mundo (Romanos 12:2). Em outras palavras, a felicidade e a realização (Makarios) não vêm da harmonia com o mundo, mas da harmonia com Cristo. Quando buscamos a harmonia (justiça) com Cristo, Seu Reino é nosso reino.

Jesus dá ênfase a este tópico ao mudar a atenção de um Bem-aventurados os que genérico para um Bem-aventurados são mais personalizados. Jesus está ensinando a Seus discípulos que eles são parte ativa do Seu Reino e que receberão Suas bênçãos caso sejam como seu Rei e vivam a realidade dessas “Bem-aventuranças”.

Ao mudar do pronome na terceira para a segunda pessoa, Jesus apresenta a parte final do quiasmo. Ele diz a Seus seguidores que quando vos perseguirem (oprimirem ou prejudicarem) ou disserem todo mal contra vós (injúria e calúnia) por minha causa – vocês são Makarios. Note que Jesus não menciona em lugar algum que todos os que são perseguidos por qualquer motivo são Makarios. Apenas os que são perseguidos por causa da justiça de Cristo, ou os que são oprimidos por causa Dele são Makarios.

Ao invés de chorar ou reclamar por conta dos maus tratos das pessoas, Jesus ensina a Seus discípulos: Alegrai-vos e exultai! O motivo da alegria não é resultado de um prazer sádico sobre a dor e a humilhação pública, mas porque, no fim da perseguição, grande é o vosso galardão no céu. Jesus se referiu várias vezes às recompensas no Sermão da Montanha (Mateus 5:46; 6:1-6, 16-18, 19,20). Isso faz sentido porque Ele está mentoreando a Seus discípulos, Seus servos.

Exatamente como o primeiro Moisés estabeleceu uma caminhada de bênçãos e vida caso Israel obedecesse às ordens de Deus claramente apresentadas na aliança, Jesus, o segundo Moisés, estabelece as recompensas pela obediência. Ele fala das recompensas prometidas para o futuro (concedidas por Deus) para a nossa fidelidade agora.

O galardão no céu não tem a ver com “ir para o céu” ou “passar a eternidade com Deus”, algo que é concedido com base na graça divina através da fé em Cristo Jesus (Efésios 2:8,9). A recompensa prometida aqui é Makarios, realização, reinar em harmonia com Cristo em Seu Reino. A recompensa é dada aos que servem fielmente, aos que vivem uma vida de fé em meio às dificuldades da vida, incluindo as perseguições. O meio-irmão de Jesus, Tiago, registra a mesma mensagem em sua epístola: “Tende por motivo de grande gozo quando passardes por diversas tentações” (Tiago 1:2); Tiago também escreveu: “Bem-aventurado (Makarios) o homem que suporta a tentação, porque, depois de ter sido provado, receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu aos que o amam” (Tiago 1:12).

Jesus demonstra a forma como Deus sempre trata aos que são perseguidos por causa da justiça. Ele lembra a Seus discípulos: “Assim perseguiram aos profetas que existiram antes de vós (Abel, Noé, José, Moisés, Elias, Eliseu, Jeremias, etc).” O objetivo de Cristo aqui é claro: se Deus honrou e recompensou abundamente a todos os que buscaram harmonizar-se com Ele, ao invés de seguir os caminhos do mundo, a despeito das perseguições, Ele procederá exatamente da mesma forma caso vocês sigam o exemplo deles.

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